Eletricidade gerada com a palha da cana-de-açucar pode garantir o consumo de uma grande cidade
Atualmente, a eletricidade produzida a partir da biomassa é responsável por 8% da eletricidade total gerada no Brasil, que foi de 620 TWh em 2016, segundo a EPE. Portanto o uso da palha como matéria prima poderia levar a um incremento de cerca de 6% desse valor. O potencial se baseia nas premissas de produção de 140 kg de palha (base seca) por tonelada de cana-de-açúcar e de recolhimento de metade de toda a palha gerada na colheita da safra passada, em que foram processadas 612 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na região do Centro-Sul do Brasil, 93% do processamento total do País, conforme informa a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).
O Projeto SUCRE tem como principal objetivo aumentar significativamente a produção de eletricidade com baixa emissão de gases de efeito estufa na indústria de cana-de-açúcar, por meio do uso da palha produzida durante a colheita. Essa é uma iniciativa do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materias (CNPEM).
Em termos ambientais, a bioeletricidade gerada pela palha seria capaz de reduzir em cerca de 2% as emissões totais de gases de efeito estufa do Brasil ao ano. Essa estimativa leva em consideração a substituição da eletricidade produzida pelas usinas termelétricas, que são comumente acionadas quando há déficit na produção das hidroelétricas no País. O crédito ambiental estimado de 38 milhões de toneladas de CO₂eq por ano, ou seja, a emissão de gases de efeito estufa evitada, equivale à absorção de CO₂eq por 233 milhões de árvores plantadas no território brasileiro, ou 140 mil hectares de Mata Atlântica.
Gerar energia elétrica a partir da palha da cana pode ser uma das alternativas para se alcançar a meta de redução das emissões em 37% até 2025, prevista no RenovaBio, programa do governo federal que visa contribuir para o cumprimento dos Compromissos Nacionalmente Determinados (NDC) pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris, em 2015, a partir da promoção dos biocombustíveis na matriz energética brasileira.
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