Ministra esclarece a investidores estrangeiros que regularização fundiária será importante para preservação da Amazônia
Tereza
Cristina também explicou que a proposta não retirou nenhuma
determinação da legislação vigente e que a regularização será feita com
instrumentos modernos
A ministra
Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) participou nesta
quinta-feira (8) de reunião virtual com representantes de fundos de
investimentos estrangeiros, ao lado do vice-presidente da República,
Hamilton Mourão, e dos ministros Braga Netto (Casa Civil), Ernesto
Araújo (Relações Exteriores), Fabio Faria (Comunicações), Ricardo Salles
(Meio Ambiente), do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
O encontro foi motivado por uma carta que o governo recebeu
desse segmento na qual manifestaram preocupações relacionadas ao
desmatamento na Amazônia. A ministra esclareceu aos investidores que o
projeto de lei que trata da regularização fundiária (PL 2.633), que
tramita no Congresso Nacional, será importante para a preservação
ambiental da Amazônia. Segundo ela, houve uma distorção sobre os efeitos
da medida.
“Eles queriam saber se realmente tem chance de que esse
projeto for aprovado se aumentaria desmatamento na Amazônia. Muito pelo
contrário, deixamos claro que isso vai dar um nome, aquelas terras terão
donos. Então, eles passarão a estar dentro da legislação brasileira.
Vão ter o título, e portanto terão que cumprir as regras ambientais do
governo. Com isso, acreditamos que teremos um controle maior daquela
região”, disse.
A ministra também explicou que a proposta não retirou
nenhuma determinação da legislação vigente. “Vamos modernizar o sistema
para poder fazer essa regularização através de ferramentas modernas,
como sensoriamento remoto. Podemos ganhar tempo fazendo isso com maior
agilidade para que realmente se efetive essa regularização tão
importante, não só para a Amazônia mas para o Brasil todo”
O governo também deixou claro na reunião que agricultura de
exportação brasileira não é feita na Amazônia e nem precisa avançar
sobre essas terras. São áreas que não contam com infraestrutura de
transporte e cujos solos não são adequados ao plantio. Hoje, o bioma
amazônico responde por apenas 2% da produção agrícola e 14% da pecuária.
O vice-presidente aproveitou a reunião para esclarecer as
dúvidas dos investidores e reafirmar o compromisso do governo brasileiro
em combater o desmatamento ilegal e promover atividades econômicas
sustentáveis na região. Segundo Mourão, o crescimento do Brasil no setor
agropecuário pode gerar pressões externas para o país.
“Não há dúvidas de que seremos em breve a maior potência
agrícola do mundo. E é óbvio que aqueles que serão incomodados pelo
avanço da produção brasileira buscarão de alguma forma impedir que essa
produção evolua como vem ocorrendo. Então, vamos sofrer pressões. E uma
dessas pressões é dizer que o Brasil está destruindo a Amazônia para
produzir alimentos, o que não é uma verdade”, explicou Mourão.
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