sábado, 30 de junho de 2018

O AGRO É MORTE! >> Bancada ruralista aprova “Pacote do Veneno”


Proposta torna liberação de novos agrotóxicos mais fácil - Créditos: Foto: Agência Brasil

A Comissão Especial da Câmara dos Deputados que debate o Projeto de Lei (PL) 6.299/2002, conhecido como "PL do Veneno", aprovou nesta segunda-feira (25) o relatório apresentado pelo deputado Luiz Nishimori (PR-PR), que argumentou por sua aprovação no plenário.
Foram 18 votos favoráveis e nove contrários ao texto, que, por ter sido analisado por uma Comissão Especial, não precisa passar pelas comissões permanentes e pode ser colocado na Ordem do Dia da Casa para votação definitva.
O projeto tem como objetivo flexibilizar as regras para facilitar a adoção de novos agrotóxicos no país. Caso seja aprovado na Câmara dos Deputados, deve passar ainda pelo Senado e pela sanção presidencial.
De interesse do capital ruralista, a proposta de nova legislação foi defendida como forma de “modernização da agricultura”. Valdir Colatto (MDB-RS) defende a flexibilização na liberação de novas substâncias: "o Brasil não tem dinheiro para pesquisa. Temos que aproveitar as pesquisas feitas em outros países. Todo remédio lançado no país é analisado pela Anvisa?", questionou.
Alessandro Molon (PSB-RJ), um dos parlamentares contrários ao PL, contestou essa posição: “estão colocando a lucratividade acima da saúde das brasileiras e dos brasileiros. Por que não escrevem no relatório que produtos que causem câncer estão proibidos?”, criticou.

Instituições de pesquisa científica, como o Instituto Nacional do Câncer e a Fundação Oswaldo Cruz, se manifestaram de forma contrária ao PL, por conta da associação entre agrotóxicos e doenças cancerígenas. O Ministério Público Federal também questionou a constitucionalidade da proposta, que impede que estados e municípios tenham legislações mais restritivas que a federal. 
Mais de 200 organizações da sociedade civil também lançaram manifesto contrário ao PL. No próprio site da Câmara, consulta digital não vinculativa indica que 90% da população rejeita as mudanças propostas na legislação. 
A oposição, durante as reuniões da Comissão, fez reiterados pedidos para que os parlamentares pudessem ouvir as instituições de pesquisa científica. Com maioria na Comissão, os ruralistas rejeitaram todos pedidos neste sentido.

Vaca nelore é vendida por R$ 2 milhões em feira de Avaré (SP)

Animal com 10 anos de idade foi arrematado em leilão e venceu 37 grandes campeonatos



vaca-nelore-2-milhões (Foto: Divulgação/Programa Leilões)
O campo continua distante da crise. Durante a tradicional Exposição Agropecuária de Avaré (SP), três leilões de gado da HRO, marca tradicional selecionadora da raça nelore, faturaram R$ 6,2 milhões. Foram vendidos 129 lotes de fêmeas e prenhezes nelore.
Em um leilão de elite, a empresa, em parceria com a Agropecuária Vila dos Pinheiros e a Fazenda Guadalupe, negociaram 100% da propriedade da famosa vaca Parla FIV AJJ, vencedora de 37 grandes campeonatos que avaliam a aparência externa/estrutura do gado, por R$ 2 milhões. Ela, doadora de embriões, tem 10 anos e foi negociada junto com dois clones. O alto valor do animal é justificado pela capacidade de gerar embriões de alta qualidade, que posteriormente são vendidos pelos proprietários.


Somente o remate de elite faturou R$ 3,9 milhões. A exposição de Avaré fechou a edição deste ano com um balanço positivo. Mais de 10 mil pessoas compareceram ao Parque Fernando Cruz Pimentel, onde o evento foi realizado.
Tinha nelore, angus, quarto de milha, mangalarga, crioulo, mini-horse, julgamentos, provas de rédeas, três tambores, leilões e muito mais. O presidente do Núcleo de Criadores de Nelore de Avaré, Luiz Carlos Marino, meu conhecido há 30 anos, diz que a Exponel mostra a força da pecuária brasileira. “O agronegócio é o setor mais importante da economia nacional e a Exponel Avaré a cada ano que passa se consolida como uma grande vitrine do segmento. Começamos com o nelore e hoje temos várias outras raças bovinas e equinas participando da exposição. São quatros dias de aprendizado e troca de experiências, além de negócios.”, diz.

ABQM apresenta regras em vaquejadas que garantem o bem estar dos animais                                                                       l

vaquejada - puxando o boiA vaquejada nordestina está cada vez mais preparada para proteger a saúde dos animais e assim, assegurar seu lugar como esporte regional, mantendo as características de uma cultura tradicionalmente criada pelo vaqueiro nordestino. Após vários estudos e deliberações, a Associação Brasileira do Quarto de Milha, apresenta as principais regras para garantir o bem estar de cavalos e bois que participam das festas.
Já há algum tempo, as festas vem sendo monitoradas e recebem acompanhamento de especialistas como veterinários e zootecnistas para fiscalizar e punir todo aquele que promover maus tratos aos animais. A fiscalização é feita nas pistas de corrida e imediatamente após o desempenho dos concorrentes. Os profissionais acompanham cada animal para conferir se há algum ferimento ou doença.
Dessa forma, foi criado um manual com regras específicas que servem como prática e controle durante a realização de uma vaquejada. Portanto, acompanhe abaixo os instrumentos de garantia do bem-estar dos animais.
1º   Nenhum cavalo ou boi pode apresentar ferimento, mesmo que superficial;
2º   Quem viola as regras é punido de forma severa;
3º  É proibido puxar o boi diretamente pela cauda. Usa-se um protetor que evita lesões no animal;
4º  Cada boi participa de uma única vaquejada;
5º  Além dos juízes oficiais, veterinários fiscalizam o bem-estar animal;
6º  A vaquejada, manifestação cultural bicentenária, é opção de lazer para milhares de pessoas e garante o sustento de milhares de famílias;
7º Criadores, proprietários e atletas tratam os animais com muito carinho;

8º A ABQM defende a vaquejada e os esportes equestres no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal.

Governo cria plano especial para aumentar produção de feijão no país


feijões e pulsesA iniciativa é resultado de parceria do Ministério da Agricultura e das entidades do setor liderado pelo Conselho Brasileiro do Feijão e Pulses (CBFP) e pelo Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (IBRAFE). Entre as metas do plano está a de ampliar em 5 quilos per capita ano o consumo de feijão no país; elevar a exportação em 500 mil toneladas anuais até 2028 de feijões e pulses, que são lentilha, grão de bico e ervilha,  e incrementar em 20% a produção de variedades diversificadas de pulses, para abastecimento dos mercados interno e externo.
O Plano Nacional para o Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Feijão e Pulses, segundo  ministro Blairo Maggi  destacou que o objetivo é aumentar a participação no mercado internacional do agronegócio, porque o país precisa diversificar as culturas, além da soja e do milho, investindo, por exemplo, na produção de feijões, leguminosas e frutas.
O Plano nasceu a partir da detecção da demanda crescente da Ásia por grãos secos, na viagem do ministro Blairo Maggi aquele continente em 2016. Os principais desafios à implementação são aumentar a capacidade de armazenagem; compensar a oscilação de preços, reforçar a sanidade vegetal; estimular o processamento e a industrialização para agregar valor aos produtos e; maior assistência técnica e extensão rural (ATER) pois a maioria dos produtores são de pequeno e médio porte.
A previsão de aumento das exportações, segundo o ministro é, especialmente, de produtos como grão de bico e ervilhas. “O Brasil tem uma grande oportunidade de fornecer a outros países, principalmente à Índia, onde estimam uma demanda em torno de 30 milhões de toneladas nos próximos 20, 30 anos. Isso significa uma área em torno de 10 milhões de hectares semeados. É renda para o produtor e um caminho para diversificar a produção”.
A produção e o consumo de feijão no Brasil seguem estáveis há mais de 10 anos. Em 2011/12 a produção do grão era de 2,9 milhões de toneladas e na safra passada o volume era de 3,3 milhões de toneladas. A exportação de feijões somava 36.164 toneladas em 2012, e, no ano passado chegou a 106.330 t .

