Expansão
Abrapa vê possibilidades de expansão de mercado na China e Turquia
Turquia deve consumir 15% a mais de algodão, com incremento previsto de 1% nas importações
Estoques em baixa,
consumo em alta e expectativa de aumento das importações de pluma de
algodão pela China, além da previsão do Brasil se tornar o segundo maior
exportador mundial da fibra na safra 2018/2019, são o pano de fundo
promissor da Missão Vendedores 2018, que vem sendo realizada desde o dia
08 de outubro na Turquia e na China, pela Associação Brasileira dos
Produtores de Algodão (Abrapa). A Missão é uma iniciativa de marketing e
prospecção de novos mercados para o algodão brasileiro, que consiste em
reuniões com industriais e traders, visitas aos polos de têxteis, e
eventos promovidos pela Abrapa in loco. Nos Brazilian Cotton Days, a
entidade apresenta os números da cotonicultura e os programas que vêm
sendo desenvolvidos no país para incrementar a qualidade, a
sustentabilidade, a rastreabilidade e a transparência nos dados de
classificação instrumental de fibra, visando a reforçar a confiança dos
compradores da commodity.
A agenda da comitiva brasileira, formada
por dirigentes da Abrapa, representantes dos maiores estados produtores
de algodão do Brasil, começou por Kahramanmaras, na Turquia, no dia 08
de outubro, quando o grupo se reuniu com cerca de 30 empresários turcos.
Hoje, a Turquia é um dos maiores importadores e consumidores de algodão
no mundo. Na safra 2017/2018, o país foi o quarto maior importador e o
sexto maior consumidor mundial da fibra. O Brasil exporta, em média,
76,5 mil toneladas para a Turquia, o equivalente a 9,5% das importações
de algodão daquele país. Para 2018/2019, a Turquia deve consumir 15% a
mais de algodão, com incremento previsto de 1% nas importações.
“Trata-se de um mercado muito interessante
para o algodão brasileiro, uma vez que os estoques deles estão
diminuindo: serão, aproximadamente, 9% menores na próxima safra. A
Missão Vendedores nos permite estreitar laços para suprir as demandas
futuras. Mesmo sem ter ainda dados consolidados, já temos notícias de
que negócios com a pluma do Brasil foram realizados imediatamente após o
nosso Brazilian Cotton Day. Há muito espaço para incremento de
participação no mercado turco”, afirma o presidente da Abrapa, Arlindo
de Azevedo Moura. Além das reuniões, o grupo visitou uma fiação em
Kahramanmaras.
Na China, a passagem da Missão Vendedores
foi dividida em três etapas. As primeiras, já cumpridas em Xangai e
Qingdao, respectivamente, nos dias 11 e 12 de outubro. A segunda foi
nesta terça-feira (16), em Hong Kong, onde a Abrapa promoveu o Brazilian
Cotton Day, nos dias 17 e 18 de outubro. Na sequência, a associação
participa da Conferência Anual da International Cotton Association
(ICA).
Além das reuniões, que contaram com grande
presença de empresários chineses, uma das paradas do grupo foi no
Sunvim Group, maior fabricante de artigos de cama, mesa e banho chinês,
que exporta para diversos mercados, principalmente, americanos e
europeus. A Sunvim consome uma média de 100 mil toneladas de pluma por
ano, mas ainda não compra do Brasil. Representantes do grupo estiveram
nas reuniões.
A China é o maior consumidor de algodão do
mundo. São, em média, 8,8 milhões de toneladas ao ano. Seu consumo
cresceu em torno de 15%, da safra 2016/2017 para a 2017/2018. O país
está, gradativamente, liberando os estoques que mantinha, “frutos de uma
cara política de proteção da indústria nacional”, segundo o presidente
da Abrapa. Dados do ICAC apontam que essa redução foi superior a 19%.
“Tudo isso, mais a divergência com os Estados Unidos, cria um cenário
muito positivo para o algodão do Brasil”, diz.
Compromisso
Moura afirmou que, em todos os encontros
com o mercado comprador na Turquia e China, a Abrapa evidenciou seus
esforços para garantir a credibilidade nas negociações com a pluma
brasileira. “Nosso compromisso é com a transparência nas informações.
Prova disso é que implantamos o programa Standard Brasil HVI, que
padroniza e harmoniza os resultados nos laboratórios de classificação
por High Volume Instrument (HVI). Esse programa é integrado a um grande
banco de dados e ao Sistema Abrapa de Identificação (SAI), o que dá
segurança tanto para quem compra quanto para quem vende o algodão
brasileiro. Além disso, evidenciamos o trabalho do nosso Centro
Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), que está em
processo final de certificação internacional e garante a fidedignidade
dos resultados laboratoriais. Também insistimos muito no grande
diferencial da sustentabilidade do algodão brasileiro, assegurado hoje
pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR)”, conclui Arlindo
Moura. No Brasil, o ABR opera em benchmarking com o protocolo Better
Cotton Initiative (BCI), referência internacional em atestar a
sustentabilidade da pluma.
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