Estudo completo dos solos brasileiros vai começar este ano
“Os levantamentos sistemáticos de solos no Brasil pararam nos anos 80 do século passado”, disse o pesquisador Maurício Rizzato, da Embrapa Solos. “Com o PronaSolos envolveremos diversos ministérios e órgãos federais em torno de um objetivo: fazer o mapeamento do solo de norte a sul do Brasil no período entre 10 e 30 anos, em escalas que tornem viáveis a correta tomada de decisão e estabelecimento de políticas públicas nos níveis municipal, estadual e federal – 1:25 mil, 1:50 mil, 1:100 mil, respectivamente”, completa o pesquisador. Isso significa que cada um centímetro do mapa corresponde a um quilômetro de área (na escala de 1:100 mil). A definição das escalas dependerá das prioridades governamentais. O maior detalhamento (de 1:25 mil) é desejável, por exemplo, para o planejamento de propriedades e na agricultura de precisão, o que vai influenciar diretamente na concessão de crédito rural.
O Brasil paga um preço alto por não conhecer melhor seu solo: falta de água no campo e em grandes metrópoles; intensos processos erosivos do solo na área rural, que agravam enchentes e provocam desperdício de insumos agropecuários, entre várias outras consequências. Dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA) indicam que 140 milhões de hectares de terras brasileiras estão degradadas, o que corresponde a 16,5% do território nacional. “E a legislação sobre o tema é difusa, existem 26 leis de conservação do solo, em diferentes escalas: ministerial, estadual etc.”, revela o chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Solos José Carlos Polidoro.
A implantação dos Pronasolos deverá proporcionar ganhos na produtividade, economia nos insumos e auxiliar na sustentabilidade do sistema agrícola, diminuindo as emissões de gases do efeito estufa”, conclui a chefe geral da Embrapa Cocais (São Luís-MA) Maria de Lourdes Mendonça.
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