Pecafes: em um ano, Governo do RN adquiriu cerca de R$ 8 milhões da agricultura familiar
Nascido como resposta do governo da
professora Fátima Bezerra aos movimentos sociais ligados à agricultura
familiar, o Programa Estadual de Compras Governamentais da Agricultura
Familiar e Economia Solidária (Pecafes), criado a partir da Lei Estadual
nº 10.536 /2019 apresentada pela deputada estadual Isolda Dantas,
completa nesta quarta-feira (30) um ano de sua regulamentação, que se
deu a partir do Decreto Estadual nº 29.183/2019. O documento prevê que
pelo menos 30% das compras realizadas pelo Governo do Estado sejam de
produtos da agricultura familiar potiguar.
Em um ano, o Governo do Estado adquiriu
de agricultores e agricultoras familiares do Rio Grande do Norte o
montante de R$ 7,9 milhões em produtos originários do campo para
abastecer escolas da rede estadual de ensino e para compor as cestas
básicas distribuídas pelo Governo em virtude da pandemia da Covid-19.
“Temos orgulho de fortalecer a
agricultura familiar de forma transparente, com um programa pioneiro em
compras governamentais e que virou exemplo para todo o Nordeste”, disse a
governadora Fátima Bezerra referindo-se ao Pecafes.
Segundo dados apurados até este mês de
setembro, somente em 2020 já foram adquiridos de 6000 agricultores
familiares de 20 cooperativas e 12 associações, mais de 1.200 toneladas
de alimentos oriundos da agricultura familiar, e a estimativa da
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar
(Sedraf) é que até dezembro esse valor possa chegar a mais de 2.000
toneladas de produtos.
Foram comprados, por exemplo, itens até
então nunca adquiridos da agricultura familiar pelas compras públicas,
como o arroz vermelho, feijão macassar, farinha de mandioca e a goma
para tapioca. Juntos, esses quatro alimentos correspondem a 535
toneladas de produtos vendidos ao Governo do Estado. Além desses, o
estado também comprou 211 toneladas de polpa de frutas, 60 toneladas de
batata doce, 23 mil litros de bebida láctea, biscoito caseiro, jerimum,
macaxeira, mel, banana e mamão.
“Só as compras de 2020 estão promovendo
um ativo circulante no estado de mais de R$ 6,7 milhões, estimando-se
chegar a R$ 11 milhões até dezembro. Comparando-se ao ano de 2019, no
qual o Estado adquiriu cerca de R$ 5 milhões, o montante de aquisições
deve dobrar, em um ano. Já as estimativas e perspectivas para o ano de
2021 é de cerca de R$ 20 milhões em compras”, disse o secretário da
Sedraf, Alexandre Lima, ressaltando que as aquisições de alimentos
ocorrem em todos os territórios do Rio Grande do Norte e que até o final
deste ano haverá uma nova chamada pública para atender as 22 unidades
hospitalares estaduais. Para ele, quando o Governo do Estado compra
estes produtos, fortalece e revitaliza os arranjos produtivos.
“Atualmente, a lei do Pecafes é tida
como uma das mais inovadoras legislações de aquisições de alimentos
junto à agricultura familiar do Brasil. Nosso exemplo de compras
institucionais está sendo base para os estados do Nordeste, que irão
implantar um sistema único de compras governamentais para a região, o
Siraf - Sistema de Informações Regionais da Agricultura Familiar”,
explicou o titular da Sedraf.
O QUE É O PECAFES?
Instituído pela Lei nº 10.536, de 3 de
julho de 2019, tem a finalidade de garantir a aquisição, direta e
indireta, de produtos de origem agropecuária, extrativista e resultantes
da atividade pesqueira, que sejam produzidos por agricultores e
agricultoras ou suas organizações socioeconômicas rurais, por povos e
comunidades tradicionais.
O programa incentiva o consumo de
alimentos saudáveis, sustentáveis e que valorizem a cultura alimentar
local e regional, promovendo o abastecimento da rede sócio assistencial,
dos equipamentos públicos de alimentação e nutrição e do mercado
governamental, priorizando produtos de origem orgânica e agroecológica
tais como hortaliças, frutas, polpas de frutas, arroz vermelho, feijão,
ovos e carnes, entre outros.
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