sexta-feira, 25 de março de 2022

 

O pinhão manso pode ser usado para combater pragas em diversas culturas

   

Os resultados abrem perspectivas para o desenvolvimento de bioprodutos que utilizem o pinhão-manso como matéria prima para o controle da pragas. Os dados foram obtidos após 72 horas da aplicação em laboratório e verificou-se que os efeitos são influenciados pelo estágio de maturação do fruto, a concentração do extrato e o tempo após a aplicação.

O pinhão-manso ou Jatropha curcas, mostrou bom potencial para controlar populações de pulgão-verde (Myzus persicae), em estudos realizados na Embrapa. Os cientistas registraram taxas de mortalidade média de 75% desses insetos com óleo de sementes de frutos secos. Com o óleo extraído de pinhões maduros, essa taxa ficou em 68%.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente Jeanne Marinho Prado, a planta é amplamente encontrada em regiões tropicais e subtropicais e tem sido estudada principalmente por seu potencial para produção de biocombustíveis. Também é conhecida por suas substâncias bioativas, que podem ser tóxicas a diversos organismos, incluindo os insetos.

A cientista também explica que o óleo encontra-se ainda em fase de testes em laboratório, sendo necessários outros bioensaios com o objetivo de elucidar os princípios ativos envolvidos nessa ação inseticida dos óleos.

Soluções em sete concentrações de extratos e óleos de diferentes estágios de maturação de frutos foram pulverizadas sobre discos foliares de repolho, e cada disco foi oferecido a dez indivíduos de pulgões em uma placa de Petri.

O pulgão-verde causa danos ao sugar a seiva e introduzir toxinas no sistema vascular das plantas. Além disso, é responsável pela transmissão de vírus e encolhimento das folhas, prejudicando o desenvolvimento das plantas. O inseto ataca diversas culturas, tais como arroz, batata, algodão, feijão, cana-de-açúcar, fumo, citros, couve e outras brássicas.

A eficácia de pinhão-manso para controle de insetos e ácaros provavelmente está relacionada à presença de compostos secundários, conhecidos por sua proteção contra ataque de pragas. Em trabalho avaliando o potencial inseticida do pó de sementes e folhas de pinhão manso sobre o caruncho-do-feijão, praga do grão armazenado, observou-se taxa de mortalidade dos insetos acima de 90% após 96 horas de avaliação em sementes de feijão na concentração de 15 g / 150 g (pó de Jatropha curcas/ massa de sementes).

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