Um dos principais motivos da exportação quase simbólica de feijão, comparada aos outros grãos, é que a produção se concentra basicamente no feijão carioca, variedade que não encontra muita demanda no exterior. Até pouco tempo, o Brasil também tinha uma produção muito pequena de pulses.
MAPA

Laboratório da EMPARN recebe o Certificado de Excelência


O laboratório de análise de solos da EMPARN, acaba de receber o Certificado de Excelência 2017, da Embrapa Solos, empresa responsável pelo Programa de Análise de Qualidade de Laboratórios de Fertilidade (PAQLF), que certifica que o laboratório atendeu com excelência os critérios de análise de solos. Esse certificado garante a confiabilidade do trabalho desenvolvido pelo laboratório da EMPARN, no serviço prestado à população.
O Certificado de Excelência recebido pelo laboratório da EMPARN, só veio confirmar a alta qualidade do laboratório que ano a ano aumenta o número de análises de amostras de solos, água, plantas, bactérias e calcário. Um exemplo disso é o número de análises de solos realizadas em 2017, foram 2.685 análises, número bem acima da média registrada nos últimos dez anos, que é de 1.679. Em um comparativo com a quantidade de análises de água, que também é um serviço muito solicitado, a demanda por estudo do solo também foi muito superior, no ano passado foram realizadas 1.075 análises de água, contra 2.685 de solo.
Para o químico responsável pelo laboratório, Alfrêdo Osvaldo Dantas, a maior procura foi por parte dos agricultores que necessitavam de financiamentos. O laudo é um dos documentos exigidos pelos bancos, para que seja feita a avaliação do potencial produtivo do solo da propriedade, nele também tem a recomendação e orientação do agrônomo do laboratório sobre o melhor produto para plantar no solo analisado. A credibilidade do laboratório da EMPARN, também é reconhecida fora do Rio Grande do Norte, já que é procurado por agricultores de outros estados, tais como: Alagoas, Ceará, Piauí, Paraíba, Pará e Pernambuco.
O laboratório, funciona na sede da empresa, na Estação Experimental Rommel Mesquita de Farias, no Jiqui. Em 2017, além das análises de solo e de água, o laboratório realizou também 375 análises de plantas; 362 bacteriológicas e 18 amostras de calcário, dos diversos parâmetros físicos, químicos e biológicos. O centro de análises faz pesquisas para diversos órgãos ambientais como encaminhamentos do instituto de águas (IGARN) e para o programa Água Azul, do Idema. Além de atender demandas de produtores rurais interessados em garantir a qualidade da água e do solo para obter altas produtividades nos plantios.
Apesar da difícil situação enfrentada pelo setor agropecuário potiguar nos últimos 6 anos com a escassez de água na região Nordeste, o número total de análises realizadas no laboratório da EMPARN, é sempre crescente, ao todo em 2017 foram 4.515, enquanto que no ano anterior (2016), o laboratório fez 3.895 análises. Esse ano, nos cinco primeiros meses foram realizadas em média 1.300 análises.
O laboratório conta com diversos instrumentos modernos e de alta precisão, dentre eles absorção atômica, forno de grafite, espectrofotômetro, analisador de carbono, cromatógrafo de cátions e anions. São equipamentos essenciais para determinação de amostras de solo, planta, água, calcário, adubos orgânicos e rações para consumo animal. A equipe técnica é composta de pesquisadores e auxiliares qualificados e experientes garantindo o alto padrão dos serviços laboratoriais, dentre os quais três doutores em agronomia, dois mestres em engenharia sanitária, cinco químicos, dois biólogos e quatro técnicos em laboratório.

Praga na agricultura pode levar 300 milhões à fome na África, alerta ONU

Lagarta-do-cartucho atinge 22 milhões de quilômetros quadrados e pode comprometer 20% da produção de milho do continente


lagarta-cartucho (Foto: Divulgação/Aprosoja-MT)
A lagarta do cartucho já atinge uma área de 22 milhões de quilômetros quadrados de campos de milho e sorgo na África e tem potencial de levar cerca de 300 milhões de pessoas à situação de fome. O alerta é da Organização das Nações Unidas (ONU), que reforçou o apelo por ajuda internacional para agricultores africanos lidarem com a praga. Estima-se que apenas dez países no continente não tenham sido atingidos.
A ideia da ONU é envolver pelo menos 500 mil agricultores africanos na iniciativa de apoio. Nos cálculos da instituição, seriam necessários US$ 23 milhões para bancar o apoio à agricultura local, de acordo com Gustavo González, diretor da Divisão de Mobilização de Recursos da FAO, o órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.

Estimativas apontam ainda que pelo menos 20% da produção anual de milho estariam sob risco por causa da lagarta do cartucho. Seriam um déficit de 16 milhões de toneladas, com perdas equivalentes a US$ 5 bilhões. Os pequenos agricultores seriam os mais afetados.

“Qualquer dano adicional causado pela praga teria consequências drásticas na vida de dezenas de milhões de produtores da região subsaariana”, diz a FAO.

Índia vai comprar do Brasil bois para reprodução e ovos sem patógenos específicos

Raça leiteira

O gado zebu é originário do país, mas o melhoramento genético realizado no rebanho brasileiro tornou-o atraente a criadores indianos

O gado zebu é originário do país, mas o melhoramento genético realizado no rebanho brasileiro tornou-o atraente a criadores indianos
O gado zebu é originário do país, mas o melhoramento genético realizado no rebanho brasileiro tornou-o atraente a criadores indianos

