Pesquisadores analisam o desempenho de brachiarias em diferimento de pastagem
Estudo recém-concluído na Universidade Federal de Uberlândia compara os resultados de adaptação e produtividade em condição de diferimento de pastagens de três brachiarias híbridas e da brachiaria Marandu, gramínea mais empregadas na pecuária tropical. A técnica do diferimento consiste em reservar área de pasto no início do outono na região Sudeste e Centro-Oeste para servir de alimento ao rebanho na época da seca.
Com o título “Dinâmica do perfilhamento, crescimento e senescência dos capins Marandu, Mulato II, Mavuno e Ipyporã sob diferimento”, o trabalho foi conduzido por Bruno Humberto Rezende Carvalho em sua tese de Doutorado em Ciências Veterinárias. O estudo estimou diferentes parâmetros para conhecer como a gramínea cresce e perfilha para averiguar seu desempenho em condições de diferimento da pastagem.
“Não havia nenhum trabalho científico com a comparação entre esses
novos híbridos com gramíneas já amplamente estudadas como o
capim-Marandu”, afirma Manoel Eduardo Rozalino Santos, professor da
Faculdade de Medicina Veterinária da UFU, orientador da tese e autor do
livro “O Controle do Pasto Engorda o Gado”.
“Às vezes se tinha informações isoladas sobre um capim ou brachiaria em
condições de diferimento ou vedação da pastagem, mas não havia, até
então, o comparativo entre esses híbridos”, explica Rozalino Santos.
A conclusão do trabalho apontou que os capins Marandu, Mavuno, Ipyporã e
Mulato II são adequados para a prática do diferimento. No entanto, de
acordo com o estudo, o capim-mavuno apresenta maior taxa de crescimento
total em nível de dossel forrageiro. Com base nesse parâmetro, a segunda
melhor opção para a prática seria a tradicional brachiaria Marandu.
Na comparação com o Marandu, a Taxa de Crescimento Total do Capim Mavuno, variável que estima a produção de massa seca por hectare por dia, foi 36% superior. Na comparação com o híbrido que teve o pior desempenho nesta variável, Mavuno foi 67% superior. O professor Manoel Rozalino Santos, coordenador do Grupo de Pesquisa em Forragicultura da universidade, explica que a tecnologia do diferimento é estratégica para alimentar o gado à pasto no período de escassez de alimento típica do período seco do ano na região Sudeste e Centro-Oeste.
“Ela é simples de ser adotada, e o trabalho do Bruno mostra quais variedades estão mais apropriadas para o diferimento”, relata Edson de Castro Júnior, engenheiro agrônomo e coordenador técnico da Wolf Sementes, empresa que desenvolveu a brachiaria híbrida Mavuno.
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