sexta-feira, 30 de novembro de 2018



“Meio ambiente será questão de Estado, e não de governo”, diz Evaristo de Miranda, da Embrapa

O pesquisador, que coordena o grupo técnico sobre o tema no governo de transição, diz que a ordem será a sinergia entre os ministérios.


Depois de ter anunciado por duas vezes a fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, ideia rejeitada tanto pelos ruralistascomo ambientalistas, o presidente eleito Jair Bolsonaro decidiu chamar os “universitários” para cuidar da questão ambiental.
À convite de Bolsonaro, o pesquisador Evaristo Miranda, chefe da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Monitoramento por Satélite, formou um grupo “exclusivo e específico” com a missão de elaborar uma proposta de ação para o futuro Ministro do Meio Ambiente, a ser anunciado nas próximas horas pelo presidente eleito. Evaristo era um dos mais cotados para assumir a pasta, mas recusou o convite.

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“Meio Ambiente será um assunto de Estado, e não de governo”, disse à GLOBO RURAL Evaristo de Miranda, que conta em seu grupo com técnicos do Ibama, ICMBio, Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Agricultura.
A estratégia do governo na área ambiental será a transversalidade, segundo Miranda. “A ideia é criar uma sinergia como nunca houve entre os ministérios no que diz respeito às questões ambientais, reduzindo os conflitos”.
Miranda diz que o diagnóstico feito pelo grupo mostra um grande desperdício de recursos no Ministério do Meio Ambiente.  Uma boa parte do dinheiro é dirigido para as atividades meio, como viagens e repasses para as ONGs (organizações não-governamentais), em vez de atividades fim. O grupo buscou detalhar os conflitos entre os Ministérios da Agricultura e Meio Ambiente, na tentativa de eliminar os enfrentamentos entre as duas áreas.

O grupo espera concluir seus trabalhos no próximo dia 5 de dezembro. O presidente eleito já declarou que não quer um “xiita” no Ministério do Meio Ambiente, numa clara alusão que não vai nomear alguém com perfil ambientalista. Dois nomes estão sendo aventados – Ricardo Sales e Xico Graziano. Os dois foram secretários do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Ontem, o presidente eleito anunciou que o Brasil não vai mais realizar a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP 25, no ano que vem, devido a problemas orçamentários.

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