Cera de carnaúba com nanotecnologia aumenta tempo de prateleira das frutas
Para reduzir essas perdas, pesquisadores da Embrapa desenvolveram uma nanoemulsão de cera de carnaúba usada em experimentos com mamão, laranja, tangerina e tomate que demonstrou ser uma ferramenta promissora no revestimento de frutos por formar uma barreira contra a perda de umidade, troca de gases e ação microbiana.
O composto, reforçado com nanopartículas, foi capaz de preservar a qualidade e prolongar o tempo de vida dos frutos em 15 dias a mais, em média, comparado ao revestimento convencional que não conta com a adição das partículas ultrafinas. Nesses casos, o tempo de prateleira varia de acordo com o fruto e com a temperatura em que é conservado. O mamão, por exemplo, dura até duas semanas com revestimento convencional.
A vantagem é que a matriz usada, a cera de carnaúba, é um produto mais disponível, extraído das folhas da palmeira da carnaubeira, espécie natural da região Nordeste do País. Além disso, é reconhecida como substância segura ao consumo humano pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Por sua pesquisa, Marcela Miranda ganhou o prêmio de melhor pôster no V Simpósio Internacional de Patologia Pós-Colheita, realizado no mês de maio na Bélgica, com o trabalho “Atividades antifúngicas de óleo essencial e extratos de Zingiber Officinale Roscoe em patógenos pós-colheita”.
“Em todos os ensaios, os frutos revestidos com a nanoemulsão demonstraram menor perda de massa, quando comparados a frutos não revestidos e àqueles com emulsões comerciais”, relata Marcela Miranda que realizou o estudo durante o curso de mestrado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O trabalho continua em seu doutorado na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) nos laboratórios de Pós-Colheita da Embrapa Instrumentação.
A solução tecnológica já foi lançada aqui no Brasil e está alinhada a uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas: reduzir pela metade o desperdício per capita de alimentos no mundo até 2030.
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