Documentário no canal National Geographic aborda algodão orgânico
"Os oceanos, a água e o algodão… Está tudo ligado", diz a documentarista Alexandra Cousteau em sua mais nova obra For the Love of Fashion
(Por amor à moda), que será exibida nesta quarta-feira (25), às 17h15,
no canal National Geographic. O filme aborda o cultivo do algodão
orgânico, o impacto nos produtos que chegam aos consumidores e a
necessidade de uma mudança no paradigma da cadeia de produção da
matéria-prima.
Neta do célebre Jacques Cousteau, a apresentadora Alexandra Cousteau é conhecida mundialmente por seu trabalho sobre a importância da conservação da água e a sustentabilidade. Ela viajou pela Índia, Estados Unidos e Alemanha, mostrando os resultados do uso de métodos de produção mais sustentáveis.
O documentário é patrocinado pela empresa C&A, que trouxe essa pauta ao país para estimular a produção de algodão orgânico (sem químicos nem transgênicos) e/ou sustentável (com sementes geneticamente modificadas, mas com uso racional de insumos) no Brasil. A meta da empresa, que já conta com uma linha de roupas feita com algodão orgânico, é chegar a 100% de suas roupas de algodão feitas com matéria prima orgânica ou sustentável até 2020.
"No final, precisamos ter toda a cadeia certificada, não apenas o produtor do algodão. Mas isso depende de cada empresa enxergar valor na certificação e se interessar em obtê-la. Condições mais justas e seguras de trabalho e utilização mais racional da água, tudo isso tem que estar presente em todas as fases do processo de fabricação de uma peça, seja na fiação, tecelagem, confecção, lavanderia ou na própria comercialização do produto pelo varejo. Todo mundo tem que estar na mesma página para garantir que o produto foi produzido de fato de forma mais sustentável", disse o presidente da C&A Brasil, Paulo Correa, em entrevista à Exame.com.
O algodão orgânico traz consideráveis benefícios sociais, econômicos e ambientais, mas representa menos de 1% da produção mundial.
O pesquisador da Embrapa Algodão, Fábio Aquino de Albuquerque, foi convidado para um debate na pré-estreia do filme no Brasil, no último dia 18, e destacou as barreiras principais para a expansão do algodão orgânico. "Por ser uma cultura com muitos problemas fitossanitários sua condução acaba ficando muito onerosa e o risco de perda faz com que nem sempre sejam tomadas as medidas adequadas para garantir a produtividade. Outro aspecto é que o produtor entende que práticas mais sustentáveis não se refletirão em melhor remuneração. Por que cultivar de maneira mais amigável ao ambiente se isso não se reverterá em bônus?", questionou.
Para o pesquisador, uma das formas de aumentar produção de peças com algodão orgânico ou sustentável é "apresentar ao público as consequências de um consumo desordenado e inconsequente". "As pessoas muitas vezes se preocupam com o que comer, mas o vestir está mais ligado à moda, então saber diferenciar moda e modismo, associado ao uso de matérias primas mais sustentáveis é um forte argumento para ser apresentado ao consumidor", defendeu.
No próximo mês de junho, representantes da C&A se reunirão com gestores da Embrapa Algodão para discutir alternativas e parcerias para o incentivo ao produtor de algodão orgânico, visando transferir tecnologia e dar o suporte educacional necessário ao cotonicultor.
Neta do célebre Jacques Cousteau, a apresentadora Alexandra Cousteau é conhecida mundialmente por seu trabalho sobre a importância da conservação da água e a sustentabilidade. Ela viajou pela Índia, Estados Unidos e Alemanha, mostrando os resultados do uso de métodos de produção mais sustentáveis.
O documentário é patrocinado pela empresa C&A, que trouxe essa pauta ao país para estimular a produção de algodão orgânico (sem químicos nem transgênicos) e/ou sustentável (com sementes geneticamente modificadas, mas com uso racional de insumos) no Brasil. A meta da empresa, que já conta com uma linha de roupas feita com algodão orgânico, é chegar a 100% de suas roupas de algodão feitas com matéria prima orgânica ou sustentável até 2020.
"No final, precisamos ter toda a cadeia certificada, não apenas o produtor do algodão. Mas isso depende de cada empresa enxergar valor na certificação e se interessar em obtê-la. Condições mais justas e seguras de trabalho e utilização mais racional da água, tudo isso tem que estar presente em todas as fases do processo de fabricação de uma peça, seja na fiação, tecelagem, confecção, lavanderia ou na própria comercialização do produto pelo varejo. Todo mundo tem que estar na mesma página para garantir que o produto foi produzido de fato de forma mais sustentável", disse o presidente da C&A Brasil, Paulo Correa, em entrevista à Exame.com.
O algodão orgânico traz consideráveis benefícios sociais, econômicos e ambientais, mas representa menos de 1% da produção mundial.
O pesquisador da Embrapa Algodão, Fábio Aquino de Albuquerque, foi convidado para um debate na pré-estreia do filme no Brasil, no último dia 18, e destacou as barreiras principais para a expansão do algodão orgânico. "Por ser uma cultura com muitos problemas fitossanitários sua condução acaba ficando muito onerosa e o risco de perda faz com que nem sempre sejam tomadas as medidas adequadas para garantir a produtividade. Outro aspecto é que o produtor entende que práticas mais sustentáveis não se refletirão em melhor remuneração. Por que cultivar de maneira mais amigável ao ambiente se isso não se reverterá em bônus?", questionou.
Para o pesquisador, uma das formas de aumentar produção de peças com algodão orgânico ou sustentável é "apresentar ao público as consequências de um consumo desordenado e inconsequente". "As pessoas muitas vezes se preocupam com o que comer, mas o vestir está mais ligado à moda, então saber diferenciar moda e modismo, associado ao uso de matérias primas mais sustentáveis é um forte argumento para ser apresentado ao consumidor", defendeu.
No próximo mês de junho, representantes da C&A se reunirão com gestores da Embrapa Algodão para discutir alternativas e parcerias para o incentivo ao produtor de algodão orgânico, visando transferir tecnologia e dar o suporte educacional necessário ao cotonicultor.
Embrapa Algodão
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