sábado, 9 de setembro de 2023

 

Os problemas gerados pelas pastagens degradadas

   

A degradação de pastagens prejudica a produtividade de forragem e reduz o desempenho do rebanho, com prejuízos para os produtores rurais e para o meio ambiente. Segundo dados do MapBiomas Brasil, plataforma que reúne informações sobre a cobertura e uso da terra no País, somente na Amazônia existem 55 milhões de hectares de pastagens, dos quais 57% apresentam degradação moderada a severa. O problema tem como causa principal a Síndrome da Morte do Braquiarão (SMB), doença decorrente do encharcamento do solo. O plantio direto de forrageiras a lanço tem contribuído para a recuperação dessas áreas.

Estudos de impacto revelam que 95% dos pecuaristas que adotam o plantio direto de forrageiras no Acre realizam a semeadura a lanço. Embora demande maior quantidade de sementes, a técnica proporciona melhor rendimento operacional em relação a outras modalidades de plantio direto e ao plantio convencional. “A economia com horas e máquinas, possibilitada pelo baixo investimento em operações mecanizadas, compensa os gastos com insumos e reduz o custo total da reforma da pastagem. No Acre, um hectare reformado pelo método convencional custa dois mil e trezentos reais, enquanto no plantio direto a lanço o valor cai para dois mil reais”, avalia o pesquisador Carlos Maurício Andrade.

Além de ganhos econômicos, a semeadura a lanço, direto na palha, proporciona benefícios ambientais. A redução em 74% de processos mecanizados na reforma de pastagens minimiza o revolvimento do solo e protege esse recurso natural da erosão. Outro benefício é a incorporação de matéria orgânica (palhada) no solo, procedimento que melhora a atividade biológica e a fertilidade das áreas reformadas. A palhada que fica na superfície também ajuda a reter umidade no solo, favorecendo o desenvolvimento das plantas e o aumento da sua resistência a eventuais veranicos.

O plantio direto está entre as práticas de produção sustentável incentivadas pelo Plano Setorial de Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (ABC+), política pública que atua para o cumprimento de compromissos voluntários do Brasil para redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no País. A meta é reduzir em 1,1 bilhão de toneladas as emissões de carbono equivalente no setor agropecuário, até 2030. O plantio direto a lanço reduz a queima de combustíveis fósseis, em função do baixo uso de mecanização, e evita outros processos emissores de carbono (CO2) para a atmosfera, como a decomposição da matéria orgânica no solo.

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