O rebanho brasileiro está comendo mais ração de suplementos minerais
O volume de vendas de suplementos minerais para a Pecuária do Brasil atingiu 2,55 milhões de toneladas no ano passado, um crescimento de 6,6% sobre 2020, o segundo melhor número obtido desde 2017, quando a Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (ASBRAM) iniciou o Painel de Estatísticas sobre a comercialização de produtos prontos, para diluir, ureia, proteico, energético, núcleos e concentrado.
O total de animais suplementados também evoluiu bem e quebrou o recorde destes cinco anos: 68,3 milhões de animais, aumento de 5,6%. “O melhor resultado foi conseguido pelos produtos proteicos, mas a variação ficou uniforme entre todos os tipos de suplementados monitorados. São bons números. Logicamente, abaixo de 2020, que teve um crescimento de 11,4%, mas aquele foi um ano recorde e 2021 teve ótima evolução sobre uma base que foi a maior de todas. E só não foi melhor efetivamente pela saída da China do mercado a partir de setembro passado, devido aos dois casos de ‘Mal da Vaca Louca’ verificados no Brasil, o que impactou no desempenho no último trimestre do período”, analisou Felippe Cauê Serigati, professor de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas e Consultor de Mercado da ASBRAM.
Olhando para os estados, o maior volume comercializado no ano passado concentrou-se em Mato Grosso enquanto Sergipe obteve a maior evolução, nada menos do que 45%. Já quem menos suplementou foi Mato Grosso do Sul, importante região produtora, com queda de 4,8% sobre 2020. A ASBRAM representa 62% do mercado de suplementos brasileiros (Pesquisa SIFs do MAPA – Ano Base 2020). Felippe Cauê Serigati vê com otimismo as perspectivas do setor para 2022. “Por enquanto, é apenas uma previsão. O cenário otimista indica uma queda de 0,3% no desempenho, mas é necessário cautela para analisar o dado por causa da ‘herança estatística’. Isto é, praticamente igualar o desempenho de um período de bom resultado não deixa de ser positivo. Em janeiro deste ano, as empresas venderam 155 mil toneladas e cinquenta e um milhão de animais foram suplementados. São bons indicadores porque estamos com várias regiões do Brasil convivendo com pastagens fartas para a alimentação animal”, completou o professor da FGV.
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