Projeto D. Helder Câmara renova a esperança no Semiárido
No
final de 2017, cerca de 32 mil agricultores familiares de 667
municípios do Semiárido brasileiro passaram a receber assistência
através do projeto D. Helder Câmara (PHDC). Em sua segunda fase, o
projeto está beneficiando agricultores dos estados de Alagoas, Bahia,
Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e
Sergipe (Nordeste), Minas Gerais e Espírito Santo (Sudeste).
Realizado
pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento
Agrário (Sead) e seus parceiros, em sua essência, o D. Helder Câmara é
um programa de ações referenciais de combate à pobreza e apoio ao
desenvolvimento rural sustentável no Semiárido, embasado no conceito de
convivência, e articulado às dimensões sócio-políticas, ambientais,
culturais, econômicas e tecnológicas, e por processos participativos de
planejamento, gestão e controle social.
A
Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) é
parceira da Sead na execução do projeto, e coordena as ações do eixo
assistência técnica e extensão rural (Ater). Somente para este eixo, o
investimento é de cerca de R$ 410 milhões, recursos do governo federal
repassados à Anater através da Sead, com execução das ações até abril de
2020.
O secretário especial da
Sead, Jefferson Coriteac, destaca a importância da política pública para
os agricultores. “A assistência técnica e extensão rural proporcionam
todo o amparo e a assessoria que o agricultor familiar precisa. Como,
por exemplo, saber se o solo está com qualidade necessária para o
plantio, se a maneira que está sendo feito o manejo está adequada e se a
comercialização está sendo feita da melhor forma. Estudos mostram que
após a assistência técnica, a produção dos agricultores aumenta em 3 a 4
vezes.”
O presidente Valmisoney
Moreira Jardim explica que Anater assume as ações relativas à Ater de
forma muito confortável, porque foi justamente para esse serviço que ela
foi criada e estruturada. “Mas é especialmente gratificante atuar em um
projeto com um viés social tão grande quanto o D. Helder Câmara, se
configurando como uma oportunidade de mostrar como a Ater, junto com as
demais políticas públicas, é capaz de mudar para melhor a vidas das
pessoas e das regiões.”
Execução
Para
executar o eixo Ater, a Anater estruturou uma plataforma tecnológica de
gestão que possibilita o acompanhamento e avaliação das ações do PHDC,
em tempo real. De acordo com a coordenadora do projeto no âmbito da
Anater, Keylly Mateus Noronha, esse sistema é fundamental para os
resultados almejados. “Com o Sistema de Gestão de Ater (SGA), à medida
em que as informações são inseridas, é possível analisar o cumprimento
das metas e fazer intervenções, quando necessário, para que os objetivos
sejam plenamente atingidos”, explica. Essas informações também
contribuem para a efetivação do cronograma de desembolso, uma vez que os
recursos são liberados conforme cumprimento das metas.
Como
as informações são inseridas no sistema pelo próprio extensionista, a
coordenadora destaca que essa função valoriza o papel do técnico. “O
extensionista tem um papel fundamental para o sucesso do projeto, não só
na sua atuação efetiva junto ao produtor, mas também na alimentação do
sistema, pois todo o processo se desenvolve a partir dessas
informações”, avalia.
Keylly Noronha
explica que todos os extensionistas que integram os projetos da Anater
estão passando por curso de qualificação. Esses cursos serão realizados
de forma continuada, balizados nas diretrizes da Política Nacional de
Ater (Pnater), que tem expresso em seus princípios conceitos de uma
pedagogia dialógica e participativa. “Tudo isso para garantir a
efetividade das ações propostas pela agência, que tem um viés no
desenvolvimento comunitário, visando gerar conhecimento dentro da
própria comunidade”, conclui.
Histórico do PHDC
De
acordo com documento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola
(FIDA), a primeira etapa do programa D. Helder Câmara foi realizada de
2000 a 2010, a partir de um acordo de Empréstimo Internacional firmado
entre a República Federativa do Brasil e o FIDA, e de uma doação do
Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), com a proposta de articulação e
diálogo sobre políticas para reduzir a pobreza e a desigualdade no
semiárido do Nordeste do Brasil.
Segundo
o documento, a meta do projeto foi o melhoramento sustentável das
condições sociais e econômicas de 15.000 famílias de assentamentos
federais de Reforma Agrária, e agricultores familiares vizinhos, no
Semiárido do Nordeste, mais especificamente, nos estados do Ceará,
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí, com a devida
consideração de igualdade de gênero, das pessoas idosas e das minorias.
O
PDHC se dividiu em três fases, sendo uma fase introdutória (2000 a
2002), uma fase de decolagem (2003 a 2005), e uma fase de plena
implementação (2005 a 2010). O projeto atendeu mais de 15.000 famílias,
correspondendo a 100% do alvo projetado, atuando com 346 associações em
336 assentamentos de Reforma Agrária e comunidades localizadas em 77
municípios de oito territórios dos seis estados contemplados.
Na
avaliação do FIDA, de maneira geral, o PDHC rendeu frutos na sua plena
implementação, orientado pelo objetivo de fortalecer as habilidades
individuais e coletivas dos beneficiários, visando promover o pleno
exercício da cidadania, melhorias na qualidade de vida, e a criação das
condições necessárias para o desenvolvimento de organizações autônomas
para acessar políticas públicas.
Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater)
Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater)
Nota do Blog: Algum produtor rural, aqui da região central do estado do RN, já foi beneficiado com o projeto"Dom Helder Câmara"? é só uma pergunta.
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