segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Qualidade da água no campo ajuda a vida do agricultor e o desempenho do rebanho

fossa2Apenas dois por cento da área rural do Brasil é atendida com saneamento adequado. Porém, duas tecnologias sociais de custo relativamente baixo podem ser adotadas para resolver o problema. É o que garante o pesquisador e chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Gado de Leite, Marcelo Otenio, Ele explica o uso do clorador e fossa séptica, que proporcionam importante impacto na saúde e na qualidade de vida da população rural e na qualidade do leite produzido nas propriedades.
Para o pesquisador, “Várias etapas da atividade agropecuária necessitam de água: produção de forrageiras, alimentação do rebanho, limpeza dos tetos para ordenha, limpeza dos equipamentos e vasilhames, bem como a higienização das instalações”.
A instalação de cloradores no ponto de chegada da água à propriedade é o suficiente para deixar essa água em perfeitas condições de consumo. A implantação do sistema é fácil e pode ser vista passo a passo também em uma cartilha, distribuída pela Embrapa. Trata-se de um conjunto de canos e registros de PVC que tem o objetivo de guiar a entrada da água a um depósito de pastilhas de cloro antes de chegar à caixa d’água.
Otenio também apresentou a tecnologia da biodigestão para tratar o esgoto da propriedade. O processo pelo qual a matéria orgânica contida no esgoto é digerida pelas bactérias que atuam na ausência de oxigênio acontece por meio da fossa séptica. Nela, o esgoto dos banheiros das residências rurais é lançado dentro de um conjunto de caixas d’água ligadas uma a outra e não no solo, córrego ou rio, como é feito na maioria das propriedades. O líquido acumulado na última caixa da fossa séptica se transforma em um biofertilizante, que pode ser utilizado como adubo.

Entre as vantagens de utilizar a fossa séptica estão a diminuição da poluição da água e do solo, ajudando a evitar doenças transmitidas pela água contaminada e o uso biofertilizante, que é rico em nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio. “Com o aumento do número de moradores rurais utilizando fossas sépticas, espera-se reduzir consideravelmente a poluição de solos, córregos e rios. Trata-se de um instrumento de saúde pública”, apontou.

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