Plantar algodão em consórcios com outras culturas combate o ataque de pragas
Estima-se que cerca de 50% da produção de algodão no Nordeste vem sendo obtida em consórcio com outras culturas, principalmente com milho e feijão. Essas culturas consorciadas com algodão são destinadas à subsistência do agricultor familiar, enquanto o algodão é direcionado ao mercado, sendo responsável pela geração de renda desses pequenos produtores.
Os pesquisadores da Embrapa Algodão, por meio de projetos como o Algodão em Consórcios Agroecológicos, incentivam essa prática como alternativa para garantir a sustentabilidade da agricultura familiar no semiárido. Desenvolvido há três anos, o projeto Algodão em Consórcios Agroecológicos trabalha toda a cadeia produtiva, desde o preparo da terra até a comercialização do algodão. Os produtos passam pelo processo de certificação para que possam ser comercializados no chamado “fair trade”, ou comércio justo, assim, além de manter a sua segurança alimentar, o agricultor melhora a terra em que trabalha e é bonificado com um preço diferenciado, pois negocia diretamente com os empresários, excluindo a função do atravessador.
Outra vantagem do sistema de cultivo em consórcio é que ele aumenta a biodiversidade do agroecossistema, tornando-o mais estável e reduzindo o problema de pragas e, consequentemente, a necessidade do uso de agrotóxicos. O pesquisador da Embrapa Algodão e coordenador do projeto, Fábio Aquino, explica que quanto mais diversificado for o consórcio melhor para o controle de pragas. “Nós aconselhamos que para cada cinco linhas de algodão, sejam plantados cinco linhas de outras culturas como feijão, amendoim, gergelim, sorgo e outras alimentares”, orienta.
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