A preservação do meio ambiente tem papel importante da agricultura nacional
Os trabalhos, coordenados pelo pesquisador Evaristo de Miranda, chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite (SP), foram iniciados com a incorporação da base de dados do CAR do Serviço Florestal Brasileiro ao Sistema de Inteligência Territorial Estratégica (Site) do Gite. As informações disponibilizadas contêm dados como o perímetro do imóvel rural, além de mapas das áreas exploradas, consolidadas, de preservação permanente, de reserva legal, de interesse social, de utilidade pública entre outros. Ao todo, quase 4 milhões de imóveis rurais estavam inscritos no CAR até dezembro de 2016, abrangendo uma área cadastrada da ordem de 400 milhões de hectares. Como o cadastramento ainda está aberto, esses números não param de crescer.
Análises do Gite mostram que, no Sul, UCs e terras indígenas protegem 2% da região, enquanto produtores preservam o equivalente a 17% da área da região. Dentro da área agrícola, por sua vez, os agricultores preservam 26% das terras, número superior à exigência do Código Florestal (definida em 20%). No Sudeste, apontam os cálculos, os produtores preservam 17% da vegetação nativa, enquanto o Estado protege 4%. Na área rural, eles preservam 29% de suas terras, número também superior à exigência da legislação ambiental. As análises não contam ainda com os dados do Espírito Santo. De acordo com as análises do Gite, na região Centro Oeste − ainda sem os dados do Mato Grosso do Sul − os produtores preservam em seus imóveis 33% da região, ao passo que áreas protegidas preservam 14%. Na área agrícola, 49% das terras são mantidas em vegetação nativa. Chamam atenção os números do CAR na região Norte. No Tocantins, por exemplo, o estudo aponta que a agricultura preserva o dobro da área total das unidades de conservação e terras indígenas: 20% contra 10%. Nos imóveis, os produtores apresentam uma taxa de preservação da vegetação nativa de 56%. “Esse é o único estado da região não inserido integralmente no bioma Amazônia”, ressaltou Evaristo. Nos estados amazônicos, ele explicou, a proteção ambiental é abrangente: 71% do Amapá, 53% do Amazonas e 50% do Pará, além de amplos territórios recobertos por floresta tropical em terras devolutas.
Até o momento, o Nordeste conta com poucas áreas cadastradas no CAR − 34% do total. Os dados analisados, contudo, acompanham a mesma tendência das demais regiões e revelam o papel dos agricultores na preservação da vegetação nativa. De acordo com os cálculos do Gite, na maioria dos estados nordestinos, os produtores preservam mais de 50% da área de seus imóveis. A área preservada pela parcela de agricultores cadastrados no CAR, até 2016, já representava cerca de 20% da região, enquanto as áreas protegidas conservavam menos de 10%.
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