Pesquisadores trabalham no zoneamento agrícola para o Semiárido nordestino
O objetivo é encontrar soluções para a agricultura no Semiárido brasileiro. Em abril, a Embrapa, o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) realizaram reunião técnica de avaliação dos sistemas de produção mais promissores para a região. A intenção é priorizar a inclusão desses sistemas nos futuros Zoneamentos do Semiárido, a fim de facilitar aos produtores locais o acesso a programas como o Proagro e o PSR.
Em 2019, a rede Zarc/Embrapa (zoneamento agrícola de Risco Climático), atendendo às demandas da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Mapa, passou a realizar estudos de Zoneamento para caju, consórcio milho-braquiária, milho primeira safra, feijão-caupi (feijão-de-corda, feijão-macassar) e amendoim. “Os números mais significativos na região são com a soja e o milho, que têm um maior impacto, mas o trabalho com feijão-caupi é importantíssimo para o Norte e Nordeste, onde a cultura é essencial na alimentação da população”, conta o pesquisador da Embrapa Meio-Norte (Teresina, PI) Aderson Soares Júnior.
A previsão é de que o zoneamento do feijão-caupi seja ampliado este ano para a Bahia e o Ceará, e também para os estados de Tocantins e Pará, no Norte, de acordo com o pesquisador Edson Alves Bastos, também da Embrapa Meio-Norte. Ele ressalta, ainda, as ações de aprimoramento que estão sendo pensadas, como a inclusão, na portaria, de uma nota técnica do sistema de produção, que indicará também algumas práticas mínimas recomendadas para a cultura. “Não é mais só dizer a época de plantio e as cultivares, mas devemos elaborar recomendações básicas para que o produtor possa ter mais chances de sucesso. Outra novidade para os próximos anos é a inclusão dos sistemas de produção de caprinos, palma e outras culturas, em especial para o Semiárido”, destaca.
A apicultura é outra alternativa produtiva interessante nesse contexto. A produção de mel e outros produtos apícolas é fortemente influenciada pelo clima. Algumas condições podem, inclusive, provocar severa mortalidade de colmeias. Por isso, está sendo avaliada a possibilidade de essa atividade fazer parte dos sistemas produtivos incluídos no Zarc. A pesquisadora da Embrapa Meio-Norte Fábia de Mello Pereira enfatiza a importância da atividade para o Piauí e o Brasil. “Com a inclusão desses novos sistemas de produção, como a apicultura, por exemplo, teremos que trabalhar a modelagem, levando em conta condições de clima, água e a florada da região, além de outros detalhes específicos da área”, complementa Pereira
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