sexta-feira, 29 de março de 2024

 

A rentabilidade do milho pode crescer até três vezes mais do que o valor de mercado

   

Esse crescimento é possível graças a industrialização do milho para produção de etanol.  O valor agregado do grão pode triplicar. A afirmação foi feita durante a primeira Conferência Internacional sobre Etanol de Milho, organizada pela União Nacional do Etanol de Milho e pela DATAGRO, em Cuiabá (MT). “O uso deste milho para produção de combustível sustentável leva a uma valorização do grão, de duas a três vezes, quando industrializado, porque agrega valor ao dar origem a outros subprodutos. Isso estimula a produção de mais milho, e cria um círculo virtuoso, beneficiando a indústria, o comércio e com impacto positivo para o meio ambiente”, comenta Plinio Nastari, presidente da DATAGRO.

O Brasil é hoje o segundo maior produtor de etanol de milho do mundo. Desde o início da operação da primeira indústria full deste biocombustível, em 2017, a produção passou de 500 mil litros para 6,27 bilhões de litros na safra 2023/2024, que se encerra este mês. Todo esse potencial vai ao encontro das novas demandas mundiais por combustíveis renováveis e menos poluentes.

De acordo com o presidente-executivo da Unem, Guilherme Nolasco, a cadeia do etanol de milho e cereais está inserida em um círculo virtuoso de investimentos que integra cadeias de grãos, pecuária, floresta e biocombustíveis. “O Brasil tem hoje uma grande responsabilidade para fornecimento de alimentos e de biocombustíveis, produzidos de forma sustentável e complementar. A cadeia do etanol de milho é um exemplo deste potencial de integração de cadeia produtiva e que ainda tem enorme potencial de crescimento sobre os excedentes exportáveis. Por meio da industrialização do grão produzido em segunda safra, é possível dobrar a produção de etanol nos próximos dez anos e, ao mesmo tempo, contribuir para intensificação da pecuária e ampliação da oferta de alimentos”.

Mato Grosso, é o estado que lidera a produção de etanol de milho entre os outros Estados brasileiros, com 11 plantas em funcionamento, sendo seis exclusivas de etanol de milho e cereais. “São estes investimentos que vão alavancar a produção de matérias-primas sustentáveis para a produção de bioenergia, que inclui o biodiesel, o etanol, o biometano, e Mato Grosso é um exemplo nesta direção, com integração com soja, com milho de segunda safra, a conversão deste milho em etanol, DDG (grão de destilaria secos – do inglês Dried Distillers Grains), óleo de milho, a transformação da soja em farelo, que vira biodiesel”.

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