Para cientistas, aumento da produtividade e conservação ambiental devem ser combinados
Uma
das mais importantes publicações científicas do mundo, a revista
Science, publicou nesta quinta-feira (28/1) um artigo assinado por
pesquisadores do Centro de Ciência da Conservação e Sustentabilidade do
Rio (CSRio) – grupo lançado no ano passado e reúne cientistas da
PUC-Rio e do Instituto Internacional de Sustentabilidade (IIS), além de
parceiros da PUC-RS e da Universidade de Cambridge, no Reino Unido– e
aponta que, para ser eco-eficiente, os esforços para alcançar o aumento
da produtividade agropecuária devem ser sempre combinados com as ações
de conservação do meio ambiente.
Bernardo Strassburg, professor do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da Puc-Rio e um dos autores do artigo, diz que existem quatro mecanismos prioritários listados pelo grupo de estudos e que, desenvolvidos em conjunto, são “o caminho certo para o equilíbrio entre a produção de alimentos necessária e a preservação dos recursos naturais do planeta”.
Os mecanismos são: 1) zoneamento do uso da terra, 2) pagamentos por serviços ambientais, tributos, e subsídios, 3) disponibilização de tecnologias, conhecimento técnico e infraestrutura e 4) certificações.
saiba mais
O artigo cita alguns exemplos de ações desenvolvidas com sucesso na Costa Rica e no Spiti Vale do Himalaia, mas Strassburg, em entrevista à GLOBO RURAL, lembra que o Brasil, com sua nova legislação ambiental, de 2012, também merece atenção por seguir estas combinações de instrumentos. “O cumprimento na íntegra do Código Florestal brasileiro ajudaria muito no desafio de produzir alimentos e reduzir os impactos ambientais”, disse.
De acordo com ele, um desses grandes avanços do país, que já está bastante alavancado no mecanismo 1 (zoneamento do uso da terra), foi conciliar ferramentas financeiras a técnicas de produção conservacionistas. “Combinar a regularização ambiental ao crédito agrícola (Cadastro Ambiental Rural, Plano ABC) – 1º e 2º mecanismos citados no artigo da Science – está sendo um grande passo”. Ele diz que esta combinação incentiva o produtor rural. “Porque pensar somente em aumentar a produtividade sem planejar a estratégia conservacionista não funciona, dá um efeito rebote. Em 20 anos, aumentamos significativamente a produtividade da soja em Mato Grosso e isso não impediu o desmatamento na região”.
Os 3º e 4º mecanismos citados, porém, ainda precisam ser mais bem trabalhados no Brasil. “Somos líderes mundiais em desenvolvimento de tecnologias agrícolas, mas nem sempre esse conhecimento chega a todas as regiões produtoras porque a infraestrutura é deficiente, o que acaba por atingir principalmente os pequenos produtores. É preciso planejar o investimento em infraestrutura próximo das áreas produtivas agrícolas e não nas regiões onde temos florestas, áreas para preservar”, afirmou. “Deixem a infraestrutura longe das florestas e perto do desenvolvimento agrícola, ou seja, desenvolvam o mecanismo 3 respeitando o 1”.
Fazer o conhecimento técnico chegar aos produtores rurais contempla a inserção social (como ocorria no Brasil com o serviço de Assistência Técnica Rural, que foi desmantelado). “Com a informação tecnológica acessível a todos, pode-se por exemplo, agregar valor à produção agrícola com as certificações, que trazem seus protocolos agroambientais”. O grupo de pesquisadores afirma que, quando combinados, todos estes mecanismos só potencializam a eco-eficiência.
Segundo Strassburg, o principal objetivo do grupo com a publicação do artigo é mostrar que há soluções promissoras que possam estimular propostas, testes e aplicações práticas.
Bernardo Strassburg, professor do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da Puc-Rio e um dos autores do artigo, diz que existem quatro mecanismos prioritários listados pelo grupo de estudos e que, desenvolvidos em conjunto, são “o caminho certo para o equilíbrio entre a produção de alimentos necessária e a preservação dos recursos naturais do planeta”.
Os mecanismos são: 1) zoneamento do uso da terra, 2) pagamentos por serviços ambientais, tributos, e subsídios, 3) disponibilização de tecnologias, conhecimento técnico e infraestrutura e 4) certificações.
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O artigo cita alguns exemplos de ações desenvolvidas com sucesso na Costa Rica e no Spiti Vale do Himalaia, mas Strassburg, em entrevista à GLOBO RURAL, lembra que o Brasil, com sua nova legislação ambiental, de 2012, também merece atenção por seguir estas combinações de instrumentos. “O cumprimento na íntegra do Código Florestal brasileiro ajudaria muito no desafio de produzir alimentos e reduzir os impactos ambientais”, disse.
De acordo com ele, um desses grandes avanços do país, que já está bastante alavancado no mecanismo 1 (zoneamento do uso da terra), foi conciliar ferramentas financeiras a técnicas de produção conservacionistas. “Combinar a regularização ambiental ao crédito agrícola (Cadastro Ambiental Rural, Plano ABC) – 1º e 2º mecanismos citados no artigo da Science – está sendo um grande passo”. Ele diz que esta combinação incentiva o produtor rural. “Porque pensar somente em aumentar a produtividade sem planejar a estratégia conservacionista não funciona, dá um efeito rebote. Em 20 anos, aumentamos significativamente a produtividade da soja em Mato Grosso e isso não impediu o desmatamento na região”.
Os 3º e 4º mecanismos citados, porém, ainda precisam ser mais bem trabalhados no Brasil. “Somos líderes mundiais em desenvolvimento de tecnologias agrícolas, mas nem sempre esse conhecimento chega a todas as regiões produtoras porque a infraestrutura é deficiente, o que acaba por atingir principalmente os pequenos produtores. É preciso planejar o investimento em infraestrutura próximo das áreas produtivas agrícolas e não nas regiões onde temos florestas, áreas para preservar”, afirmou. “Deixem a infraestrutura longe das florestas e perto do desenvolvimento agrícola, ou seja, desenvolvam o mecanismo 3 respeitando o 1”.
Fazer o conhecimento técnico chegar aos produtores rurais contempla a inserção social (como ocorria no Brasil com o serviço de Assistência Técnica Rural, que foi desmantelado). “Com a informação tecnológica acessível a todos, pode-se por exemplo, agregar valor à produção agrícola com as certificações, que trazem seus protocolos agroambientais”. O grupo de pesquisadores afirma que, quando combinados, todos estes mecanismos só potencializam a eco-eficiência.
Segundo Strassburg, o principal objetivo do grupo com a publicação do artigo é mostrar que há soluções promissoras que possam estimular propostas, testes e aplicações práticas.
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