segunda-feira, 1 de junho de 2020

 

Perspectivas da Ovinocultura após a pandemia da Covid-19 são discutidas na Agrotins 2020

Bate-papo teve participação de especialistas em ovinocultura do Tocantins e do Brasil
Discutindo novas possibilidades econômicas para o Tocantins, aconteceu na tarde desta quinta-feira, 28, na Feira Agrotecnológica do Tocantins - Agrotins 100% Digital, um bate-papo sobre as Perspectivas da Ovinocultura após a pandemia da Covid-19 em 2020.
Participaram a médica veterinária da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura do Tocantins (Seagro), Érika Jardim, o professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Márcio Teixeira, a técnica da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maria Isabel Carneiro, e o professor doutor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Iran Borges.
A ovinocultura trata-se da criação de ovelhas e carneiros, setor que vem crescendo no Tocantins com frigoríficos e exportações para outros países. Abrindo a conversa, a médica veterinária da Seagro, Érika Jardim, destacou que neste momento de pandemia todos tem que abusar da criatividade e inovação.
“No Tocantins, temos importantes cadeias produtivas estabelecidas. Os consumidores estão comprando produtos diferentes, estão bebendo mais. A produção de leite ovino aqui no estado ainda não é forte, apenas o abate da carne. Porém, com esse aumento na demanda pelos derivados do leite é um bom momento para fomentar neste segmento”, disse Érika Jardim.
O professor da UFT, Márcio Teixeira, que mediou o bate-papo, destaca que a pasta continua dando suporte produtores, principalmente aos pequenos. “Quero parabenizar a Seagro que não deixa a peteca cair. Mesmo com essa pandemia, continua levando muito da academia e ciência aos produtores”, destaca o educador.
Já o professor doutor da UFMG Iran Borges, disse que os produtores devem fazer todo um levantamento de seu rebanho, selecionar os que já estiverem prontos para o abate e vendê-los. “Para diminuir esse impacto econômico deve-se fazer uma poupança viva. Guarde o suficiente de animais para quando isso acabar, para ter a capacidade de retomar o ritmo de produção que tinham antes da pandemia”, destacou.
Iran Gomes também orienta que os produtores tenham dados sobre sua produção e criação. “Produtor entenda que os dados irão direcionar o futuro. A partir daí você terá as projeções futuras. Para fazer melhoramento genético é preciso de dados. Um trabalho bem feito na fazenda terá um melhor custo benefício e aproveitamento desses animais”, explicou o professor.
“Algumas sequelas vão ficar. Arroz, feijão, milho, queijo não podem faltar. Mas aquele carro, aquela roupa, podem esperar. Teremos um bom cenário econômico no país, principalmente no setor agropecuário. A ovinocultura irá dar retorno, em média de R$ 9 a  R$ 15 mil líquido por mês”, previu o doutor Iran Gomes.
Leite
A doutora e cientista da Embrapa Maria Isabel Carneiro, especialista na indústria de laticínio reforça que o agro não parou, porém minimizaram a produção. “Muitos estão se remodelando, é isso está de encontro com o próprio setor. A tendência agora é Farm to table, do produtor direto ao consumidor. A ovinocultura do leite está se consolidando no Brasil, e isso não demora a chegar aí ao Tocantins”, disse Maria Isabel.
A técnica da Embrapa também afirmou que os derivados do leite ovino eram vistos como produtos caros, e eram consumidos por pessoas da classe A ou C. “Hoje, com a evolução da tecnologia, a evolução da qualidade desses produtos pode chegar às mãos de todos, pois aumentou a acessibilidade aos consumidores porque eram produtos importados, logo bem caros”, afirmou a doutora. Maria Isabel.
“Essa questão da pandemia nos deixa aflitos, pois não sabemos quando vai passar. Mas não podemos esperar para fazer algo após a pandemia. Temos que fazer hoje, e nos reinventar. A Agrotins 100% Digital é uma prova disso”, concluiu Maria Isabel.

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