A Índia vai comprar do Brasil bovinos para reprodução e ovos Livres de Patógenos Específicos (Specific Pathogen Free, SPF, na sigla em inglês). O Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) recebeu nesta quinta-feira (28) informe da aceitação dos modelos de certificados zoossanitários para exportação pelo Departamento de Pecuária, Laticínios e Pesca da Índia (Departament of Animal Husbanfry, Dairying & Fisheries of Ministry of Agriculture and Farmers).
Os negócios envolvendo embarques de bovinos e material de reprodução se intensificaram em abril, na 84ª Expozebu, em Uberaba (MG). Nove países participaram das rodadas de negociação promovidas pelo DSA, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).
A Índia é o país de origem do gado Zebu, mas o melhoramento genético realizado no rebanho zebuíno brasileiro gerou ganhos de produtividade e tornou-o atraente a criadores indianos. Segundo o secretário de Relações Internacionais do Mapa, Odilson Silva, enquanto uma vaca da raça Gir (zebuína) leiteira produz no máximo, 6 Kg/dia de leite na Índia, o rebanho Gir leiteiro do Brasil, fornece 15 Kg/leite por dia e uma fêmea Gir de elite produz cerca de 70 kg diários de leite.
Maior produtora de leite do mundo, a Índia está investindo na melhoria genética de seu rebanho. Desde 2016, o Brasil exporta sêmen bovino para produtores indianos e, recentemente, autorizou a importação de embriões bovinos “in vivo” (gerados no ventre da mãe).
Em relação às exportações de ovos SPF, as tratativas entre os dois países foram iniciadas em 2014. Esses ovos são produzidos em estabelecimentos avícolas registrados e monitorados sanitariamente pelo ministério e têm alto padrão de biosseguridade. Os ovos SPF são matérias-primas para a produção de insumos, antígenos e vacinas para animais, assim como de vacinas para uso humano. Também são utilizados como meios de cultura in vivo para pesquisas científicas e diagnóstico de microrganismos responsáveis por ocasionar doenças em humanos e animais.
Poucos países no mundo produzem esse tipo de ovo, em virtude do nível de tecnologia e controle sanitário aplicados nos estabelecimentos avícolas autorizados a realizar a atividade. O Brasil produz cerca de cinco milhões de ovos SPF, por ano, o que representa ao redor de 8% da produção mundial. Cada unidade de ovo SPF tem preço médio de R$ 5,50.
A Índia tem uma demanda de consumo de ovos SPF estimada em 1,8 milhão de unidades por ano, o que poderá torná-lo o maior cliente do Brasil para esse produto.

Exportação brasileira de carne de frango sofre uma redução

carne de frango penduradaAs exportações brasileiras de carne de frango, incluindo todos os produtos, entre in natura e processados, totalizaram 1,601 milhão de toneladas entre janeiro e maio deste ano, conforme levantamentos feitos pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O saldo acumulado pelo setor no ano foi 8,5% inferior em relação ao ano passado, quando foram obtidos 1,750 milhão de toneladas.
Em receita, as vendas de carne de frango alcançaram US$ 2,602 bilhões, saldo 12,3% menor que os US$ 2,966 bilhões registradas nos cinco primeiros meses de 2017. Considerando apenas o mês de maio, houve uma retração de 4,7% nos volumes embarcados, com 333,2 mil toneladas em maio deste ano, contra 349,5 mil toneladas no mesmo período do ano passado.  Em receita, as vendas do quinto mês de 2018 chegaram a US$ 517,6 milhões,13% inferior aos 594,8 milhões registrados no ano anterior.
“Os efeitos da paralisação dos caminhoneiros serão sentidos somente nos levantamentos realizados em junho, devido à metodologia de estatísticas de exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio”, analisa Francisco Turra, presidente da ABPA.

O México tem se destacado pelo crescimento absoluto mais expressivo entre todos os importadores da carne de frango brasileira.  Para lá, foram exportadas 44,8 mil toneladas nos cinco primeiros meses deste ano, 100% a mais que no ano anterior. Outro mercado com compras expressivas é a China.  Incrementando suas importações em 12%, o mercado chinês foi destino de 179,9 mil toneladas entre janeiro e maio deste ano.

Ações do Incra no bioma Caatinga são apresentadas em Conferência



O Incra apresentou na II Conferência da Caatinga a contribuição da reforma agrária para o desenvolvimento socioeconômico de famílias assentadas residentes no bioma, presente em nove estados nordestinos e no norte de Minas Gerais. Venda de produtos desenvolvidos em assentamentos cearenses e informativos sobre planos de manejo e sustentabilidade ambiental foram outros destaques da autarquia no evento, realizado de 19 a 21 de junho na Assembleia Legislativa do Ceará (Alce).
Técnicos de nove superintendências do Incra no Nordeste explicaram que iniciativas de redistribuição de terras em regiões cobertas pela Caatinga são relativamente recentes. Dos 1.925 assentamentos presentes no bioma, 97% foram criados após a Constituição de 1988.
“A Carta Magna reconhece a necessidade de reformular a questão agrária no país e estabelece competência exclusiva da União, e do Incra, em desapropriar por interesse social para fins de reforma agrária o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social”, explicou o perito agrário do Incra/CE, Deodato do Nascimento Aquino, em palestra na programação da conferência, realizada na manhã da quinta-feira (21).
A partir da criação dos assentamentos, 118.626 famílias tiveram acesso à terra em áreas localizadas no bioma. Ações do Incra como a oferta de créditos para produção, construção de casas, implementação de infraestrutura hídrica e viária, desenvolvimento de projetos educacionais e culturais, além da oferta de assistência técnica, contribuíram para que os agricultores familiares pudessem conviver com as dificuldades impostas pelas características presentes nesta região semiárida do país.
Por fim, destacou-se na apresentação que o foco atual da autarquia na região é a entrega de títulos de propriedade às famílias assentadas. A ação deve ser feita de forma criteriosa, para garantir as condições necessárias de permanência na terra conquistada, além de prevenir contra a possibilidade de reconcentração de terras e formação de latifúndios em áreas já reformadas.
Produção em destaque
No estande montado pelo Incra, os participantes conheceram exemplos exitosos de produção e geração de renda das famílias assentadas. Representantes de Coqueirinho, área reformada no município cearense de Fortim, ocuparam o espaço para venda de bolos típicos da culinária nordestina, feitos com matéria-prima cultivada sem uso de agrotóxicos.
“Nossa associação participou de capacitação para produção de bolos artesanais como forma de beneficiar e agregar valor ao nosso cultivo orgânico”, explicou Carlos de Oliveira, que acompanhado do também assentado Aldelio Neto, era responsável pelo atendimento e venda dos bolos de milho, pés de moleque e macaxeiras expostos no estande. Os bolos agradaram em cheio, e metade dos 110 levados já tinha sido vendida nas duas primeiras horas da programação da quarta-feira (21) da Conferência.
De acordo com Oliveira e Neto, a produção de bolos integra uma série de ações de Coqueirinho para ampliar a geração de renda das famílias. A comunidade tem forte aptidão para o turismo, por ser localizada no litoral leste do estado, em área de praia. A Pousada Rural oferece hospedagem para turistas nacionais e estrangeiros, além de estudantes universitários e participantes de eventos sediados no assentamento.
Além de usufruir das belezas locais, o hóspede tem a chance de conhecer o cotidiano das famílias e a história de criação do assentamento, contada em um espetáculo teatral encenado por atores da comunidade, formados a partir de cursos e capacitações fomentados pelo Projeto Arte e Cultura na Reforma Agrária (Pacra), do Incra/CE. A alimentação fornecida na pousada é toda produzida com frutas e verduras orgânicas.
Sustentabilidade Ambiental e geração de renda
O Serviço de Meio Ambiente do Incra/CE apresentou painel com proposta de ampliação de Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) em áreas reformadas no Ceará e a criação de uma rede para comercialização de produtos florestais, extraídos de forma sustentável e em conformidade com a legislação ambiental. Atualmente, 66 PMFS estão implantados em 63 assentamentos do estado, em uma área de 33,7 mil hectares de Caatinga manejada, com 3.605 famílias beneficiadas. Há possibilidade de expansão, a partir de 47 assentamentos com recursos florestais já identificados.
Grito da Terra Estadual 2018 – Fetraece conquista cerca de R$ 6,5 milhões para agricultura familiar
O movimento sindical rural cearense liderado pela Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece) realizou na manhã de quarta-feira (27), em Iparana, Caucaia, a 23ª Edição do Grito da Terra Estadual. O governador do Ceará, Camilo Santana, esteve no evento para anunciar pessoalmente aos mais de dois mil agricultores e agricultoras familiares o resultado das negociações realizada pela Fetraece com o Governo do Ceará. Ao todo, Camilo Santana autorizou o investimento de aproximadamente R$ 6,5 milhões para o fortalecimento da agricultura familiar cearense em atendimento a pauta de reivindicação do Grito da Terra. 
 
