Produtor rural precisa ter cuidado com as plantas tóxicas que podem envenenar o rebanho
É muito comum os casos de intoxicação do gado por ingestão de plantas tóxicas nos pastos. Por esta razão, é importante que o produtor rural faça uma varredura nos cercados, tentando retirar todos as planta que possam provocar o envenenamento dos animais. Esse tipo de problema, atualmente, ocupa o terceiro lugar entre as principais causas de mortalidade em bovinos, perdendo somente para raiva e botulismo.
Para reduzir os prejuízos, é importante que o produtor conheça as principais plantas tóxicas para bovinos. É importante que o produtor verifique toda área de pasto para verificar se existe a presença de algum tipo de planta tóxica. Caso seja identificada, é preciso algumas medidas de prevenção, entre elas, a retirada do rebanho da área; o isolamento da área; fazer um tratamento dos animais contaminados; e finalmente, fazer a erradicação das plantas no pasto.
Veja agora, algumas das plantas mais tóxicas para os bovinos:
1- Tetrapterys Multiglandulosa spp. (Acutifolia, Ramiflora) ou conhecida vulgarmente como : Cipó-preto, Cipó-ruão, Cipó-vermelho.
Ele está presente em todos os estados da região Sudeste e aparece mais no período da seca, quando os protos apresentam boa palatabilidade.
A intoxicação pode ser observada com o aparecimento de edema de barbela e na região esternal, jugular com pulso positivo, aborto, relutância do animal em andar, emagrecimento progressivo, fezes ressequidas.
2- Solanum Malacoxylon (variedade glabra e pilosa), mais conhecida como Espichadeira. Mais encontrada no pantanal do Mato Grosso. A ingestão pode provocar calcificação distrófica no endocárdio, artérias, tecidos moles e tendões. O produtor pode reconhecer a doença observando emagrecimento progressivo, pelos ásperos, sinais de fraqueza, abdômen retraído, dificuldade de locomoção e andar rígido, apoio das pinças dos cascos no chão, insuficiência cardíaca e respiratória, caracterizadas por cansaço e dispneia, decúbito, arritmias cardíacas.
3- Mascagnia (Pubiflora, Rígida, Coriacea, Elegans). Conhecida poplularmente como corona, timbó, cipó-prata. No caso da Mascagnia rígida, o nome popular é tingui, salsa-rosa, péla-bucho, quebra-bucho. No caso da Mascagnia coriaceae, é também chamada de suma-roxa, suma, quebra-bucho. E finalmente a mascagnia elegans, conhecida como rabo-de-tatu, mais encontrada nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo.
Os sinais clínicos da intoxicação são a relutância em levantar e caminhar, tremores musculares, quedas, movimento de pedalagem, convulsões, morte. O animal pode ter alterações cardíacas e neuromusculares de evolução superaguda, com morte súbita.
4- Palicourea marcgravi, é a planta que mais mata bovinos no Brasil. Oitenta por cento dos casos de intoxicação alimentar são provocadas por esta planta. Entre a população é mais conhecida como Cafezinho, erva-de-rato, erva-café, café-bravo. Ela existe em todo território nacional, com menos frequência nas região sul. Quando o bovino consome essa planta apresenta desequilíbrio do trem posterior, tremores musculares, movimentos de pedalagem, dispneia, membros distendidos, taquicardia, convulsão e morte; Os sinais aparecem em poucas horas após a ingestão da planta e apresentam um quadro superagudo quando o animal pode morrer em 1 a 15 minutos.
5- Cestrum (Axillare, Parqui, Corymbosum, Sendtenerianum). Conhecida como coerana, dama-da-noite, canema, anilão, maria-preta ou pimenteira. É mais encontrada em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Santa Catarina. Ela provoca apatia e anorexia, narinas secas, pelos arrepiados, ranger de dentes, andar relutante, sonolência. Quando em pé, o animal mantém a cabeça baixa ou apoiada em obstáculos, isolamento, diminuição dos movimentos do rúmen, salivação abundante, agressividade, hiperexcitabilidade, tremores musculares, decúbito esternal, movimentos de pedalagem, extremidades frias.
6- Pteridium Aquilinum. Conhecida como samambaia, samambaia-do-campo, samambaia-das-taperas. Pode ser encontrada em lugares de maior altitude em solos ácidos e arenosos. Ela pode intoxicar tanto verde como seca e apresenta sinais de pêlos arrepiados, perda de peso e andar cambaleante, tristeza, hemorragias cutâneas e das cavidades naturais, edema de garganta, aumento da temperatura corporal, palidez das mucosas, petéquias e hematúria intermitente.
7- Ricinus Communis. Conhecida como mamona, carrapateira, palma-de-cristo, regateira. É uma planta que provoca mais intoxicações na região nordeste. Os animais apresentam inquietação, andar desequilibrado, necessidade de deitar após certa marcha, tremores musculares, sialorreia, eructação excessiva, atonia ruminal, diarreia sanguinolenta, dores abdominais, anorexia, incoordenação, insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda.
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