segunda-feira, 9 de outubro de 2023

 

Como funciona a impressora 3D para produzir alimentos

  

O pesquisador Luciano Paulino da Silva, explica que é possível modelar cortes que são mais comuns no mercado, como análogos de filé de peixe inteiro e sashimi, além dos que mimetizam caviar e anéis de lula. “Esses são modelos de baixa complexidade, cujo objetivo é testar as diferentes composições de farinhas e ingredientes nanoestruturados no processo de impressão 3D de pescados e frutos do mar”, detalha.

Na prática, a equipe coordenada por Silva utiliza imagens de pescado que possibilitaram construir modelos computacionais CAD para obter os protótipos com o maior grau de similaridade a peixes e frutos do mar. Assim, é possível conseguir criar coordenadas para imprimir os protótipos.

As impressoras 3D de alimentos são máquinas desenvolvidas especificamente para essa finalidade. São semelhantes aos equipamentos de impressão 3D convencionais, mas utilizam matérias-primas comestíveis, como chocolate, massa, carne e ingredientes vegetais. Elas podem ser utilizadas para criar uma variedade de produtos, desde doces e salgados até pratos completos, permitindo que os usuários criem alimentos personalizados com formas, texturas e sabores únicos.
A principal diferença entre as impressoras de alimentos e as 3D convencionais são os materiais utilizados e, consequentemente, o tipo de tecnologia embarcada nessas máquinas, geralmente baseadas em micro extrusoras que realizam a deposição dos materiais camada por camada.

Geralmente são mais complexas do que as máquinas 3D comuns: precisam ter o controle de diversos parâmetros críticos no processo de fabricação, como a viscosidade dos materiais utilizados, por exemplo. ara os pesquisadores, essas impressoras de alimentos têm o potencial de revolucionar o modo como produzimos e consumimos alimentos, seja em um nível industrial, comercial (restaurantes), ou até mesmo no próprio domicílio dos consumidores.

A indústria já usa a impressão 3D para obter, por exemplo, snacks e hambúrgueres com formatos e texturas pré-definidos, o que melhora o sabor dos produtos. Há empresas privadas começando a utilizar impressoras 3D para criar carne cultivada, aquela que é produzida a partir de células animais cultivadas em laboratório. A impressão 3D é utilizada para criar a estrutura da carne, enriquecida com proteínas e gorduras.

Ainda existem desafios para o uso da impressão 3D na produção de alimentos em larga escala. Um deles é o custo, ainda alto. Há também a necessidade de se desenvolver novos materiais seguros para consumo humano e de custo acessível. Ainda assim, especialistas consideram a tecnologia promissora ao permitir criar alimentos personalizados com alto valor nutricional.

Veja as principais etapas de um processo de impressão de alimentos em 3D: Modelo 3D (CAD): o alimento é projetado em um computador por meio de suas coordenadas tridimensionais.
Material: os ingredientes são preparados e misturados para formar um material de impressão denominado formulação alimentícia.
Impressão: o material de impressão é depositado em camadas finas pelo cabeçote da impressora.
Outras etapas como maturação, cozimento, fritura etc. podem ser necessárias dependendo do tipo de alimento.
As matérias-primas para impressão 3D de alimentos devem atender a alguns requisitos, como:
– Serem comestíveis: os materiais devem ser seguros para consumo humano.
– Ter propriedades adequadas para impressão: os materiais devem ser capazes de ser depositados em camadas finas e solidificados sem perder suas propriedades, um atributo conhecido como “printabilidade”.
– Ter um custo acessível: os materiais não podem ser muito caros para que a técnica seja viável e possa ser popularizada.

Além do custo, um dos desafios atuais é a necessidade de se desenvolver materiais que sejam mais versáteis e que possam ser usados para criar uma ampla variedade de alimentos. Os materiais mais comuns para impressão 3D de alimentos são: Chocolate: material fácil de imprimir e com sabor agradável. Massas: material versátil que pode ser usado para criar uma variedade de alimentos. Carne: a carne cultivada é um material promissor que pode ser usado para criar alimentos com alto valor nutricional. Vegetais: podem ser usados para criar alimentos com alto teor de fibras e nutrientes, como snacks

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