 
O presidente da Fetraece, Raimundo Martins, agradeceu ao Governador por sempre ter se mostrado aberto ao diálogo e ouvir a classe trabalhadora. “Quando é preciso pressionar o Governo, estamos lá pressionando, pois queremos o melhor para cada agricultor e agricultora familiar, mas quando o Governo busca o fortalecimento da agricultura familiar, agradecemos e elogiamos o empenho. O governador Camilo Santana tem se mostrado um grande parceiro do movimento sindical rural, sempre atendendo as solicitações da Fetraece”, afirmou Raimundo Martins. 
 
Na busca para garantir o fortalecimento da assistência técnica e extensão rural no Estado do Ceará, serão destinados R$ 2 milhões. Os últimos recursos destinados exclusivamente para a assistência técnica, em parceria com a Fetraece haviam sido de R$ 650 mil. “Estou ampliando este ano para R$ 2 milhões”, informou Camilo. Já para locação, perfuração e instalação de 100 poços profundos serão investidos mais R$ 2.500.000,00. O Governo do Ceará também vai garantir a instalação de 60 casas de sementes crioulas, através dos projetos Paulo Freire e São José e implantação de 10 novas Casas Digitais.
 
Conforme assinado, a implantação de 200 tecnologias para reuso d´água, dentro do programa Bioágua, da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) está garantida a partir da liberação de R$ 1.500.000,00. Outra reivindicação atendida diz respeito à regularização fundiária. “A nossa meta é universalizar e, para isso, temos ampliado recursos. Trouxe o convênio que assino, autorizando os sindicatos rurais a entregar títulos de terras aos agricultores”, ressaltou. Para o Projeto Uruanan, área reformada do Pirangi, o montante vai ser de R$ 300.000,00.
 
Outro anúncio feito foi a criação de um grupo técnico com a participação de diversas secretarias do Estado, para que seja elaborado Projeto de Lei que visa o apoio a ampliação das escolas de famílias agrícolas no Ceará. “A finalidade é garantir a sustentabilidade educacional e preservar o trabalho comunitário definido a partir das associações das famílias agricultoras”, explicou o governador Camilo Santana.
 
O Grito da Terra ocorre anualmente e é a maior ação de massa realizada pelos agricultores e agricultoras familiares cearenses.
 
A mesa da Plenária do Grito da Terra foi composta por: Raimundo Martins (Presidente da Fetraece); Camilo Santana (Governador); José Guimarães (Deputado Federal); Moisés Braz (Deputado Estadual); De Assis Diniz (Secretário da SDA); Ana Teresa Barbosa (Presidente do Instituto Agropolos); Cícera Vieira (Secretária de Mulheres da Fetraece); José Wilson Gonçalves (Coordenador da Contag no Nordeste); Dedé Teixeira (Deputado Estadual); Wil Pereira (Presidente da CUT-CE); Marcos Jacinto (membro da coordenação da ASA); entre outras autoridades.
FONTE: Comunicação FETRAECE 

AssessoNutri – Serviço de Assessoria Nutricional remota para pequenos ruminantes


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O AssessoNutri é um serviço de assessoria nutricional remota para pequenos ruminantes que oferece recomendações nutricionais de forma ágil, fácil e barata, graças ao uso de uma tecnologia de ponta para análise de alimentos e a modelos matemáticos que permitem calcular as exigências nutricionais dos animais, nas condições dos sistemas de produção brasileiros.
É através da alimentação que os animais obtêm os nutrientes necessários para sua manutenção, crescimento e produção, mas é importante fornecer esses nutrientes de forma balanceada, para que não haja excessos nem deficiências. O uso de práticas alimentares adequadas pode reduzir em mais de 20% os custos de produção.
Mas como saber quais alimentos e em que quantidades devemos fornecer aos animais? Reunir essas informações pode ser complexo, caro e demorado. Além disso, o balanceamento de rações depende de mão-de-obra especializada, nem sempre disponível.
Através do AssessoNutri, o produtor poderá fornecer aos animais dietas balanceadas específicas para cada fase do ciclo de produção, garantindo que eles recebam todos os nutrientes necessários, com o menor custo possível.

Benefícios

· Válido para animais confinados e em pastejo.
· Permite o monitoramento da disponibilidade de nutrientes no pasto ao longo do ano.
· Reduz os custos de produção associados à alimentação dos animais.
· Possibilita a redução de desperdício de nutrientes.
· Possui acesso facilitado via Internet.
· Fornece recomendações de rações de custo mínimo.
· Tecnologia limpa: realiza análises de composição bromatológica sem geração de resíduos.
· Orienta a correta nutrição dos animais separando-os por categoria e objetivo de produção.

Como participar

Produtores individuais e associações de produtores

Produtores de caprinos e ovinos podem aderir ao serviço de forma individual ou coletiva, optando por duas modalidades de laudo nutricional:
1) laudo customizado, com recomendações nutricionais específicas para cada lote de produção;
2) laudo de zoneamento microrregional da qualidade dos pastos, com recomendações nutricionais para diferentes categorias de animais.
Selecionada a modalidade de serviço, o produtor precisa apenas seguir as instruções para envio de amostra de fezes dos animais e, opcionalmente, dos alimentos que serão utilizados em sua alimentação para o laboratório credenciado mais próximo. O prazo de atendimento é de até três dias úteis após o recebimento das amostras pelo laboratório. Os custos de adesão variam de acordo com o número de recomendações solicitadas: quanto maior o número de solicitações, menores são os custos de adesão.

Órgãos governamentais

Instituições públicas podem aderir ao serviço por meio de sua inclusão em política pública específica. A modalidade de serviço disponível, nesse caso, é a de fornecimento de laudo de zoneamento microrregional da qualidade dos pastos, com recomendações nutricionais para diferentes categorias de animais. Essas recomendações são baseadas em amostras de fezes de animais coletadas em diferentes propriedades rurais, conforme orientações do AssessoNutri, e enviadas para o laboratório credenciado para serem analisadas. Boletins periódicos contendo formulações de rações balanceadas são disponibilizados para acesso de todos os produtores da região de abrangência de política pública.

Contato
cnpc.assessonutri@embrapa.br
Esta solução tecnológica foi desenvolvida pela Embrapa em parceria com outras instituições. 

