segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Ministra Katia Abreu anuncia Unidade da Embrapa em Alagoas

Jorge Duarte - Nova Unidade foi anunciada na tarde de sexta-feira (29), em Brasília
Nova Unidade foi anunciada na tarde de sexta-feira (29), em Brasília
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, anunciou na tarde desta sexta-feira, 29, durante coletiva à Imprensa para mais de 30 jornalistas, a autorização para a criação de um centro de pesquisas da Embrapa no Estado de Alagoas. A nova unidade será focada principalmente no desenvolvimento de soluções tecnológicas voltadas para alimentos funcionais, aromas e sabores. 
 
A Ministra explicou que o novo centro de pesquisas da Embrapa faz parte do esforço do governo federal para abertura de oportunidades de negócio no exterior, ao atuar em um tema com grande potencial não apenas no Brasil, mas de interesse crescente no mundo. Juntos, os mercados conquistados pelo Brasil no ano passado têm capacidade para incrementar em US$ 1,9 bilhão as exportações do agronegócio. Atualmente, o Brasil é responsável por 7,04% do comércio agropecuário mundial. "Chegaremos a 10% até 2018", assinalou a ministra.
 
O presidente Maurício Lopes participou do anúncio. Ele contou que a nova Unidade, hoje em processo de formatação, vai explorar o grande capital natural do País, a partir da geração de novos produtos e sabores, com foco em alimentos funcionais, que contribuam com alimentação saudável e prevenção de doenças. Seguindo a tendência do mercado nacional para ampliar negócios e exportação, a intenção é utilizar a biodiversidade brasileira para investir na especialização e agregação de valor aos nossos produtos. "Além de alimentos funcionais, o Brasil tem um imenso espaço para integração da agricultura, com a gastronomia e o turismo.  O desenvolvimento de novos aromas e sabores da cultura local pode levar a novas cadeias de valor e oportunidades inéditas para as regiões brasileiras, ricas em diversidade biológica e cultural", explicou.
 
"Os setores turístico e gastronômico são importantes no Nordeste e deverão assumir ainda maior importância no futuro", explica.  Ele destaca ainda que "a agricultura focada nos produtos, na culinária e nos hábitos regionais deu origem a uma indústria pujante em regiões do interior da França e da Itália, como a Toscana e Champagne. Imagine o que se pode fazer no Nordeste, com a imensa diversidade de sabores, temperos e experiências gastronômicas existentes ali", enfatizou Lopes. 
 
"A contribuição no domínio da biodiversidade e da bioeconomia poderia dar suporte ao uso sustentável de recursos naturais (da terra e do mar), o desenvolvimento de novos aromas e sabores da cultura local e regional, a racionalização e o aproveitamento de resíduos (reutilização, recuperação e reciclagem) e o atendimento local da demanda da produção de alimentos seguros, nutritivos e com novas funcionalidades", explicou.
 
Alcance Nacional
 
Uma equipe da Embrapa iniciará em breve a modelagem da nova Unidade. O processo está sendo conduzido pelo pesquisador João Flávio Veloso, que liderou o processo de criação e implantação da Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop, MT. Lopes explica que o processo de implantação demandará análises detalhadas e muito diálogo e sinergia com as várias Unidades da Embrapa que têm interface com os temas da futura Unidade. Será importante a contribuição da equipe da Embrapa Tabuleiros Costeiros que atua na Unidade Estadual de Pesquisa (UEP) Rio Largo e em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal). "O trabalho está apenas no início.  Chegaremos a uma formulação a ser discutida e aprofundada para posterior apresentação ao Conselho de Administração - Consad. Após todo esse processo é que partiremos para a tomada de decisão e ações necessárias para implantação da nova Unidade", explicou. 
 
De acordo com a formulação inicial, a nova Unidade terá alcance nacional. A proposta é que futura Embrapa Alimentos Funcionais, Aromas e Sabores atue de forma transversal, sistêmica e, particularmente, em grande sintonia com Unidades como Embrapa Agroindústria de Alimentos, Agroindústria Tropical, além de parceiros públicos e privados. "A Embrapa tem portfólios e arranjos de pesquisa no tema.  A partir deles vamos conectar as capacidades e habilidades que estão na grande rede da Embrapa em todo o país, e também buscar capacidades de instituições parceiras, visto que não atuamos diretamente em áreas como saúde, gastronomia e turismo", descreve.
 
A expectativa é que a nova unidade seja criada até 2017, a partir da base que a Embrapa tem em Maceió - a Unidade Estadual de Pesquisa (UEP) Rio Largo. Por isso não deverão ser necessários grandes investimentos iniciais.  
  

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