quinta-feira, 18 de abril de 2024

 

UMA GRANDE HISTÓRIA DE VIDA. 
SOBRE O MAJOR MONTENEGRO QUE EU CONHECI E CONVIVI.



Nascido na Fazenda Itu, Povoação de Sacramento, atual e próspero município de Ipanguaçu, no dia 25 de setembro de 1894, Manoel de Melo Montenegro era filho do coronel Ovidio Montenegro e dona Amélia Caldas Montenegro. Menino ainda, aos sete anos de idade, teve o infortúnio de perder na morte, sua mãe, ficando aos cuidados de sua avó materna dona Marola Caldas.
Ovídio, seu pai, fora o primeiro tabelião do Assu. Na capital norte-rio-grandense, estuda no Colégio Santo Antônio e no Recife, estuda no Colégio Aires Gama. Não chegou a concluir os estudos no Recife, retorna ao seu Rio Grande do Norte e se casa com dona Cândida Borges Montenegro, natural de Mossoró. Dessa união, sete filhos, dezenas de netos, bisnetos.
Manoel de Melo Montenegro logo cedo ingressou na vida pública, a convite do chefe político de Santana do Matos, coronel Antonio de Carvalho e Souza, sendo eleito intendente de Santana do Matos, em 1922, mandato concluído em 1925. Naquele mesmo ano foi deputado estadual, reeleito em 1927 e, em 1930, fora deposto pela Revolução. É o Patriarca do município de Santana do Matos, elevando aquela então Vila de Santana a categoria de cidade. Foi, portanto, o primeiro prefeito daquele lugar.
Em 1945, já com o titulo de Major da Guarda Nacional, dono da Lagoa da Ponta Grande e de léguas de terras ao seu redor, chefe político de prestígio, ajudou a eleger prefeitos, deputados, senadores, governadores (Aluízio Alves teve o seu prestigioso apoio para se eleger deputado federal). Três filhos exerceram e uma nora, exerceram mandatos de prefeito, deputado estadual, da mesma forma, netos exercem mandatos de prefeito e deputado estadual. Contribuiu e apoiou o médico Pedro Amorim (seu cunhado, casado que fora com Beatriz Amorim. Não sei se depois de casada dona Beatriz ainda usava o sobrenome Paes Barreto, uma das famílias do pernambuco mais antiga do Brasil), para prefeito do Assu e deputado estadual que chegou a ser presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (Constituinte de 1947/1951).
O Major Montenegro vendo que Sacramento já tinha toda estrutura que contemplava as exigências para sua emancipação, graças a ele próprio e José Lúcio de Medeiros (um dos benfeitores daquele lugar), o deputado Pedro Amorim, entre outros deputados e a população, libertaram Sacramento do município santanense, ganhando foros de cidade com a denominação Ipanguaçu, em 23 de dezembro de 1948.
O gosto pela política, o Major Montenegro herdara dos seus antepassados, pois, seu avô Manoel de Melo Montenegro desde 1856, além de seu pai coronel Ovídio Montenegro, exerceram mandatos de deputado pela terra potiguar.
Por fim, Manoel de Melo Montenegro morreu aos 97 anos de idade, no dia do seu aniversário conforme profetizava e está enterrado no cemitério São João Batista, na cidade de Assu.
(Fernando Caldas)
Nota do Nossa Terra: Conheci o Major Montenegro, na campanha do seu Neto, Paulo Montenegro, na cidade do Assú. Grande homem. Um Estadista. 

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