Nanocelulose vegetal é usada no tratamento de queimaduras

O produto de maior volume da indústria de papel e celulose pode também ser uma solução para a Medicina. A celulose branqueada, o polímero natural mais abundante no mundo, pode ser usado no tratamento de queimaduras. Estudo realizado pelo pesquisador Washington Luiz Esteves Magalhães, da Embrapa Florestas, e pela mestranda em Engenharia e Ciência dos Materiais da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Francine Ceccon Claro, usou a nanotecnologia para potencializar propriedades físicas e químicas que agregam maior valor à celulose para desenvolver uma membrana para uso na recuperação da pele queimada.
Os resultados mostraram que, por não ter porosidade, a membrana é adequada para aplicações como barreira. “A característica de translucidez favorece o acompanhamento da cicatrização sem a necessidade de retirada do curativo para avaliação da ferida”, afirma Claro. Outra vantagem é o custo de produção, que poderá ser até mil vezes menor que o de curativos disponíveis no mercado. A tecnologia ainda passará por testes clínicos e deverá ser disponibilizada ao público dentro de quatro anos. Dados da pesquisa estão disponíveis na dissertação de Francine Claro.
Apesar de o uso de membranas de celulose bacteriana como pele artificial ser comum desde a década de 1980, esse tipo de fabricação é um processo de baixo rendimento e alto custo. Por esse motivo, o grupo buscou um produto economicamente viável, além de eficaz.
“O objetivo do trabalho foi desenvolver membranas de nanofibrilas de celulose vegetal com adição de agente cicatrizante e bactericida como calêndula e nanopartículas de prata”, explica o pesquisador. A pesquisa utilizou o pinus como fonte da celulose.
Ao longo dos anos, uma grande variedade de substâncias tem sido utilizada como agente protetor nas lesões por queimaduras. O princípio básico de um curativo para queimaduras é não agredir a pele, proporcionando um ambiente adequado para recompor o tecido: estéril, úmido e protegido do meio externo.
O que os testes com a nanocelulose revelaram é que o material tem potencial para uso como curativo, apresentando resultados de cicatrização semelhantes aos similares disponíveis comercialmente, sem sinais de rejeição. “A membrana de celulose vegetal é de fácil aplicação e manuseio e apresenta durabilidade e boa aderência à pele lesionada”, afirma Washington Magalhães.

Membrana reduziu tempo de cicatrização

Em testes realizados por veterinários da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e pesquisadores da pós-graduação da Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar) em feridas de pele localizadas no dorso de ratos, a membrana de celulose vegetal acelerou o processo de cicatrização nos primeiros quatro dias quando comparado ao curativo comercial.
Os resultados positivos em laboratório fizeram com que o projeto fosse um dos selecionados pelo Edital de Inovação para a Indústria, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que financia trabalhos que pretendem colocar no mercado produtos inovadores. A proposta foi apresentada em parceria com o Instituto Senai de Inovação Biosintéticos, do Rio de Janeiro, e a startup Zynux.
O objetivo é produzir em maior escala os filmes. Essa nova fase deve levar dois anos. “Depois, faremos testes clínicos com os estudantes de pós-graduação da Faculdade Evangélica do Paraná em Curitiba, curso ligado ao Hospital Evangélico, referência em tratamento de queimados. Imaginamos que em quatro anos poderemos colocar o produto no mercado”, afirma Magalhães.

Curativo de custo mil vezes menor

Segundo o levantamento realizado pelos pesquisadores, comparado ao principal produto disponível no mercado, o filme celulósico proveniente de bactérias, a novidade pode ter um custo quase mil vezes menor. “Isso significaria, por exemplo, uma oportunidade para reduzir custos no Sistema Único de Saúde”, sugere o pesquisador da Embrapa.
Os cálculos levaram em conta o uso da celulose branqueada oriunda da indústria de papel e celulose. “São necessárias algumas etapas para transformar a celulose em nanocelulose fibrilada e esta em filme. Caso surjam indústrias para produzir nanocelulose em uma escala maior, provavelmente será mais vantajoso comprar o gel de nanocelulose produzido por elas e suprimir uma etapa do processo. Mesmo se a empresa produtora de curativos quiser verticalizar a produção, ainda assim será possível ter um preço competitivo”, afirma o pesquisador.

Efeito bactericida já nas primeiras horas de uso

O estudo também revelou que com a associação de nanopartículas de prata à membrana, após 24 horas o filme liberou 61% de prata em meio úmido, o que indica que se a ação bactericida depende da liberação do elemento, o filme apresenta potencial antibacteriano desde as primeiras horas de uso.
Os pesquisadores também investigam a possibilidade de associar outros produtos naturais para dar diferentes funcionalidades ao filme. Uma das opções seria o óleo de calêndula, de origem vegetal e famoso por possuir propriedades cicatrizantes. “Já desenvolvemos um filme com esse produto, em escala de laboratório, mas ainda não testamos sua eficiência em lesões de pele. No entanto, existem alguns pontos que devem ser considerados, como as reações alérgicas ao óleo e o aumento dos custos de produção”, explica Magalhães.
Tradicionalmente, a celulose tem outras aplicações na área biomédica, sendo já utilizada em tratamentos renais, substituto temporário de pele, agente hemostático, reconstrução de tecidos, barreira pós-operatória e material de cultura de hepatócitos (células do fígado capazes de sintetizar proteínas).

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Agropecuária

Em audiência pública, CNA mostra a eficiência da produção agropecuária brasileira

Dentro da propriedade rural a tecnologia é a maior aliada para a sustentabilidade
Dentro da propriedade rural a tecnologia é a maior aliada para a sustentabilidade. A afirmação foi feita pelo assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Carlos Dé Carli, em audiência pública da Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional na terça (26). “O bom manejo da pastagem permite que a raiz da forrageira contribua para o sequestro de carbono. Se o solo está bem estruturado, a raiz é bem desenvolvida. Para isso, a tecnificação é fundamental”, afirmou. 

Em sua apresentação na audiência pública, o assessor técnico da CNA mostrou dados analisados a partir do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Além do uso para o comando e controle, a ferramenta mostra a preservação dos ativos florestais brasileiros dentro das propriedades rurais. “Segundo o CAR, do total de áreas cadastradas de 441.644.957 hectare, 64% são de áreas de preservação permanente, reserva legal e remanescente de vegetação nativa dentro das propriedades”, declarou.

O assessor técnico acrescentou que a maioria dos produtores rurais que tem algum passivo ambiental querem regularizar a propriedade, cerca de 57% declararam no CAR a opção de adesão ao Programa de Recuperação Ambiental (PRA). “No entanto, a legislação é rígida, dificultando o acesso do produtor rural à regularização da propriedade”, afirmou. 

Outro ponto abordado por João Carlos Dé Carli foi o Grau de Eficiência da Exploração (GEE) e o Grau de Utilização da Terra (GUT), dispostos na Lei 8.629 de 1993, a lei agrária. “O produtor rural precisa atingir os graus exigidos. Se deixar a propriedade intocada, o produtor pode ser desapropriado por não cumprir a sua função social”, ponderou. 

Inserção da árvore na propriedade rural 
O assessor técnico João Carlos Dé Carli  falou também sobre o Projeto Biomas, desenvolvido pela Embrapa em parceria com a CNA que busca o aumento da inserção da árvore dentro das propriedades rurais nos seis biomas brasileiros. 


