Os canaviais podem ser mais produtivos com uso do gesso para adubar a cana
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com 8,7 milhões de hectares cultivados. Grande parte da área de cultivo está concentrada na região do Cerrado cujos solos são originalmente pobres em nutrientes e onde é frequente a ocorrência de secas prolongadas.
O gesso agrícola é uma tecnologia de grande importância para a correção desses solos. Ele proporciona maior crescimento das raízes e, assim, otimiza a eficiência da utilização de água e nutrientes disponíveis no perfil do solo. A cana-de-açúcar é uma das lavouras que mais utiliza esse insumo.
Apesar disso, nem sempre a aplicação do gesso é feita de forma adequada. A prática agrícola utilizada para corrigir a acidez da camada superficial do solo, ou seja, a camada que vai de 0 a 20 cm, é a calagem. No entanto, o problema da acidez dos solos do Cerrado pode muitas vezes atingir a camada subsuperficial, abaixo de 20 cm.
O calcário corrige de forma satisfatória a acidez e a deficiência de cálcio apenas a camada superficial. É o gesso que supre o solo com cálcio e enxofre e reduz a toxidez do alumínio até as camadas mais profundas, o que permite o desenvolvimento do sistema radicular das plantas e o aumento da produtividade da cultura.
Em experimento instalado na Embrapa Cerrados (DF), foram observados ganhos médios anuais de cerca de 22 toneladas de colmos por hectare e de 3,8 toneladas de açúcar por hectare, considerando nove cortes. Em lavouras comerciais, é possível obter ganhos de até 12 toneladas de colmo por hectare.
“O retorno econômico devido ao uso do gesso é certo, podendo na maioria das vezes ser pago no ano de aplicação desse produto”, explica o pesquisador Djalma Martinhão. Segundo ele, essa tecnologia apresenta alta relação custo-benefício, pois o efeito residual do gesso agrícola é grande. “Para a cana-de-açúcar, o retorno em um período de cinco cortes foi de R$ 7,00 para cada R$ 1,00 investido em gesso.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário