Plano Safra 2018/2019 não alcança expectativas da agricultura familiar |
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O governo de Michel Temer anunciou na
tarde do dia (26) passado, o Plano Safra da Agricultura Familiar 2018-2019, com
propostas que não alcançam nem as expectativas nem as necessidades dos
agricultores e agricultoras familiares brasileiros.
Foi anunciado, por exemplo, a
disponibilização de R$ 31 bilhões em crédito, quantia R$ 1 bilhão menor
que o demandado pela CONTAG, e que, pela falta de investimentos
governamentais em estruturas fundamentais de produção e comercialização,
ainda não é suficientemente aproveitada pela agricultura familiar.
O governo também anunciou uma redução
de juros, que na Safra 2017/2018 variavam entre 0,5%, 2,5% e 5,5% ao ano
e agora, na Safra 2018/2019 passaram a variar de 0,5%, 2,5% a 4,6% ao
ano. Mesmo menor, os juros não alcançaram nossa expectativa: a CONTAG
demandou ao governo juros entre 0%, 1,5% e 3,5%. “Os juros anunciados
pelo governo tem como consequência o aumento dos custos de produção da
agricultura familiar que produz alimentos para a população brasileira”,
afirma o secretário de Política Agrícola da CONTAG, Antoninho Rovaris.
Acordos de cooperação técnica
O Plano Safra 2018-2019 prevê ainda
Acordos de Cooperação Técnica com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE), o Ministério do Turismo, Ministério do Meio Ambiente,
Secretaria Especial da Aquicultura e da Pesca (Seap/PR) e a Associação
Brasileira de Supermercados (Abras).
A CONTAG acredita que o acordo firmado
com a Abras, por exemplo – no qual cerca de 89 mil supermercados terão
gôndolas específicas para produtos da agricultura familiar - não terá o
impacto propagado pelo governo federal. “Esse acordo tem um defeito de
origem: não temos o Sistema de Inspeção Municipal (Sim) nem o Sistema de
Inspeção Estadual (Sie), o que impede a comercialização de produtos de
origem animal da agricultura familiar. O Sistema Unificado de Atenção à
Sanidade Agropecuária (Suasa) já não é nem mais mencionado pelo
governo”, explica Antoninho Rovaris.
Resultados pouco expressivos também
são esperados do acordo feito com o Ministério do Turismo, de estímulo
ao turismo rural. “Milhões de agricultores e agricultoras familiares não
têm previsão de acesso a políticas de habitação rural ou de melhorias
em suas produções e em suas propriedades. Como poderão oferecer casas
para hóspedes se muitas vezes não têm nem casas para si mesmos? A
possibilidade de oferecer atrações de turismo é limitada a muito poucos,
enquanto a maioria vê os recursos para sua própria sobrevivência sendo
drasticamente cortados pelo governo”, argumenta o presidente da CONTAG,
Aristides Santos.
Para a CONTAG, o acordo que pode
apresentar mais resultados é aquele no qual o governo federal pretende,
por meio de conversas e convencimento, aumentar o número de prefeituras
que efetivamente cumpram o previsto no Programa Nacional de Alimentação
Escolar (Pnae), que prevê o uso de, no mínimo, 30% dos recursos (R$ 1,3
bilhão) repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) para a alimentação escolar, na compra de alimentos da agricultura
familiar.
“Todas as prefeituras brasileiras
deveriam ter consciência da importância do Pnae e do que significa
garantir a comercialização para a agricultura familiar. Qualquer esforço
nesse sentido é válido”, acredita o presidente da CONTAG.
Em breve a CONTAG divulgará uma
análise mais aprofundada de todos os pontos apresentados pelo governo
federal para o Plano Safra 2018-2019.
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FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG | |||
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