Artigo - Dieta com qualidade, nova abordagem às necessidades da agricultura
Maurício Antônio Lopes
Presidente da Embrapa e membro do Painel Global de Agricultura e Sistemas Alimentares de Nutrição
Desde a década de 1970, o Brasil incorporou o desafio de desenvolver um modelo para superar as barreiras que limitavam a produção de alimentos, fibras e energias renováveis. Esse esforço ajudou o país a se transformar de importador em um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Junto com políticas públicas, muito desse sucesso deve ser atribuído aos esforços de pesquisa e inovação empreendidos pela Embrapa e organizações parceiras. Em função desses avanços expressivos, somos reconhecidos como exemplo global em redução da pobreza, da fome e da subnutrição.
Em anos recentes, no entanto, mudanças nos padrões alimentares contribuíram para o aumento de doenças não transmissíveis relacionadas a dietas, tais como infartos e diabetes. Hoje, a anemia atinge 20% das mulheres em idade reprodutiva e mais da metade da população adulta no Brasil está com excesso de peso. Em 1975, tínhamos a nona maior população de homens abaixo do peso do mundo. Já em 2014 fomos o terceiro país em homens obesos.
É crucial que o país implemente políticas que promovam dietas de alta qualidade, seguras e acessíveis, sempre com base em dados e resultados científicos comprovados. Felizmente, há sinais de que estamos indo na direção certa. Em 2014, por exemplo, as Orientações Dietéticas brasileiras estabeleceram um padrão para recomendações de dietas de alta qualidade, contendo quantidades mínimas de ‘alimentos ultraprocessados’, termo que se refere a formulações industriais preparadas a partir de substâncias derivadas de alimentos ou sintetizadas de outras fontes orgânicas.
Nos próximos anos, sistemas alimentares estarão sob forte pressão por causa do crescimento da população, da urbanização, da globalização, das mudanças climáticas e da crescente escassez de recursos naturais. Está na hora de dedicarmos atenção maior à busca de sistemas de produção e de saúde comprometidos com a promoção de dietas de alta qualidade.
Como passo nessa direção, a Embrapa sedia em Brasília, na próxima quarta-feira, 03, o Painel Global sobre Agricultura e Sistemas Alimentares para a Nutrição, que reúne atores do planeta para contribuir com a melhoria nutricional. Na edição brasileira (a anterior foi na Inglaterra e a próxima será em Moçambique) será discutida a questão da carência de dietas de alta qualidade e apresentados resultados de pesquisas buscando subsidiar políticas públicas e ações para melhorar a qualidade da nutrição em sua relação com a saúde. O evento pode ser acompanhado ao vivo no endereço web
Presidente da Embrapa e membro do Painel Global de Agricultura e Sistemas Alimentares de Nutrição
Desde a década de 1970, o Brasil incorporou o desafio de desenvolver um modelo para superar as barreiras que limitavam a produção de alimentos, fibras e energias renováveis. Esse esforço ajudou o país a se transformar de importador em um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Junto com políticas públicas, muito desse sucesso deve ser atribuído aos esforços de pesquisa e inovação empreendidos pela Embrapa e organizações parceiras. Em função desses avanços expressivos, somos reconhecidos como exemplo global em redução da pobreza, da fome e da subnutrição.
Em anos recentes, no entanto, mudanças nos padrões alimentares contribuíram para o aumento de doenças não transmissíveis relacionadas a dietas, tais como infartos e diabetes. Hoje, a anemia atinge 20% das mulheres em idade reprodutiva e mais da metade da população adulta no Brasil está com excesso de peso. Em 1975, tínhamos a nona maior população de homens abaixo do peso do mundo. Já em 2014 fomos o terceiro país em homens obesos.
É crucial que o país implemente políticas que promovam dietas de alta qualidade, seguras e acessíveis, sempre com base em dados e resultados científicos comprovados. Felizmente, há sinais de que estamos indo na direção certa. Em 2014, por exemplo, as Orientações Dietéticas brasileiras estabeleceram um padrão para recomendações de dietas de alta qualidade, contendo quantidades mínimas de ‘alimentos ultraprocessados’, termo que se refere a formulações industriais preparadas a partir de substâncias derivadas de alimentos ou sintetizadas de outras fontes orgânicas.
Nos próximos anos, sistemas alimentares estarão sob forte pressão por causa do crescimento da população, da urbanização, da globalização, das mudanças climáticas e da crescente escassez de recursos naturais. Está na hora de dedicarmos atenção maior à busca de sistemas de produção e de saúde comprometidos com a promoção de dietas de alta qualidade.
Como passo nessa direção, a Embrapa sedia em Brasília, na próxima quarta-feira, 03, o Painel Global sobre Agricultura e Sistemas Alimentares para a Nutrição, que reúne atores do planeta para contribuir com a melhoria nutricional. Na edição brasileira (a anterior foi na Inglaterra e a próxima será em Moçambique) será discutida a questão da carência de dietas de alta qualidade e apresentados resultados de pesquisas buscando subsidiar políticas públicas e ações para melhorar a qualidade da nutrição em sua relação com a saúde. O evento pode ser acompanhado ao vivo no endereço web
Artigo publicado na edição do dia 29 de abril de 2017 do jornal Zero Hora
Secretaria de Comunicação da Embrapa - Secom
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ajude o nosso Blog.