Agricultor deve usar o calcário para impulsionar a produtividade na fazenda
O Brasil tem o segundo maior rebanho bovino do mundo, e é o principal exportador da carne, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 214,7 milhões de cabeças de gado. No entanto, mesmo com a importância mundial da pecuária brasileira, cerca de 11 milhões de hectares de pasto estão em más condições, ainda conforme o Instituto. O cenário deriva de diversos fatores, dentre os quais a retirada total da cobertura vegetal das áreas produtivas, a insuficiente fertilidade do solo e o “superpastejo”, processo em que o número de animais é superior à capacidade de suporte do pasto, o que leva à redução da rebrota e da cobertura do solo, aumentando a incidência de radiação e erosão.
“Muitas vezes, o produtor rural investe nos animais, mas subdimensiona os cuidados com o pasto. Essa conduta coloca em risco o rebanho em períodos de seca, quando não há chuvas. Caso não haja uma diversificação na alimentação do animal, o risco de perdas torna-se maior”, explica Anderson Lange, professor doutor em Energia Nuclear da Agricultura na área de Solos e pesquisador pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Além disso, o pesquisador reforça que a inadequada utilização das pastagens e a falta de investimento no solo são fatores que influenciam diretamente o não aproveitamento efetivo da área.
Neste contexto, a valorização da calagem nas áreas dedicadas ao sistema de integração lavoura-pecuária tem se mostrado eficaz medida em prol do ganho de produtividade e à conservação do solo. E para que tudo isso aconteça, a manutenção e melhoria das condições do solo, defende Lange, está diretamente ligada à larga utilização do calcário no preparo para o plantio da lavoura, visto que ela estará em área de pastagem antiga. O pesquisador observa, no entanto, ocorrer de o produtor rural estar descapitalizado, pois o preço de abertura de área é alto. Isso acaba refletindo na construção do perfil de solo e na correção da acidez. “Geralmente, nesses casos, as doses de calcário são inadequadas em relação às características do solo e a incorporação do insumo acaba não sendo efetuada com assertividade”, pontua.
A calagem, bem como a fertilização, se efetuadas de maneira adequada, as culturas soja/milho, bem como capim/gramíneas, terão produtividade elevada. É fundamental para o produtor rural compreender os custos como investimentos que, em longo prazo, se converterão em lucratividade e maior performance do sistema agropecuário.
Além da correção, a técnica permite ao solo o aumento da disponibilidade de nutrientes, redução do alumínio em excesso, diminuição da fixação de fósforo, além de aumentar o pH, a eficiência dos fertilizantes e a produtividade nas culturas. “Além disso, a incorporação de calcário ao solo beneficia o fornecimento de cálcio e magnésio, elementos responsáveis pelo vigor da planta e crescimento da raiz, o que auxilia a busca por água e nutrientes em profundidade”, ressalta Anderson Lange.
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