As galinhas poedeiras precisam de uma alimentação mais rica para garantir mais produção de ovo
Por ABPA
O brasileiro está consumindo mais ovos. De acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a média de consumo em 2019 era de 235 ovos por pessoa. Este ano deve atingir 250, 8,5% a mais que o ano passado. Com o cenário promissor, o produtor tem investido mais na produção de suas galinhas poedeiras para atender a demanda de mercado.
Um dos pilares que sustenta o desempenho ideal destes animais é a nutrição, que hoje representa em torno de 70% dos custos de produção. “É importante que o criador ofereça uma nutrição adequada e realize um manejo eficiente, para que não comprometa a qualidade e nem a quantidade de produção do plantel. Sem estes dois fatores alinhados, o criador corre risco de ter redução de qualidade até a parada da produção de ovos”, alerta Letícia Lopes da Rocha, coordenadora de produtos e trade marketing da Guabi Nutrição e Saúde Animal.
É importante que o ambiente da granja forneça temperaturas dentro da zona de conforto dos animais e que não ocorra variações térmicas bruscas para garantir o bem-estar e o estímulo ao consumo de alimento. O ideal é que as galinhas em período de postura recebam entre 14 e 15 horas de luz por dia e tenham livre e amplo acesso a água fresca.
Para um desempenho saudável, a galinha precisa receber uma dieta que atenda suas exigências nutricionais, mas há pontos importantes que os produtores devem ficar mais atentos, como:
Cálcio – Os minerais de maneira em geral são essenciais para uma nutrição balanceada e consequentemente uma produtividade eficiente. No caso das aves de postura, o cálcio tem uma grande importância por estar relacionado com a formação da casca. Portanto para obter uma produção efetiva e de qualidade na casca, os níveis de cálcio da dieta devem ser em torno de 3,25 a 3,75%.
Proteína – Ao contrário do que muitos pensam, uma dieta com altos níveis proteicos não irá trazer nenhuma vantagem na produtividade das aves. “O indicado é que seja fornecida uma quantidade adequada de proteína na dieta, que geralmente é em torno de 16 a 17%. Níveis excessivos de proteína, além de elevar seu custo, irá afetar negativamente o metabolismo das aves por aumentar não só o índice calórico alimentar como a excreção de ácido úrico. E para ter este acréscimo na excreta de ácido úrico, as aves precisam ingerir mais água o que gera o amolecimento de suas fezes”, comenta Letícia.
Outra dica que a especialista traz é a criação livre de galinhas “O cage-free ou ainda o free-range que estão cada vez mais comuns por garantir o bem-estar do animal e valorizar o preço do produto. Nestes modelos de criação geralmente é realizada a complementação da dieta com folhagens, legumes, sementes e grãos variados, que resultam em produto diferenciado e muitas vezes em uma coloração da gema mais alaranjada devido à presença de carotenoides em muitos desses alimentos.
“Antigamente eram utilizados pigmentantes artificiais nas rações para alcançar a coloração de gema desejada. Mas, hoje, já existem rações que possuem em sua formulação substâncias que agem como pigmentantes naturais e que ajudam a entregar uma coloração de gema diferenciada”, finaliza Letícia.
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