Semarh apresenta “Plano Emergencial de Segurança Hídrica” em reunião da Fiern
Seis anos consecutivos de seca e a
crise econômica resultaram em uma “crise hídrica perfeita” no Rio Grande
do Norte. A afirmação foi feita nesta sexta-feira à tarde, na Casa da
Indústria, pelo secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos
(Semarh), Ivan Lopes Júnior, durante a reunião da Diretoria da Federação
das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte.
O secretário fez uma apresentação do
“Plano Emergencial de Segurança Hídrica” elaborado pelo Governo do
Estado para enfrentar a grave situação. Com custo total de R$ 336
milhões, o plano prevê construção e ampliação de adutoras, perfuração de
poços profundos, poços com dessalinizadores, abastecimento alternativo
(Operação Vertente) de água e distribuição de ração animal.
O governo tem o plano, mas não tem os
recursos, que pleiteia desde 2015, junto ao Ministério da Integração.
Destes R$ 336 milhões, recebeu apenas cerca de 16% – R$ 56,7 milhões.
Esses R$ 56,7 milhões foram utilizados na construção de adutora
Caicó-Jucurutu (R$ 44 milhões) e no fornecimento de água por meio de
carros-pipa (R$ 12,7 milhões) – medidas previstas no plano.
Hoje os principais reservatórios do Estado
estão com 13% de sua capacidade, sendo que vinte entraram no volume
morto. Segundo informações repassadas pelo Secretário, a Barragem
Armando Gonçalves Ribeiro entrará no volume morto em dezembro próximo, e
17 municípios entraram em colapso hídrico.
Ivan Júnior afirmou que o cenário é
complicado para o Nordeste como um todo, mas o Rio Grande do Norte tem a
melhor situação entre os Estados nordestinos, e citou Fortaleza que
deverá sofrer colapso d´água em breve.
A transposição das águas do São Francisco,
que poderiam atenuar a situação do Rio Grande do Norte, ainda demora e a
esperança está nas perspectivas de inverno em 2018. “Estamos rezando
para que isso aconteça”, disse o secretário.
O presidente do Sistema Fiern e do
Compem/CNI, Amaro Sales de Araújo, reconheceu que o momento é crítico e
colocou o Sistema à disposição para dar uma contribuição. “A Fiern tem o
maior interesse, a obrigação de ajudar o Estado”, disse.
Ele defendeu algumas iniciativas para o
enfrentamento da crise, como uma campanha de conscientização visando
economizar água, incentivo às empresas para o reuso e uso de placas
fotovoltaicas para gerar energia na captação dos poços. Amaro Sales
lembrou que o CTGás-ER, em parceria com instituições alemãs, desenvolveu
tecnologia acessível em energia fotovoltaica.
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