REFORMA AGRÁRIA
Área de reforma agrária em Petrolina (PE) se destaca na produção de frutas
Oassentamento José Almeida, localizado na zona rural de Petrolina (PE), vem se destacando como modelo de produção no semiárido pernambucano. Com cerca de 1,6 mil hectares, a área de reforma agrária possui uma adutora ligada, diretamente, ao rio São Francisco, cuja obra foi custeada com recursos do Crédito Instalação, na modalidade Semiárido, executado pelo Incra.
A adutora alimenta dois reservatórios, que abrangem 300 hectares e são utilizados para fruticultura irrigada. No assentamento, são 100 famílias de trabalhadores rurais beneficiadas, cada uma com três hectares de área irrigada e 10 hectares de área sequeira.
Entre as culturas irrigadas, 60 hectares são destinados à manga, com uma produção média de 1,5 mil toneladas por safra. Outros cultivos incluem sete hectares de goiaba, rendendo 140 toneladas por safra; nove hectares de acerola, com 230 toneladas ao ano; e 3,5 hectares de uva, com 90 toneladas por safra, podendo ser até três por ano. Também há produções menores de coco, pitaia e limão.
Parte da produção é realizada de forma consorciada, o que diminui os custos e ajuda no cuidado com o solo. “Nosso objetivo é aumentar a produtividade enquanto preservamos o meio ambiente, é assim que trabalha a agricultura familiar, pois cuidando do solo sempre teremos onde plantar e do que viver”, considera o assentado Paulo Sérgio Costa Pereira, liderança do local.
A comercialização dos produtos ocorre por meio de atravessadores e no mercado local, incluindo feiras e supermercados, além do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). “Atualmente, apenas a acerola é vendida diretamente ao comprador final, graças a um contrato com uma empresa. Queremos melhorar nossa linha de escoamento para viabilizar a comercialização sem intermediários”, afirma Pereira.
A impossibilidade de repassar de forma direta toda a produção ainda é uma queixa dos agricultores. “Infelizmente, ainda precisamos negociar a maior parte de nossos produtos com os atravessadores, o que prejudica nossos lucros”, explica o assentado.
Desafios e perspectivas
Apesar dos bons números, Pereira não esconde os desafios enfrentados. A necessidade de criar estratégias para melhorar a comercialização e expandir o perímetro irrigado para a área de sequeiro é uma constante.
A parte sequeira do assentamento conta com dois poços artesianos que permitem uma pequena irrigação para culturas temporárias como feijão, milho, melancia, macaxeira e parte da produção de acerola. “Mas essa irrigação é insuficiente para sustentar uma fruticultura em média escala”, pontua. Entretanto, ele ressalta que o grupo está sempre buscando novas oportunidades para ajudar a crescer e melhorar a qualidade dos produtos.
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