Produção de biodiesel pode crescer se for feita a reciclagem de óleo de cozinha
O Brasil é o quarto maior consumidor de óleo de cozinha do mundo. A estimativa é que o Brasil consuma em média 3 bilhões de litros de óleo de cozinha por ano. Este número vem crescendo nos últimos anos devido ao aumento da população. No entanto, uma preocupação crescente é em relação ao descarte e destinação correta do óleo de cozinha usado, o chamado UCO (Used Cooking Oil, sigla em inglês). Estima-se que apenas 5% do óleo de cozinha usado seja reciclado, enquanto o restante é descartado de forma inadequada, por exemplo em pias, ralos ou no solo, causando grandes impactos ambientais.
Por essa razão, a reciclagem do óleo de cozinha tem se mostrado uma alternativa sustentável com um potencial de crescimento significativo dado os altos volumes de desperdício. Uma das aplicações do UCO é na produção de biodiesel, mas apenas cerca de 2% são utilizados como matéria-prima atualmente no Brasil.
A empresa Binatural, que é especialista na produção de biodiesel, em 2023 usou aproximadamente 12 milhões de litros de óleo recuperado, nas suas unidades fabris em Goiás e na Bahia. “Vamos ampliar o nosso consumo em prol da descarbonização do planeta e redução de contaminação da água, um recurso tão importante para vida”, afirma André Lavor, CEO da Binatural. “Para se ter uma ideia deste impacto, apenas um litro de óleo de cozinha é capaz de contaminar 25 mil litros de água, segundo estimativas da Sabesp. Com a nossa utilização, evitamos a contaminação de 298 bilhões de litros de água”, complementa.
Além de contribuir para a preservação do meio ambiente, a utilização do óleo de cozinha reciclado como matéria-prima para a fabricação de biodiesel, também representa uma oportunidade de negócio promissora que está alinhada com os princípios de sustentabilidade da empresa. Culturalmente, países da Europa, Estados Unidos e China recuperam óleo de cozinha em maior escala. “Temos um desafio cultural de convencer a sociedade brasileira a reutilizar o produto e incentivar projetos de coleta, o que exige um amplo programa de educação e conscientização envolvendo governos, indústrias e consumidores”, conclui.
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