Mapa lança AgroNordeste, plano para alavancar desenvolvimento da agropecuária na região
Nordeste
O programa será implantado em 2019 e 2020 em 12 territórios, que contemplam todos os estados nordestinos e parte de Minas Gerais
O
AgroNordeste – plano de ação para impulsionar o desenvolvimento
econômico e social sustentável do meio rural da região – será lançado
nesta terça-feira (1º) pela ministra da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Tereza Cristina, em cerimônia no Palácio do Planalto com
previsão de participação do presidente Jair Bolsonaro. O programa será
implantado no biênio 2019/2020 em 230 municípios dos nove estados do
Nordeste, além de Minas Gerais, divididos em 12 territórios, com uma
população rural de 1,7 milhão de pessoas.
O plano se junta a outras ações já
executadas pelo ministério na região, como Programa de Aquisição de
Alimentos, regularização fundiária, Selo Arte, promoção da irrigação,
indicação geográfica, equivalência de sistemas de inspeção de produtos
de origem animal (Sisbi) e combate a doenças e pragas (febre aftosa,
peste suína clássica e mosca das frutas).
O AgroNordeste é voltado para pequenos e
médios produtores que já comercializam parte da produção, mas ainda
encontram dificuldades para expandir o negócio e gerar mais renda e
emprego na região onde vivem. Entre os objetivos do plano estão aumentar
a cobertura da assistência técnica, ampliar o acesso e diversificar
mercados, promover e fortalecer a organização dos produtores, garantir
segurança hídrica e desenvolver produtos com qualidade e valor agregado.
Liderado pelo Mapa, o AgroNordeste será
desenvolvido em parceria com órgãos vinculados à pasta e instituições
como Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)/Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Organização das Cooperativas
Brasileiras (OCB), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o
Banco do Nordeste (BNB) e o Banco do Brasil.
O programa foi elaborado a partir do
estudo das cadeias produtivas que têm relevância socioeconômica e
potencial de crescimento na região, identificando os entraves para o seu
desenvolvimento e as soluções possíveis. Os territórios foram definidos
com base nessas cadeias produtivas e no nível de vulnerabilidade da
área. Até 2021, o programa deverá chegar a 30 territórios.
A escolha dos territórios levou em
conta clima, solo, recursos naturais, situação agrária, agropecuária, de
infraestrutura e socioeconômica das localidades. Os municípios têm
população de até 1% do estado. Também foram considerados os resultados
de ações anteriores ou em curso do Ministério da Agricultura ou dos
parceiros e o potencial de resposta dos produtores rurais às
intervenções.
Os 12 territórios abrangem 410 mil
estabelecimentos. Foram identificadas cadeias produtivas com potencial
de crescimento, entre elas arroz, leite, mel, frutas, ovinos,
crustáceos, caprinos, mandioca, feijão, tomate, cebola e cachaça.
A meta do programa é incrementar a
renda dos produtores entre 20% e 50% no médio prazo. Cada território
terá pelo menos um município-polo, que será definido em função do melhor
local para execução do projeto. No polo será implantado o Escritório
Local de Operações (ELO), que reunirá representantes do Ministério da
Agricultura e das entidades parceiras na execução do AgroNordeste.
Os 12 territórios da etapa 2019/2020
são: Médio Mearim (MA), Alto Médio Canindé (PI), Sertões do Crateús e
Inhamuns (CE), Vale do Jaguaribe (CE), Vale do Açu (RN), Cariri Paraíba
(PB) e Moxotó (PE), Araripina (PE), Batalha (AL), Sergipana do São
Francisco (SE), Irecê e Jacobina (BA), Januária (MG) e Salinas (MG).
As ações concentradas do AgroNordeste
tiveram início de forma experimental há dois meses, no território do
Cariri Paraibano e Moxotó Pernambucano, que abrange 39 municípios nos
dois estados. A principal atividade produtiva da região é a
ovinocaprinocultura.
Nesse período, a equipe técnica de
todos os parceiros conversou com criadores para saber quais eram os
principais desafios a serem enfrentados para alavancar a produção local e
gerar mais renda.
O diagnóstico apontou para dificuldade
de acesso a crédito (em razão da falta de titulação da terra, Cadastro
Ambiental Rural e Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar), déficit de assistência técnica,
dependência de programas governamentais para venda da produção e
dificuldades na comercialização (em decorrência da ausência de
regularidade, qualidade e certificação dos produtos).
Criação em Cariri (PB) e Moxotó (PE), um dos 12 territórios mapeados pelo AgroNordeste - Divulgação/Mapa
Os técnicos também identificaram que o
leite de cabra é o principal produto comercializado, enquanto o queijo
de cabra, que tem maior valor agregado (gera mais renda), representa em
torno de 5% das vendas.
A partir das informações, os
produtores, junto com as cooperativas, técnicos e demais parceiros, já
apontaram pelo menos três projetos prioritários para a região:
qualificação de um curtume, instalação de um frigorífico e regularização
das cooperativas locais de produção de leite de cabra. Essa é uma das
características do plano: os projetos serão elaborados pelos produtores e
parceiros.
O trabalho no Cariri e Moxotó foi
importante para mostrar como será o fluxo de operação das ações
concentradas nos demais territórios.
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