segunda-feira, 11 de março de 2024

 

A escolha certa do capim para a pecuária de corte assegura mais ganho de peso para o rebanho nelore

   

O aumento no ganho de peso pode chegar a 25% acima da média em rebanho nelore. Para isso, o produtor terá que investir num pasto formado pelo capim brachiária híbrida Mavuno.   A opção por um capim com genética superior e seu manejo adequado garantiram à Fazenda Rancho Alegre, em Auriflama (SP), um Ganho Médio Diário de Carcaça (GMDC) 25% acima da média nacional para um rebanho da raça nelore criado à pasto.

O valor do GMDC ficou em 1,25 quilo por dia na fase de terminação, etapa em que os animais foram para um ciclo de semiconfinamento visando acelerar o ganho de peso para o abate. Durante 100 dias, o gado se alimentou da brachiaria híbrida Mavuno e mais 2,5% do peso vivo do rebanho em ração no cocho.

O ganho de carcaça superior a um quilo por dia é um indicador crucial para a lucratividade do pecuarista, uma vez que os frigoríficos remuneram o produtor com base no peso da carcaça. Anteriormente à terminação em semiconfinamento, na fase de recria, período mais longo entre o desmame e a terminação, a alimentação foi baseada no capim Mavuno, com suplementação de apenas 0,3% do peso vivo do rebanho, considerada de baixo consumo.

“Quando a gente pensa em recria, o objetivo era ganhar de seis à sete arrobas. Terminamos a fase com 9,5 arrobas por animal, em média”, afirma Rayner Sversut Barbieri, pecuarista, proprietário da Fazenda e pesquisador na área de manejo de pastagens.

Durante 154 dias de recria, os animais tiveram um ganho médio de peso diário de 0,76 quilo, o que antecipou em três meses o tempo necessário para o abate, considerando que o ganho médio em recria, em um sistema médio a intensivo no Brasil, deveria ser de pelo menos 0,55 quilo por dia.

“Na pecuária de corte a pasto, a nutrição do rebanho tem como base o capim. O suplemento, como o próprio nome diz, é para suplementar e corrigir deficiências nutricionais do capim. Por isso digo que a influência do capim Mavuno nos resultados foi total”, explica Barbieri, que é coordenador do curso de Zootecnia da Fazu – Faculdades Associadas de Uberaba, doutor em Sistemas de Produção (recuperação de pastagens) pela Unesp – Universidade Estadual Paulista e consultor em manejo de pastagens, formulação e balanceamento de dietas para bovinos de corte.

O especialista ressalta, entretanto, que intensificação da produção precisa ser horizontal e completa. “Tem que ter controle gerencial de todas as atividades, ficar atento ao manejo da pastagem – correção e adubação do solo, manejo do pastejo, infraestrutura e mão de obra, características do rebanho – genética, manejo, bem-estar e sanidade. Se pecar em alguns desses pontos já perde rendimento”, alerta.

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