Um capim com mil e uma utilidades agora é preparado para novo uso

O
capim elefante vem se destacando também nas pesquisas como fonte de
energia. O capim-elefante pode abastecer caldeiras, gerando vapor que
movimenta turbinas e aciona um gerador. É o que está fazendo a Sykué
Bioenergya, empresa em São Desidério, na Bahia, colocando energia na
rede de transmissão brasileira. Em Goiás, algumas indústrias de cerâmica
vermelha fizeram experiências na substituição da lenha pela gramínea
nos fornos. O capim-elefante também pode virar lenha ecológica, por
meio de um processo de compactação que o transforma em briquetes ou
péletes. Por fim, serve como matéria-prima de etanol celulósico, chamado
de 2ª geração. Como qualquer material vegetal, da celulose nele contida
podem ser extraídos açúcares que, fermentados, dão origem ao
biocombustível que abastece automóveis e até aviões.
Para o pesquisador José Dilcio Rocha, da Embrapa Agroenergia (DF), a
inserção do capim-elefante na matriz energética nacional tem papel
estratégico. Primeiramente, ele pode ser uma ferramenta de
descentralização da produção, permitindo a geração de eletricidade e a
produção de biocombustíveis em locais onde a construção de hidrelétricas
ou o cultivo de biomassas tradicionais não é possível. O Ministério das
Minas e Energia prevê a necessidade de aumentar a capacidade instalada
de geração de energia no Brasil dos atuais 124,8 GW para 195,9 GW até
2023. “Às vezes, a solução de que você precisa não é nacional, mas
regional”, ressalta Rocha.
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