segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Parceria entre Embrapa e universidade da Escócia vai adaptar novas técnicas de espectroscopia para a agricultura brasileira

Edna Santos - O objetivo da equipe da Embrapa Algodão é adotar a técnica para resolver problemas analíticos na área agrícola
O objetivo da equipe da Embrapa Algodão é adotar a técnica para resolver problemas analíticos na área agrícola
A Embrapa Algodão está recebendo nesta última quinzena de setembro a pesquisadora visitante Carla Ferreira, da Universidade de Strathclyde, na Escócia, para iniciar uma colaboração com a Embrapa Algodão envolvendo os estudos de viabilidade de uma nova técnica e instrumentação para Espectroscopia de Resolução Espacial e Angular (SAR-DRM). Desenvolvido pela universidade escocesa, o protótipo baseado na Espectroscopia no Visível e Infravermelho Próximo (NIR) permite extrair uma quantidade maior de informação de amostras, com mais agilidade e precisão, sem destruí-las.
“Esse equipamento utiliza vários sensores acoplados numa única sonda, dispostos a distâncias e ângulos diferentes entre o detector e a fonte de luz, permitindo que se obtenha uma quantidade de informações muito maior sobre o comportamento da amostra, sobre o espalhamento da luz na amostra e da absorção dos componentes químicos presentes”, explica o pesquisador Gledson Emídio, que está participando da parceria.
A vinda da pesquisadora Carla Ferreira faz parte do projeto Spatially Resolved Spectroscopy for Agricultural Applications, aprovado no final de 2018 pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba - FAPESQ, como parte do edital Newton Fund e UK Academies. Na universidade escocesa, o equipamento vem sendo testado junto à indústria farmacêutica, para avaliar processos em linha, com foco no controle de qualidade em todas as etapas de produção de medicamentos. O objetivo da equipe da Embrapa Algodão, liderada pelo pesquisador Everaldo Medeiros, é adotar a técnica para resolver problemas analíticos na área agrícola.
“Como exemplo, realizar a identificação de patógenos inicialmente em sementes de algodão de forma simples e prática para uma rápida tomada de decisão. Outro desafio é definir indicadores simples para mediar a qualidade da pluma de algodão. Como a técnica baseia-se no espalhamento da luz, o propósito é explorar os atributos físicos que definem as características da fibra. Também queremos identificar a contaminação da pegajosidade em pluma de algodão”, explica.
Outra demanda importante para o setor produtivo é diagnosticar toxinas no amendoim de forma rápida e precisa. “Isso ajudaria bastante na área da exportação e importação de sementes e grãos melhorando a qualidade final. Na cadeia produtiva do leite, a técnica pode ser útil para detectar misturas e adulterações”, avalia o pesquisador.
“Estamos realizando testes em sementes com fungos e sem fungos, na pluma do algodão para avaliar se é possível distinguir os diferentes comprimentos de fibra, vamos também experimentar amostras de leites para ver se conseguimos a separação do leite de cabra e leite vaca e se conseguimos observar quando está misturado, farinhas de milho com diferentes concentrações de proteína, de óleos, e matéria seca”, conta Carla Ferreira.
“Essas parcerias permitem um intercâmbio mais aprofundado com grupos internacionais de excelência fundamentais para o acesso a tecnologias e conhecimento que podem ser utilizados para elevar o nível técnico-científico da Embrapa. Além disso, permite divulgar internacionalmente o trabalho da Embrapa no contexto da agricultura tropical”, afirma Medeiros.
A pesquisadora Carla Ferreira integra o grupo liderado pela pesquisadora Yi-chieh Chen, líder do grupo de medidas analíticas do Departamento de Engenharia Química, da Universidade de Strathclyde e responsável pelo desenvolvimento da técnica e instrumentação para Espectroscopia de 
Embrapa Algodão

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