Novas diretrizes do programa de combate à febre aftosa passarão por consulta pública em outubro
PNEFA
As
normas tratam do controle sobre os produtos de origem animal e as
restrições à movimentação dos rebanhos entre as áreas livres com e sem
vacinação contra a doença
Novas
diretrizes do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre
Aftosa (PNEFA) passarão por consulta pública a partir de outubro. O
objetivo é atualizar a legislação em relação às mudanças do Código de
Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e
adequá-la ao processo de retirada gradual da vacinação contra a doença
no Brasil.
Entre as normas que entrarão em
consulta pública, estão controle sobre os produtos de origem animal e as
restrições à movimentação dos rebanhos entre as áreas livres com e sem
vacinação. Também deverão ser inseridos novos conceitos presentes no
código da OIE, como a zona de contenção, que permite ao país, caso
ocorra um foco da doença, isolar a área afetada mantendo a condição
sanitária, a comercialização e a movimentação dos rebanhos no restante
do país.
A última revisão da legislação sobre
febre aftosa ocorreu em 2007. Segundo o chefe da Divisão de Febre Aftosa
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Diego
Viali, a revisão da legislação nacional "é uma das 16 operações
previstas no Plano Estratégico 2017-2026”.
Na última sexta-feira (30), no primeiro
fórum do PNEFA, realizado na Expointer, em Esteio (RS), foi encerrado o
primeiro ciclo do Plano Estratégico, iniciado em 2017. Diego Vali
informou que o Ministério debateu a importância da participação efetiva
da iniciativa privada no processo de ampliação de áreas sem vacinação,
devido o papel fundamental que os produtores rurais assumirão na
vigilância da febre aftosa.
“A eficiência da vigilância pecuária
estará intimamente ligada à notificação oportuna do produtor. No caso do
reingresso da doença, o criador, que diariamente está em contato com
seus animais, será o primeiro a visualizar os sintomas da doença em seus
animais, já que sem a vacina, os sinais clínicos ficarão muito mais
visíveis, e o produtor deverá ter conhecimento sobre esses sintomas e
notificar imediatamente o serviço veterinário oficial”, explica o chefe
da Difa.
A situação dos fundos de indenização
dos produtores - mantidos para cobrir perdas em caso de sacrifício de
animais com aftosa – também foi discutida no fórum. “Temos fundos
estaduais que estão bem robustos e outros estados que estão com o fundo
ainda incipiente, mas estamos trabalhando para ter essa reserva de
recursos. Temos exemplos positivos de fundos, como o de Goiás, do Rio
Grande do Sul e do Paraná. Alguns fundos estão com mais de R$ 100
milhões em caixa, o que dá uma garantia ao produtor em um eventual
reingresso da doença, para que ele tenha indenização dos animais
sacrificados ou acometidos pela doença”, diz.
O pleito do Paraná para antecipar o
calendário de retirada da vacinação contra aftosa está em análise, além
disso o estado terá que concluir a instalação de um posto fixo de
fiscalização agropecuária na divisa com São Paulo e contratar 80
servidores (30 veterinários e 50 técnicos) para reforço na fiscalização.
Este mês, o Ministério, com base nas
evidências apresentadas pelo estado, deverá decidir se o Paraná não irá
vacinar em novembro. Quanto ao Rio Grande do Sul, que também quer
antecipar a retirada da vacinação, desde ontem (2) o Mapa faz auditoria
no serviço veterinário oficial estadual para verificar a viabilidade do
pleito.
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