Vários
setores da economia utilizam derivados do boi como matéria prima. Além
do uso comum na cozinha, muita gente não sabe o que pode ser feito com
várias partes do boi. Uma campanha publicitária da Associação dos
Criadores de Mato Grosso – Agrimat – resolver desvendar esse mistério e
tem muita gente se surpreendendo com o resultado. A campanha chama-se
‘Do boi, só não se aproveita o berro”, as peças mostram a quantidade de
mercadorias produzidas a partir de derivados bovinos. Um dos posts
destaca que com a gordura, uma das partes mais aproveitadas do boi, o
homem pode fabricar de chiclete a velas, passando por detergentes, giz,
explosivos, fósforos, borracha e medicamentos.
“O número de utilidades que conseguimos extrair de uma parte do
bovino, como a gordura, é incrível. Além dos citados, podemos fazer
amaciantes de roupa, óleos e lubrificantes, fogos de artifício,
desodorante, creme de barbear, perfume, cosméticos, cremes e loções,
pintura, biodiesel, plásticos, impermeabilizantes, cimento, cerâmicas,
fertilizantes, anticongelantes, isolantes, linóleo, borracha e têxteis,
tudo isso a partir da gordura bovina”, diz o presidente da Acrimat,
Marco Túlio Duarte Soares.
Só com a gordura a indústria consegue produzir 28 objetos, com
diferentes usos. Utilizando outras partes, como ossos e couro, esse
número sobe para mais de 100. “Os derivados bovinos servem para outros
fins. Vamos pegar o couro como exemplo. Além da utilização óbvia para a
confecção de sapatos, cintos, bancos de automovéis e roupas, o couro dá
origem à gelatina neutra que será usada na indústria alimentícia, na
fabricação de chiclete, suspiros, iogurtes, sorvetes, etc”, informa o
diretor técnico da Acrimat, Francisco Manzi.
Na indústria farmacêutica, essa gelatina é utilizada em cápsulas
duras ou moles, comprimidos, óleos, esponjas medicinais e outros. Além
disso, ela produz a gelatina fotográfica, usada em filmes de artes
gráficas, papéis fotográficos e filmes radiológicos. A gelatina
hidrolisada é utilizada em cosméticos, dietéticos, bebidas, alimentos
líquidos e em outros processos químicos, enquanto a gelatina industrial é
usada na fabricação de adesivos, abrasivos, fósforos e outros.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), só em agosto de
2019 o Brasil exportou 37,2 mil toneladas de couros. Na comparação com o
mês anterior houve alta de 21,4% no volume embarcado. Em relação ao
mesmo período do ano anterior, a alta foi de 8,3%.
O Brasil conta com posição de destaque no mercado coureiro: é o
segundo maior exportador do mundo. Do total produzido, 70% é destinado
ao mercado externo. Dos 30% destinados ao mercado interno, 20% é
utilizado apenas na indústria do calçado
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