Correção para os preços das culturas de verão                

cultura de verãoA decisão é do Governo Federal que resolveu promover o reajuste com o objetivo de dar segurança aos produtores contribuindo para a decisão de plantio para a próxima safra. O reajuste dos preços mínimos vale para as culturas de verão, regionais e para sementes. O reajuste médio foi de 6,5% para as culturas de verão, com variação entre 1,09% e 26,96%. O arroz longo fino em casca (RS e SC) teve correção de 1,19%, algodão em caroço e em pluma, de 14,59%; feijão cores, de 3,06%; mandioca e derivados, entre 4,12% e 8,82%, leite, de 10,5%; soja, de 2,36%; milho, entre 7% e 11,04% e do café arábica, 2,46%.
Os valores foram fixados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e fazem parte das medidas anunciadas no Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019, este mês. A Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) é um seguro de preço ao produtor a custo zero e “torna-se uma ferramenta relevante na decisão de plantio. Exerce papel de destaque como mecanismo de garantia de parte da receita do produtor, sobretudo, em caso de crise de preços que comprometa a economia da atividade”, salienta o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wilson Vaz de Araújo. O preço mínimo é o valor de referência para operação dessa política.

Os preços mínimos foram definidos, principalmente, com base nos custos variáveis de produção das lavouras, além de considerar outros indicadores de mercado. “Os valores da PGPM refletem os custos na produção agrícola, em um ambiente de baixa inflação”, complementa o secretário.

Sead traz mais recursos, juros menores e inovações para agricultura familiar na Safra 2018-2019

A Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) lançou, nesta terça-feira (26), novidades para o fortalecimento da Safra 2018-2019 da agricultura familiar. O aumento de recursos para R$ 31 bilhões, a redução do teto de juros para 4,6%, e o aumento do limite do teto da agricultura familiar, que a partir de 1º de julho será de R$ 415 mil, foram alguns dos anúncios divulgados.
Ainda no sentido de fortalecer as ações e políticas públicas da Sead, cinco Acordos de Cooperação Técnica (ACT) foram assinados durante o evento. Parcerias que possibilitarão a ampliação em 30% na compra de alimentos da agricultura familiar pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), a comercialização de produtos da agricultura familiar nos 86 mil empreendimentos ligados à Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o aporte de recursos para promoção do desenvolvimento sustentável e a inclusão produtiva de povos e comunidades tradicionais, pescadores artesanais e aquicultores; além de ações de estímulo ao turismo rural e à produção artesanal.   
Na oportunidade, o presidente Michel Temer ressaltou a importância que a agricultura familiar teve na sua infância, e que continua a ter na vida de milhares de brasileiros. Destacou as ações concretas e importantes para o setor, trazidas pelo Plano Safra 2017-2020, como a parceria estabelecida com a Abras para comercialização e o aumento no volume de compra de alimentos produzidos pelos pequenos agricultores para a merenda nas escolas públicas em todo o Brasil. 
“Agricultura familiar é fonte de empregos, sendo a base econômica da maior parte dos pequenos municípios do país. Tem peso decisivo no abastecimento do mercado interno, põe comida na mesa de todos nós, além de ser uma das maiores aliadas no combate à inflação. Portanto, é de grande importância para a economia interna do país, sendo responsável por cerca de 40% do valor bruto da produção agropecuária e pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Por tudo isso, deixo aqui meus cumprimentos e a gratidão pelo importante serviço que a agricultura familiar presta ao nosso país”, completou o presidente Temer. 
As políticas de acesso à terra e regularização fundiária da Sead também tiveram sua execução fortalecidas pelos Decretos nº 9.263 e nº 9.309, que previram melhorias para importantes programas da secretaria, beneficiando milhares de agricultores em todo o território nacional. 
“Entendemos que para o agricultor familiar se tornar independente, ser bem-sucedido e ver sua realidade transformada, não basta apenas ter crédito, é necessário ir além. Ele precisa do título de sua terra e de políticas públicas que lhe permita produzir com qualidade e garanta a comercialização da produção e o retorno digno do seu trabalho, e é isso que estamos trazendo para ele”, comenta entusiasmado o secretário da Sead, Jefferson Coriteac.
O secretário destacou ainda a importância da sucessão rural e da participação da juventude na consolidação da agricultura na manutenção da soberania alimentar brasileira. “Acredito, verdadeiramente, que o crescimento do Brasil passa pela agricultura familiar...E o futuro desse importante setor produtivo passa, obrigatoriamente, pelas mãos dos nossos jovens agricultores”, afirmou.
Repercussão na base
Para Odenil Gonçalves Leonel (Denis), do Movimento Social de Luta, as medidas anunciadas vão ao encontro do que a agricultura familiar vinha buscando já há algum tempo. “Ficamos contentes em saber da retomada dos projetos de habitação rural, agora pelo Incra, do aumento de recursos e da redução nos juros do Pronaf, e com as demais medidas apresentadas.  Saímos felizes com o reconhecimento da importância que a agricultura familiar tem na vida dos brasileiros e na economia desse país”, destaca o jovem agricultor. 
 O coordenador-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf Brasil), Marcos Rochinski, diz ver com bons olhos os acordos de cooperação firmados, principalmente o firmado com a  Abras. “Sem dúvida é uma oportunidade bastante importante para estimular a comercialização, mas acreditamos que o volume das compras institucionais pode ser ainda maior, garantindo assim, outras formas de comercialização para os agricultores.”

Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário
Plano Safra 2018/2019 não alcança expectativas da agricultura familiar
imagem ilustrativa

 
O governo de Michel Temer anunciou na tarde do dia  (26) passado, o Plano Safra da Agricultura Familiar 2018-2019, com propostas que não alcançam nem as expectativas nem as necessidades dos agricultores e agricultoras familiares brasileiros. 
 
Foi anunciado, por exemplo, a disponibilização de R$ 31 bilhões em crédito, quantia R$ 1 bilhão menor que o demandado pela CONTAG, e que, pela falta de investimentos governamentais em estruturas fundamentais de produção e comercialização, ainda não é suficientemente aproveitada pela agricultura familiar. 
 
O governo também anunciou uma redução de juros, que na Safra 2017/2018 variavam entre 0,5%, 2,5% e 5,5% ao ano e agora, na Safra 2018/2019 passaram a variar de 0,5%, 2,5% a 4,6% ao ano. Mesmo menor, os juros não alcançaram nossa expectativa: a CONTAG demandou ao governo juros entre 0%, 1,5% e 3,5%. “Os juros anunciados pelo governo tem como consequência o aumento dos custos de produção da agricultura familiar que produz alimentos para a população brasileira”, afirma o secretário de Política Agrícola da CONTAG, Antoninho Rovaris. 
 
Acordos de cooperação técnica 
 
O Plano Safra 2018-2019 prevê ainda Acordos de Cooperação Técnica com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Ministério do Turismo, Ministério do Meio Ambiente, Secretaria Especial da Aquicultura e da Pesca (Seap/PR) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). 
 
A CONTAG acredita que o acordo firmado com a Abras, por exemplo – no qual cerca de 89 mil supermercados terão gôndolas específicas para produtos da agricultura familiar - não terá o impacto propagado pelo governo federal. “Esse acordo tem um defeito de origem: não temos o Sistema de Inspeção Municipal (Sim) nem o Sistema de Inspeção Estadual (Sie), o que impede a comercialização de produtos de origem animal da agricultura familiar. O Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) já não é nem mais mencionado pelo governo”, explica Antoninho Rovaris. 
 
Resultados pouco expressivos também são esperados do acordo feito com o Ministério do Turismo, de estímulo ao turismo rural. “Milhões de agricultores e agricultoras familiares não têm previsão de acesso a políticas de habitação rural ou de melhorias em suas produções e em suas propriedades. Como poderão oferecer casas para hóspedes se muitas vezes não têm nem casas para si mesmos? A possibilidade de oferecer atrações de turismo é limitada a muito poucos, enquanto a maioria vê os recursos para sua própria sobrevivência sendo drasticamente cortados pelo governo”, argumenta o presidente da CONTAG, Aristides Santos. 
 
