Perspectivas da Ovinocultura após a pandemia da Covid-19 são discutidas na Agrotins 2020
Bate-papo teve participação de especialistas em ovinocultura do Tocantins e do Brasil
Discutindo
novas possibilidades econômicas para o Tocantins, aconteceu na tarde
desta quinta-feira, 28, na Feira Agrotecnológica do Tocantins - Agrotins
100% Digital, um bate-papo sobre as Perspectivas da Ovinocultura após a
pandemia da Covid-19 em 2020.
Participaram a médica veterinária da
Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura do Tocantins
(Seagro), Érika Jardim, o professor da Universidade Federal do
Tocantins (UFT), Márcio Teixeira, a técnica da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maria Isabel Carneiro, e o professor
doutor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Iran Borges.
A ovinocultura trata-se da criação de
ovelhas e carneiros, setor que vem crescendo no Tocantins com
frigoríficos e exportações para outros países. Abrindo a conversa, a
médica veterinária da Seagro, Érika Jardim, destacou que neste momento
de pandemia todos tem que abusar da criatividade e inovação.
“No Tocantins, temos importantes cadeias
produtivas estabelecidas. Os consumidores estão comprando produtos
diferentes, estão bebendo mais. A produção de leite ovino aqui no estado
ainda não é forte, apenas o abate da carne. Porém, com esse aumento na
demanda pelos derivados do leite é um bom momento para fomentar neste
segmento”, disse Érika Jardim.
O professor da UFT, Márcio Teixeira, que
mediou o bate-papo, destaca que a pasta continua dando suporte
produtores, principalmente aos pequenos. “Quero parabenizar a Seagro que
não deixa a peteca cair. Mesmo com essa pandemia, continua levando
muito da academia e ciência aos produtores”, destaca o educador.
Já o professor doutor da UFMG Iran Borges,
disse que os produtores devem fazer todo um levantamento de seu
rebanho, selecionar os que já estiverem prontos para o abate e
vendê-los. “Para diminuir esse impacto econômico deve-se fazer uma
poupança viva. Guarde o suficiente de animais para quando isso acabar,
para ter a capacidade de retomar o ritmo de produção que tinham antes da
pandemia”, destacou.
Iran Gomes também orienta que os
produtores tenham dados sobre sua produção e criação. “Produtor entenda
que os dados irão direcionar o futuro. A partir daí você terá as
projeções futuras. Para fazer melhoramento genético é preciso de dados.
Um trabalho bem feito na fazenda terá um melhor custo benefício e
aproveitamento desses animais”, explicou o professor.
“Algumas sequelas vão ficar. Arroz,
feijão, milho, queijo não podem faltar. Mas aquele carro, aquela roupa,
podem esperar. Teremos um bom cenário econômico no país, principalmente
no setor agropecuário. A ovinocultura irá dar retorno, em média de R$ 9 a
R$ 15 mil líquido por mês”, previu o doutor Iran Gomes.
Leite
A doutora e cientista da Embrapa Maria
Isabel Carneiro, especialista na indústria de laticínio reforça que o
agro não parou, porém minimizaram a produção. “Muitos estão se
remodelando, é isso está de encontro com o próprio setor. A tendência
agora é Farm to table, do produtor direto ao consumidor. A ovinocultura
do leite está se consolidando no Brasil, e isso não demora a chegar aí
ao Tocantins”, disse Maria Isabel.
A técnica da Embrapa também afirmou que os
derivados do leite ovino eram vistos como produtos caros, e eram
consumidos por pessoas da classe A ou C. “Hoje, com a evolução da
tecnologia, a evolução da qualidade desses produtos pode chegar às mãos
de todos, pois aumentou a acessibilidade aos consumidores porque eram
produtos importados, logo bem caros”, afirmou a doutora. Maria Isabel.
“Essa questão da pandemia nos deixa
aflitos, pois não sabemos quando vai passar. Mas não podemos esperar
para fazer algo após a pandemia. Temos que fazer hoje, e nos reinventar.
A Agrotins 100% Digital é uma prova disso”, concluiu Maria Isabel.
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