Arroz de terras altas volta a ser plantado em quantidade no cerrado brasileiro
O arroz de terras altas, ou de sequeiro, volta a se estabelecer no Cerrado após perder espaço, nos anos 1990, para o cereal plantado em lavouras irrigadas no Sul do País e para outras espécies graníferas. Porém, agora a cultura assumiu um novo perfil: é adotada por agricultores altamente tecnificados que plantam o cereal em rotação com outras culturas e aproveitam sua boa aceitação no mercado, graças a novos materiais e manejos desenvolvidos pela pesquisa científica.
O novo emprego do arroz de terras altas tem sido observado, principalmente, nos estados de Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais e Tocantins que juntos produzem um milhão de toneladas do grão em uma área de 400 mil hectares. Em meados da década de 1980, essa área chegou a ser dez vezes maior, ocupando mais de quatro milhões de hectares do Cerrado e gerava mais de cinco milhões de toneladas do produto.
Pesquisadores da Embrapa Arroz e Feijão (GO) detalharam as diferenças do perfil dessa produção ao longo do tempo. Há seis décadas, o arroz de sequeiro era usado como primeira cultura de plantio, após o desmate. Atualmente, com maior restrição para a abertura de novas áreas, produtores estão usando a cultura para a recuperação da fertilidade de solos de pastagens degradadas, uma prática já bastante utilizada, ou como nova modalidade de renda em rotação de culturas com a soja, por exemplo.
O arroz de terras altas vem sendo utilizado para recuperação de pastagem degradada há uns quinze anos, mas a inserção do cultivo em rotação de cultura em áreas mais tecnificadas é recente e começou a ocorrer de cinco anos para cá. O gerente de vendas da Agropell Sementes, em Sinop (MT), Fábio Fadanelli ressalta que o grão do arroz de terras altas proporciona hoje um produto agulhinha longo-fino de alta qualidade, ou seja, de maior valor para a indústria e o mais procurado pelos consumidores. “Desde que seja feito o manejo completo recomendado para a lavoura, esses grãos são bem aceitos e comprados pelas indústrias”, garante.
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