quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Segurança alimentar em debate


Paulo Araújo/MMA
Deusdará Filho: o papel das florestas.
MMA participou de evento da ONU que chamou a atenção para os efeitos das mudanças climáticas na produção de alimentos.

A relação entre as mudanças climáticas e a segurança alimentar foi apresentada nesta terça-feira (18/10), pelo escritório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em encontro realizado em Brasília. Em parceria com o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), a FAO promoveu um evento pelo Dia Mundial da Alimentação, comemorado no domingo (16/10), com o tema 'O clima está mudando. A alimentação e a agricultura também devem mudar'.
De acordo com os relatórios mais recentes da instituição, as pessoas mais pobres do mundo – muitas das quais agricultores e pescadores – são as mais afetadas pelas altas temperaturas e o aumento da frequência de desastres naturais ligados às mudanças do clima.
À frente do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o ministro Sarney Filho tem reiterado a mensagem de que as mudanças climáticas exigem dos governos e dos cidadãos novos padrões de produção e consumo. A opinião foi corroborada pelo representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, na abertura do evento. Segundo Bojanic, o mundo precisa lidar com as mudanças climáticas para garantir a produção de alimentos no futuro. “Para isso, precisamos fazer as coisas de forma diferente, o que inclui novas formas de praticar a agricultura, alterações no padrão de consumo e o fim do desperdício de alimentos”, afirmou.
FLORESTAS
O diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), órgão do MMA, Raimundo Deusdará Filho, participou do encontro e afirmou que as pessoas da área florestal estão engajadas na questão. “Floresta em algum momento é plantar e colher. Isso tem todo um simbolismo e relevância quando se fala em mudanças climáticas. Somos solidários com esse dia e reafirmamos o compromisso com a FAO, com a qual realizamos vários projetos em conjunto, desenvolvendo estratégias para o uso sustentável da floresta”, disse.
Além de Alan Bojanic, também compuseram a mesa de abertura, o ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra; o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Torres; a gerente de Programas da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino; e o representante da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário da Casa Civil da Presidência da República, Everton Ferreira.
COMPROMISSO DO MMA
No âmbito do MMA, há o compromisso do ministro Sarney Filho em mobilizar toda a estrutura da pasta em função do cumprimento das metas propostas pelo Brasil no Acordo de Paris para conter os efeitos da elevação da temperatura global, e na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas, na agenda ambiental conhecida como 2030.
Alguns dos ODS estão diretamente ligados à questão, como os que propõem Erradicação da Pobreza, Fome Zero, Boa Saúde e Bem-Estar, Consumo e Produção Sustentáveis e Combate às Alterações Climáticas.
POTENCIAL
As três principais fontes de emissões de gases de efeito estufa da agricultura na América Latina e Caribe em 2014 foram a fermentação entérica (58%), o gás produzido nos sistemas digestivos dos ruminantes, o estrume deixado nas pastagens (23%) e os fertilizantes sintéticos (6%), foi o que concluiu o estudo 'O Estado Mundial da Agricultura e Alimentação', publicado pela FAO.
O mesmo relatório indica que a atividade florestal representa o potencial de mitigação das mudanças climáticas na América Latina, com a redução do desmatamento. No âmbito global, a agricultura (incluindo a silvicultura, a pesca e a pecuária), gera cerca de um quinto das emissões de gases de efeito estufa. Para a FAO adotar medidas que garantam a sustentabilidade da produção de alimentos e a preservação dos recursos naturais é urgente e deve ser colocada na agenda principal de todos os governos.
Durante o encontro foi lançada a Campanha #SemDesperdicio, que propõe divulgar, pelas redes sociais, as consequências negativas do desperdício de alimentos para o meio ambiente, o orçamento familiar e a segurança alimentar. A iniciativa é da FAO, em parceria com a Embrapa e a WWF-Brasil.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA)

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