Para a CONTAG, o acordo que pode apresentar mais resultados é aquele no qual o governo federal pretende, por meio de conversas e convencimento, aumentar o número de prefeituras que efetivamente cumpram o previsto no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que prevê o uso de, no mínimo, 30% dos recursos (R$ 1,3 bilhão) repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a alimentação escolar, na compra de alimentos da agricultura familiar. 
 
“Todas as prefeituras brasileiras deveriam ter consciência da importância do Pnae e do que significa garantir a comercialização para a agricultura familiar. Qualquer esforço nesse sentido é válido”, acredita o presidente da CONTAG. 
 
Em breve a CONTAG divulgará uma análise mais aprofundada de todos os pontos apresentados pelo governo federal para o Plano Safra 2018-2019.
 
 

FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG 

Abertas inscrições para seleção 2018.2 do mestrado em Zootecnia UVA/Embrapa

Adilson Nóbrega - Programa tem objetivo de contribuir para demandas de produção animal no semiárido brasileiro.
Programa tem objetivo de contribuir para demandas de produção animal no semiárido brasileiro.
Estão abertas até 16 de julho as inscrições para o processo seletivo 2018.2 ao mestrado acadêmico em Zootecnia, parceria entre Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e Embrapa Caprinos e Ovinos. Serão ofertadas oito vagas, distribuídas entre as áreas de estudo de Nutrição Animal (duas vagas), Sanidade Animal (duas vagas), Produção de Ruminantes (uma vaga), Avicultura (uma vaga), Forragicultura e Pastagens (uma vaga) e Reprodução Animal (uma vaga).
Poderão concorrer às vagas graduados em Zootecnia, Agronomia, Ciências Biológicas, Medicina Veterinária e áreas afins. As avaliações acontecerão nos dias 26 e 27 de julho, com aplicação de prova escrita de conhecimentos específicos, exame de compreensão de língua inglesa, arguição do candidato por banca de professores da linha de pesquisa pretendida e avaliações do histórico escolar e do currículo na plataforma Lattes.

As provas acontecerão na sede da UVA em Sobral (CE). Candidatos que residirem fora de Sobral poderão fazer provas na sede de programa de pós-graduação de outra cidade, desde que solicitem autorização por escrito a este programa, conforme as condições estabelecidas pelo edital.

As inscrições para o processo seletivo podem ser feitas na Secretaria do Mestrado Acadêmico em Zootecnia, no campus Betânia da UVA (avenida da Universidade, nº 850), em Sobral. Será admitida a entrega da documentação via Correios, desde que a postagem seja realizada até 16 de julho de 2018, mediante encomenda rápida (SEDEX), acompanhada de Aviso de Recebimento.
Segue o edital do processo seletivo: clicar aqui. Para mais informações, entrar em contato com a Secretaria do Mestrado: (88) 3611.6527 ou mestradozootecnia@uvanet.br.
Mestrado Zootecnia UVA/Embrapa
O Programa de Pós-Graduação em Zootecnia UVA/Embrapa teve atividades iniciadas em 2006, com missão de ofertar ensino de pós-graduação de forma contextualizada, interiorizando a formação de profissionais qualificados. O Programa tem como objetivo contribuir, por meio da pesquisa, para atendimento às demandas de produção animal no semiárido e para o desenvolvimento da região Nordeste do Brasil.

Plataforma online vai disponibilizar informações sobre mercado de caprinos e ovinos

Infográfico com tela inicial do Centro de Inteligência e seus aplicativos
A Embrapa Caprinos e Ovinos lança, no próximo dia 5 de julho, em Fortaleza, o Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos (CIM), uma plataforma digital que reúne informações estatísticas de rebanhos, produção de carne, leite e lã, estudos de cenários, tendências e projeções de mercado, além do levantamento de custos de produção. O objetivo é subsidiar o criador com informações valiosas, até então difíceis de serem acessadas ou encontradas, para o planejamento estratégico de sua produção. A ferramenta trará, ainda, um aplicativo com planilha para o produtor calcular custos e gerenciar sua produção.
“A escassez de informações socioeconômicas sobre as cadeias produtivas de caprinos e ovinos coloca a Embrapa como referência na busca por esses dados pelos produtores e investidores”, explica o engenheiro agrônomo Cícero Lucena, da Embrapa Caprinos e Ovinos..
A equipe de socioeconomia da Empresa utilizou a metodologia da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), originalmente utilizada para trabalhar dados sobre o Brasil, adaptando-a para gerar informações por estado e por município. O CIM reúne informações estatísticas e de mercados sobre as cadeias produtivas de caprinos e ovinos, tais como o efetivo de rebanhos; produção de carne, leite e lã no Brasil e no mundo; volumes de exportações e importações; cotações da carne e do leite (preço médio pago ao produtor) e dos principais insumos do sistema de produção; custos de produção; número de estabelecimentos rurais (propriedades) e agroindustriais (abatedouros, frigoríficos e laticínios) especializados em produtos de origem caprina e ovina.
A plataforma também vai prospectar, sistematizar e disponibilizar inovações tecnológicas, análises de cenários e tendências, análises mercadológicas e demais indicadores socioeconômicos, contribuindo para a tomada de decisões e planejamento estratégico e desenvolvimento territorial das cadeias produtivas de caprinos e ovinos. “De modo prático, o CIM pretende informar com agilidade e rapidez onde estão localizados os polos de produção de caprinos e ovinos; qual o potencial de produção de carne de ovinos e caprinos e de leite de cabra nessas regiões; qual o custo de produção; e os principais desafios tecnológicos e tendências para essas cadeias produtivas”, detalha Lucena.

Mapas por região e estado

Além dos estudos de mercados, cenários e tendências e do diagnóstico dos desafios tecnológicos, sistematizados e reunidos em uma plataforma online específica para as cadeias produtivas de caprinos e ovinos, o diferencial do CIM é a interface simples para o usuário realizar suas consultas e elaborar relatórios estatísticos dos rebanhos. Outro destaque é a disponibilização de mapas de distribuição do rebanho, utilizando grupos de concentração tais como 25%, 50% e 75%, auxiliando na rápida identificação dos polos de produção nos respectivos níveis territoriais consultados (Brasil, grande região e estado).
“O que, certamente, preenche a maior lacuna de informações estatísticas para o setor produtivo é a estimativa potencial da produção de carne (ovina e caprina) e a estimativa potencial da produção de leite de cabra nos municípios brasileiros. Essas informações vão auxiliar no planejamento e no dimensionamento de empreendimentos, bem como na formulação de políticas públicas para as cadeias produtivas de caprinos e ovinos”, acredita Cícero Lucena.

