Em
Carta-manifesto e audiência pública o Movimento Sindical dos
Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais aponta a importância da Educação
Popular e da Educação do Campo para o desenvolvimento sustentável |
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Em sua apresentação, a secretária de Políticas Sociais da CONTAG,
Edjane Rodrigues, falou sobre o desmonte da educação pública, “pois não
tem como falar de educação do campo sem falar de educação pública”,
afirmou. “O desmonte da educação é consequência da EM 95/2016. Essa
emenda está comprometendo as metas do Plano Nacional de Educação do
Campo, especialmente a meta nº 20, que prevê que, até 2024, 10% do PIB
seja destinado para a educação. Atualmente estamos em 6%”, explicou a
dirigente.
“Essa redução de orçamento é um sinal claro da falta a de
compromisso desse governo coma educação. Sob justificativa de que nosso
país precisa entrar nos trilhos, temos vivenciado dia a dia nessa casa
medidas e reformas que fazem a gente se perguntar: que trilhos são
esses? Trilho da miséria, do retrocesso, da pobreza, da exclusão, da
desigualdade? Do ataque ao meio ambiente, de ver nosso povo adoecendo
com depressão, suicídio? Que medidas são esses? Que projeto de
desenvolvimento é esse que ataca a democracia? Que aponta a
criminalização dos movimentos? Temos que conversar coma sociedade porque
a democracia está sendo feita nas ruas. É pressionar, denunciar e nos
contrapor a tudo o que esta acontecendo em nosso país, pregando
esperança, conquistando as mentes e corações das pessoas”, argumentou
Edjane Rodrigues.
O representante do INCRA Fabrício Dias apresentou diversos dados
sobre o Pronera, um dos mais importantes programas de educação do campo
do Brasil, que em 21 anos de existência formou mais de 190 mil
estudantes em cursos que vão desde a alfabetização até a pós-graduação.
Nessas mais de duas décadas, mais de mil municípios contemplados e mais
de 100 instituições de ensino foram envolvidas na oferta de529 cursos.
Mas todo esse avanço está comprometido pelo esvaziamento do orçamento do
Pronera. De acordo com Fabricio Dias, a questão orçamentária começa a
ser problema a partir em 2015. Foram quedas sucessivas no orçamento a
partir de 2014, quando foram destinados R$ 35 milhões. Mas em 2015 foram
R$ 33, em 2016, R$ 27 milhões, em 2017, R$ 12 milhões e em 2018, R$ 03
milhões.
Avaliação
A secretária de Políticas Sociais da FETAG-AL, Rilda Alves, o
encontro foi uma excelente oportunidade de construir o debate sobre a
educação do campo e momento de pensar em realizar seminários estaduais.
“A parceria entre as secretarias de Políticas Sociais e Formação e
Organização Sindical foi muito boa e é interessante que o debate
continue. A Audiência pública foi essencial para dar vez e voz na Câmara
dos Deputados, que é a casa do povo e deve ter respeito pela educação
do campo”, afirmou.
Para o secretário de Formação e Organização Sindical da FETAGRI-RR,
Francisco das Chagas Barbosa (Martinho da Vila), o evento fortaleceu a
luta ela educação no campo “e uma das primeiras providencias que devem
ser tomadas quando esse grupo voltar para seus estados é pautar
audiências públicas nas assembleias legislativas e câmaras municipais
sobre a educação do campo. O povo precisa pressionar os parlamentares e
também o governo”, reforçou.
Carta-Manifesto
Como resultado de dois dias intensos de reflexões e debates, os
cerca de 100 participantes do Seminário Nacional: a educação do campo e o
desenvolvimento rural e do Encontro Nacional de construção coletiva do
conhecimento e os movimentos sociais elaboraram uma Carta-Manifesto em
que expressam suas preocupações com a atual situação da Educação do
Campo no Brasil e reiteram a importância e a força da educação popular e
do legado de Paulo Freire para a sociedade brasileira.
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FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG |
terça-feira, 22 de outubro de 2019
Educação no Campo
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