Colheita do trigo em dois estados já ultrapassa 50%
A colheita do trigo já ultrapassou os 50% nos 55 mil hectares de área plantada nas unidades da cooperativa Capal, no Paraná e em São Paulo. A safra do trigo deste ano está mais avançada em comparação ao mesmo período de 2022, que girava em torno de 30% na primeira quinzena de outubro. Isso se deve, principalmente, às condições climáticas mais favoráveis na janela do plantio. “No ano passado, por conta do veranico, tivemos que esperar o plantio. E o ‘boom’ da colheita ocorreu no mês de outubro e não em setembro como foi o caso deste ano em que o plantio saiu dentro da janela que esperávamos e, por isso, estamos com um avanço maior da colheita em relação à última safra”, explica Roberto Martins, coordenador regional de Assistência Técnica Agrícola (DAT) da Capal.
Mesmo com as chuvas registradas nos últimos dias, Martins comenta que a expectativa é de que 90% dos grãos estejam colhidos até a primeira semana de novembro. “Estamos atentos aos desafios que são as chuvas e, consequentemente, às surpresas na hora da colheita com uma possível germinação no campo. Já na questão de produtividade, vemos um potencial bem maior em comparação a 2022. Estamos falando de uma cultura importante e que a ideia não é concorrer com a cevada, mas somar, ajudando na rotação de culturas e estando sempre no sistema dos cooperados.”
O Diretor Comercial da Capal, Eliel Magalhães Leandro, comenta que na safra deste ano a rentabilidade do produtor de trigo ficou um pouco comprometida com os preços. “Os produtores, até então, estavam se programando com o trigo dada às expectativas de preços bons que estavam no ano passado. Porém, hoje estamos assistindo à derrocada dos preços, e isso por conta da grande oferta. Não era o que os produtores estavam esperando. Há uma grande preocupação com isso e o mercado está fazendo bem essa leitura sabendo que o Brasil tem um déficit de armazenagem grande”, avalia.
Por outro lado, Eliel comenta que o produtor triticultor entra na cultura do trigo já sabendo dos riscos e dos fatores climáticos, como geada e chuvas na colheita, por exemplo. “O Brasil esse ano vem com uma expectativa de produção boa e virá com cerca de 80% do consumo. O impacto disso vem direto nos preços. Até o momento, o volume de trigo que chegou é de boa qualidade”, opina.
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