Periodicidade e atualização das informações

As informações estatísticas sobre a produção nacional, como efetivo de rebanho, estimativa da produção de carne, leite e lã; e da mundial, efetivo de rebanho, produção de carne, leite e lã, exportações e importações, são, respectivamente, oriundas da Produção Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Divisão de Estatísticas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAOSTAT).
A atualização das informações que serão disponibilizadas pelo CIM sobre as estatísticas de rebanho está vinculada a essas publicações que, normalmente, têm periodicidade anual. Os dados sobre custos de produção e cotações de preços de produtos (preço do quilo vivo pago ao produtor) e sobre os principais insumos do sistema de produção deverão receber atualizações mensais, assim como a publicação de boletins técnicos.
Para a operacionalização da plataforma, a Embrapa conta com a parceria do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), do Sistema de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal (SIG-SIF) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) e do Centro de Inteligência do Leite (CiLeite), além de cooperativas, associações e produtores. Essas parcerias contribuem para a ampliação da rede de colaboradores e informantes para a coleta de informações de mercado e apoio à divulgação do CIM junto aos diferentes atores do setor produtivo.

Planilha e aplicativo para cálculo de custos de produção

O Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos (CIM) também vai disponibilizar aplicativos e planilhas que auxiliam na determinação dos custos de produção e da rentabilidade. Com essas ferramentas, os usuários poderão ter informações que permitam avaliar melhor o quadro financeiro de sua atividade agropecuária, a partir da inserção de dados sobre área da propriedade, rebanhos, atividades agropecuárias exercidas e as despesas mais recorrentes.
De acordo com o pesquisador Klinger Magalhães, da Embrapa Caprinos e Ovinos, ao cruzar índices econômicos com zootécnicos, os produtores rurais poderão identificar, com mais facilidade, a existência de gargalos ou deficiências na produção agropecuária e, assim, tomar decisões de gestão. “Um produtor poderá observar o que está onerando a atividade, em áreas como alimentação ou sanidade e, ao cruzar os dados, identificar o que precisa ser feito: adotar tecnologias em alguma área, ou reduzir custos”, exemplifica ele.
Na planilha ou no aplicativo, o usuário deverá registrar dados com os custos de infraestrutura, mão de obra, aquisição de alimentos e medicamentos para rebanhos. “É interessante que se registre tudo o que é usado na propriedade, como instalações e máquinas. Alguns investimentos podem se depreciar, outros envolvem fretes, impostos, taxas”, destaca Magalhães. As ferramentas também levantam indicadores zootécnicos, para maior precisão da realidade da propriedade. Assim, elas solicitam dados sobre rebanhos, atividades exercidas, produção de forragem e questões mais específicas, como os indicadores sobre partos, crias, pesos e taxas de natalidade e prolificidade nos rebanhos. A planilha traz dados mais detalhados, enquanto o aplicativo é uma versão simplificada do levantamento de custos, com dados agregados.
A ideia da criação de ferramentas que possam facilitar os cálculos de produção e, assim, colaborar com a gestão da propriedade rural, surgiu a partir das experiências de painéis sobre custos de produção nas atividades de caprinocultura e ovinocultura realizadas no projeto Campo Futuro, parceria entre a CNA e a Embrapa. Em 2016 e 2017, foram realizados painéis envolvendo criadores, técnicos e representantes de instituições ligadas à atividade rural para analisar a realidade da produção de caprinos e ovinos em cinco estados: Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Naqueles encontros, uma planilha para mensurar custos de produção foi apresentada e discutida, servindo para traçar o perfil de propriedades rurais modais em cada região. A partir da discussão e aperfeiçoamento daquela planilha, chegou-se às ferramentas que serão lançadas no PecNordeste, como instrumento que, mais que simplesmente estimar custos, servem para auxiliar a gestão de propriedades rurais.

Mercado demanda Informações

De acordo com dados da Produção Pecuária Municipal (PPM) do IBGE, os rebanhos de caprinos e ovinos no Brasil apresentaram taxa positiva de crescimento, no período de 2007 a 2016. O efetivo de rebanho caprino passou de 9,45 milhões para 9,78 milhões de cabeças, o que corresponde a um aumento de 3,5%. Já o número de ovinos passou de 16,2 milhões para 18,4 milhões de cabeças, apresentando um crescimento de 13,5%. Não obstante, o setor ainda carece de maior organização e formalização das atividades. Para o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Paulo Schwab, existe uma grande demanda por assistência técnica e os elos da cadeia produtiva estão soltos, além das atividades estarem desorganizadas.
“No Brasil, 95% das atividades são feitas na informalidade, inclusive o abate dos animais. Mesmo no Rio Grande do Sul, onde a atividade é um pouco mais organizada, a informalidade chega a 85%. É cada um fazendo por si”, afirma Schwab. Para ele, essa falta de organização também dificulta o acesso a informações importantes, como por exemplo as políticas de crédito agrícola destinadas à ovinocultura e à caprinocultura.

Gestão ainda é fator deficitário

“A gestão tem sido um fator deficitário em muitas cadeias produtivas. É preciso que o produtor tenha conhecimento da atividade agropecuária para fazer investimentos e incrementar sua renda”, ressalta o economista Renato Conchon, coordenador do Núcleo Econômico da CNA. Magalhães concorda, especialmente na realidade da caprinocultura e ovinocultura brasileiras: “Ainda são poucas pessoas que utilizam levantamento de custos, um público pequeno que mostra necessidade de melhor profissionalização nas cadeias. Nos painéis do Campo Futuro, alguns produtores se mostravam satisfeitos em perceber, com a planilha, onde estavam seus maiores problemas”.
O pesquisador destaca ainda que futuramente a planilha passará a compor um sistema online, que proporcionará, também, o retorno de usuários com suas informações para alimentar um banco de dados da Embrapa. Assim, espera-se que a Empresa possa avançar na caracterização e mapeamento de realidades regionais na caprinocultura e ovinocultura.
“Quando tivermos várias pessoas usando o sistema em diversas regiões do País, veremos questões não somente das propriedades individuais, mas elas estarão nos mostrando também cenários regionais. Assim, poderemos avaliar se o maior problema nos custos de uma região é uma questão de alimentação ou saúde dos rebanhos, por exemplo, e aí direcionar esforços para aumentar indicadores de produção”, diz Magalhães.
Embrapa Caprinos e Ovinos.

terça-feira, 26 de junho de 2018

Parabéns Fernando Pedroza

Hoje os parabéns vai para minha querida cidade de Fernando Pedroza. 26 anos de emancipação política e administrativa. Uma vitória conquistada com "sangue, suor e lágrimas". Após duas tentativas de emancipação(1954 e 1986), em 26 de junho de 1992, finalmente os pedrozenses gritaram pelas ruas. "Estamos livres".

GREVE >> IDIARN comunica a sociedade que a partir de hoje estará entrando em greve e mostra quais são as atividades estarão prejudicadas


Comissão aprova projeto que muda legislação de agrotóxicos no Brasil

Deputados analisam destaques antes de enviar texto para votação no plenário


agrotoxico_defensivo (Foto: Thinkstock)
A comissão especial que discutia o projeto de lei que altera a legislação brasileira para comercialização, uso e registros de agrotóxicos no Brasil aprovou na tarde desta segunda-feira (25/06) o parecer do relator, deputado Luis Nishimori (PR-PR). O texto deve sofrer algumas alterações até ir para Plenário no Senado. Os deputados estão analisando os destaque do texto.
Foram 18 votos a favor e 9 contra, segundo informações divulgadas pela Câmara dos Deputados. O texto base prevê que os defensivos agrícolas possam ser liberados pelo Ministério da Agricultura mesmo se órgãos reguladores, como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não tiverem concluído suas análises.
Nesse caso, os produtos receberão um registro temporário, desde que possuam especificações idênticas em pelo menos 3 dos 37 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).