quarta-feira, 8 de setembro de 2021

 

Mais animais por hectare se o produtor rural usar o novo protocolo de carne bovina brasileira de baixo carbono

 

O primeiro protocolo de produção de carnes de baixa emissão de carbono no Brasil, o Low Carbon Brazilian Beef (LCBB), permite, com o manejo adequado do sistema de produção pecuária, um aumento para 125% mais animais por hectare e um peso / ha coberto 163% maior que o manejo convencional. Tudo isso garante a qualidade do produto final, a fixação do carbono no solo e o controle das emissões de metano. Os dados fazem parte de um levantamento feito pelos pesquisadores da Embrapa em uma Unidade de Referência Tecnológica da Pecuária de Corte (URT), localizada no Cerrado baiano.

Segundo Márcia Silveira , pesquisadora da Embrapa Pecuária do Sul , que coordena a validação do protocolo, a marca conceito LCBB pretende valorizar os sistemas de pecuária que não possuem o componente florestal, mas que têm potencial para mitigar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) por meio do manejo adequado de pastagens e a adoção de boas práticas agrícolas.

“O estudo pretendeu avaliar a produção de gado de corte em sistemas com pastagens bem manejadas para validar diretrizes em um ambiente comercial. Os resultados iniciais mostram que, com a implantação das diretrizes do LCBB, é possível garantir a produtividade e a qualidade da carne para aumentar a rentabilidade do agricultor. Tudo isso, sem abrir mão da manutenção ou do aumento dos estoques de carbono no solo e da mitigação das emissões de GEEs, além do efeito de economia de terras relacionado aos ganhos de produtividade do sistema, que permitem aumentar a produção de carne com menor pressão sobre a vegetação nativa. . É mais um passo em direção à eficiência produtiva que considera a qualidade do produto e seu ambiente de produção ”, afirma o cientista.

As diretrizes técnicas para a produção de carne bovina brasileira de baixo carbono, avaliadas na pesquisa, envolvem o cumprimento de práticas adequadas de manejo de pastagens, como monitoramento de altura, reajustes de taxa de lotação, fertilização adequada à demanda de forrageiras e ao nível de intensificação do sistema, bem como a adoção de Boas Práticas Agropecuárias (GAPs).

O protocolo faz parte da Plataforma Pecuária de Baixo Carbono (PBC), iniciativa da Embrapa para contribuir com as estratégias do Plano de Agricultura de Baixo Carbono (ABC +) para os desafios dos cenários de mudanças climáticas. A pesquisa faz parte do Projeto Trijunção, iniciado em dezembro de 2017, e que é coordenado pela pesquisadora  Flávia Santos , da  Embrapa Milho e Sorgo  (Sete Lagoas, MG).

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