quarta-feira, 24 de agosto de 2022

 

Restringir comércio de fertilizantes reduz oferta de alimentos, ressalta ministro

Mapa tem defendido nos foros internacionais, como a ONU, que os produtos sejam excluídos de sanções aplicadas por grandes potências

Foto: Adriana Rodrigues/Mapa

Ao participar da abertura do 9º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, em São Paulo, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, defendeu que o comércio de fertilizantes não seja restringido ou sofra sanções em razão de conflitos internacionais, principalmente pelo conflito envolvendo Rússia e Ucrânia

O ministro destacou que a falta desses insumos, fundamentais para lavouras, afetam diretamente a produção de alimentos. “Restringir o comércio desses insumos afeta a produtividade do campo; reduz a disponibilidade de alimentos; reforça a tendência inflacionária das principais commodities e, como consequência final, ameaça a segurança alimentar global, principalmente das nações mais vulneráveis”, disse no evento, promovido pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

Marcos Montes lembrou que, desde o início do conflito, o Ministério da Agricultura tem defendido nos foros internacionais, como nas Nações Unidas, o livre comércio dos fertilizantes e que os produtos sejam excluídos de sanções aplicadas por grandes potências. No último sábado, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu a retirada de barreiras às exportações de fertilizantes da Rússia, um dos principais fornecedores mundiais.

“Os fertilizantes são elementos centrais da formação dos preços das principais commodities agrícolas. Além disso, são imprescindíveis para garantir índices crescentes de produtividade, promovendo maior eficiência no uso da terra e reduzindo os impactos da produção agrícola sobre o clima”.

Apesar do conflito, o fluxo de entregas de fertilizantes aos produtores rurais brasileiros foi mantido, atendendo a demanda da safra atual. 

O ministro destacou ainda o Plano Nacional de Fertilizantes, que tem como objetivo a adoção de medidas a médio e longo prazo para redução da dependência externa pelos insumos, fortalecimento das políticas de incremento da competitividade da produção e distribuição de fertilizantes no país de forma sustentável. O Brasil é responsável, atualmente, por cerca de 10% do consumo global de fertilizantes, ocupando a quarta posição, atrás apenas da China, Índia e dos Estados Unidos. Porém, mais de 80% dos fertilizantes são provenientes do mercado externo, como da Rússia, China e do Canadá.

Participaram também da abertura do congresso o presidente do Conselho de Administração a Anda, Eduardo Monteiro; o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Francisco Maturro; e o secretário Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Flávio Augusto Rocha.

O congresso prevê debates sobre análise de mercado, gestão de negócios, ESG e inovação e impactos da pandemia e do conflito na Ucrânia no setor.

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