Produtos agrícolas serão beneficiados com acordo Mercosul-União Europeia
A previsão inicial é de eliminação de tarifas para diversos produtos agrícolas. E serão beneficiados inúmeros setores, de frutas a carnes. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, destacou que os produtores brasileiros ganharão com aumento de vendas ou redução de tarifas. É o resultado do acordo comercial firmado por representantes do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e das 28 nações da União Europeia, em Bruxelas.Esse acordo já era esperado há mais de 20 anos. Segundo a ministra Tereza Cristina, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, produtores rurais brasileiros, de frutas a carnes, serão beneficiados com o tratado comercial. Segundo ela, os ganhos serão para todos, europeus e sul-americanos, em aumento de vendas ou com redução de tarifas.
“Não existe acordo em que um só ganha. É claro que ganhamos em algumas coisas mais, outras menos”, ressaltou. O acordo prevê a eliminação da cobrança de tarifas para suco de laranja, frutas (melões, melancias, laranjas, limões e outras), café solúvel, peixes, crustáceos e óleos vegetais. Atualmente, 24% das exportações brasileiras entram na UE livres de tributos. Com o acordo, a isenção chegará a quase 100% das exportações.
O ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, prevê que os efeitos do livre comércio entre os blocos serão positivo não apenas na agricultura, mas também para a indústria e o setor de serviços. “A União Europeia entendeu a importância de concluir um acordo com o Mercosul. Isso reflete que o Mercosul não é um parceiro qualquer”, ressaltou.
Já o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, diz que o acordo ajuda a abrir a economia brasileira e incrementar a participação do comércio exterior no PIB. “Esperamos um aumento significativo da corrente de comércio exterior. Outro fator é que, como o nosso mercado era muito protegido, o Brasil ficou muito distante das cadeias globais de produção”.
Veja o que prevê o acordo
– Eliminação da cobrança de tarifas para suco de laranja, frutas (melões, melancias, laranjas, limões e outras), café solúvel, peixes, crustáceos e óleos vegetais.
– Exportadores brasileiros de vários setores terão acesso preferencial: carnes (bovina, suína e de aves), açúcar, etanol, arroz, ovos e mel.
– Foram reconhecidos como distintivos do Brasil: cachaças, queijos, vinhos e cafés. Isso significa que a identidade desses produtos será protegida no território europeu.
– O acordo não prevê uso de salvaguardas agrícolas especiais, o que preserva os interesses dos produtores brasileiros.
– Empresas brasileiras terão tarifas de exportação eliminadas para 100% dos produtos industriais.
– Empresas brasileiras poderão participar de licitações da União Europeia, um mercado estimado em US$ 1,6 trilhão
– Redução dos custos e agilidade nos processos de importação, exportação e trânsito de bens
– Produtores brasileiros poderão acessar insumos de alta tecnologia com preços menores.
– Consumidores terão acesso a maior diversidade de produtos a preços competitivos.
– Acordo Mercosul-UE aumentará o PIB brasileiro em US$ 87,5 bilhões em 15 anos, podendo chegar a US$ 125 bilhões se consideradas a redução das barreiras não-tarifárias e o incremento esperado na produtividade total dos fatores de produção. A estimativa é do Ministério da Economia.
– Investimentos no Brasil, em 15 anos, devem crescer da ordem de US$ 113 bilhões.
– Exportações brasileiras terão ganho de quase US$ 100 bilhões até 2035
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