Mercado mundial precisa valorizar mais os alimentos brasileiros, diz ministro interino
Em seminário em São Paulo, Eumar Novacki destaca papel do Brasil na preservação ambiental
Eumar Novacki (E): país trabalha pela conservação ambiental (Divulgação/Mapa)
O Brasil tem consciência da importância de seu papel na segurança alimentar, na conservação da biodiversidade e na redução dos impactos das mudanças climáticas, destacou o ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, durante o seminário comemorativo aos 10 anos da moratória da soja, nesta quarta-feira (19), em São Paulo. Para ele, é preciso agora que o mundo também reconheça isso, valorizando e comprando mais os alimentos produzidos pelos agricultores brasileiros. “Ao importar nossos produtos agropecuários, o mercado internacional está contribuindo para a preservação do nosso grande ecossistema.”
Novacki disse que o agronegócio brasileiro tem dois desafios pela frente: agregar valor aos seus produtos e atrair o mercado mundial para financiar a preservação ambiental. “O Brasil já está fazendo a sua parte, com investimentos em pesquisa e tecnologia. Isso permite aos nossos agricultores produzir cada vez mais e melhor num mesmo espaço de terra.” Os ganhos de produtividade, acrescentou, têm possibilitado ao país reduzir os impactos ambientais, o que precisa ser valorizado pelo mercado global. O ministro interino estava acompanhado no evento pelo assessor especial do Mapa para o meio ambiente e sustentabilidade, João Campari.
O seminário foi promovido pelo Grupo de Trabalho da Soja (GTS), que reúne o setor privado –Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e empresas associadas –, a sociedade civil (Greenpeace, WWF-Brasil, TNC-Brasil, Imaflora, Ipam, Earth Innovation) e o governo federal (Ministério do Meio Ambiente e Banco do Brasil). A moratória da soja é, hoje, uma das principais iniciativas de combate ao desmatamento no bioma Amazônia e de orientação ao uso responsável dos seus recursos naturais.
Assinada em 24 de julho de 2006 pela Abiove, Anec e empresas associadas, a moratória da soja é um compromisso de desmatamento zero no bioma Amazônia. Por seu intermédio, essas entidades e empresas se comprometeram em não comprar nem financiar a soja cultivada em áreas desmatadas da Amazônia a partir de julho de 2006. O objetivo tem sido o de conciliar a conservação da biodiversidade do bioma com a produção de alimentos.
A moratória da soja faz o monitoramento por satélite de 87 municípios nos estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Amapá. Na área monitorada, a taxa média de desflorestamentos observada depois da moratória (2009-2015) é seis vezes menor do que no período anterior (2002-2008), o que revela a eficácia dos diversos mecanismos de redução de desmate vigentes nos últimos anos.
Relatório de monitoramento
O Relatório de Monitoramento do Plantio de Soja no Bioma Amazônia na safra 2015/2016, elaborado pela Agrosatélite e auditado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que a principal cultura agrícola do país não tem sido um fator relevante de desmatamento naquela região, que ocupa quase metade do território brasileiro.
De acordo com o Grupo de Trabalho da Soja, os 37,2 mil hectares da oleaginosa da safra 2015/2016, em desacordo com a moratória, representam apenas 1,1% da área desmatada no bioma. Ainda segundo o GTS, no período dos 10 anos da moratória, foram alcançados dois objetivos: a criação de uma estrutura de governança pública para a produção responsável, que desestimulou o desmatamento; e a garantia de conservação da Floresta Amazônica aos grupos de clientes da soja brasileira.
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