quinta-feira, 21 de julho de 2016

Produtores de algodão querem investir em pesquisas para controlar o bicudo

bicudoO bicudo é considerado a pior praga do algodão desde 1983, quando a espécie foi introduzida no Brasil, mais precisamente no estado de São Paulo. Segundo estimativas divulgadas no ano passado durante o 10º Congresso Brasileiro do Algodão, a presença do bicudo do algodoeiro vem causando perdas de R$ 1,7 bilhão por ano aos produtores. As larvas do bicudo ficam escondidas no interior dos botões florais, o que dificulta sua identificação e combate.
Eliminar o Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) é atualmente o maior desafio dos cotonicultores do Brasil. Essa é a visão de um grupo de representantes dos produtores de algodão da Bahia. O grupo foi conhecer novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas pela Embrapa para o manejo do bicudo nas áreas de ecologia, semioquímicos e controle biológico com fungos.
 O manejo integrado de pragas foi uma das soluções apresentadas pelos pesquisadores Carmen Pires e Edison Sujji, do Laboratório de Ecologia e Biossegurança. No Laboratório de Bioecologia e Biossegurança, eles mostraram aos produtores de algodão um estudo intitulado “Bioecologia do bicudo na entressafra e distribuição espacial na paisagem agrícola”.
Os resultados trazem dados como preferência por alimentos alternativos ao algodão, períodos de dormência e reprodução e rotas de entrada e saída da praga em campo. “Neste momento, precisamos ter acesso a dados de fazendas com populações maiores de bicudo, para saber se a infestação pela praga está ligada à vegetação ou ao manejo”, explicou o pesquisador Edison Sujii.
Os produtores de algodão da Bahia também conheceram as pesquisas na área de ecologia química realizadas no Laboratório de Semioquímicos da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. A pesquisadora Maria Carolina Blassioli de Moraes apresentou as pesquisas realizadas com os semioquímicos, que são substâncias produzidas por insetos e plantas que agem no comportamento dos insetos.
Os pesquisadores da Embrapa também já identificaram os compostos químicos que repelem o bicudo, para os quais estão sendo feitos testes de confirmação de eficácia. No Laboratório de Micologia de Invertebrados, os pesquisadores Marcos Faria e Rogério Lopes apresentaram alguns fungos que podem ser usados no controle biológico do bicudo-do-algodoeiro.

No caso específico do bicudo, o pesquisador explicou que o Metarhizium anisopliae tem se mostrado bastante eficaz, mas ressaltou que ainda é preciso desenvolver formas de produzi-lo em larga escala com baixos custos.

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