Aquecimento global tende a aumentar frequência de El Niño, diz Inpe
Os
impactos do aquecimento global na agricultura tendem a ser mais
frequentes nos próximos anos. O climatologista do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe) Gilvan Sampaio disse que o avanço do
aquecimento global ao longo do século 21 tende a aumentar a frequência
com que o fenômeno El Niño ocorre.
Segundo dados do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC,
na sigla em inglês) compilados pelo pesquisador, até 2100 o aumento da
temperatura média do planeta pode variar de 1 grau a até 3,7 graus
Celsius, o que poderia acarretar a elevação da temperatura e do nível
dos oceanos (pelo derretimento do gelo polar), influenciando também a
ocorrência do fenômeno climático.
As projeções do IPCC consideram diversos cenários de emissões de gases de efeito estufa para as próximas décadas, nos quais o aumento da temperatura média do planeta pode ser maior ou menor. "O aquecimento global pode contribuir para que o El Niño ocorra mais frequentemente. Até o fim do século 21, existe a possibilidade ele passar a ocorrer todos os anos", afirmou Sampaio.
O padrão de chuvas previsto para o planeta nas próximas décadas, também associado ao aumento da temperatura média do planeta, é semelhante ao de precipitações verificado em anos de El Niño, segundo o climatologista. Caso a previsão se confirme, o que era considerado até então um fenômeno periódico pode se tornar um novo padrão climático. De momento, porém, ainda não é possível identificar se o El Niño ficará mais intenso nos próximos anos.
O El Niño se caracteriza pelo aquecimento acima da média das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical (próximo à linha do Equador). Isso provoca mudanças nas correntes oceânicas e maior formação de nuvens na região equatorial. O fenômeno provoca alterações no clima em todo o planeta, com a ocorrência de mais precipitações em algumas regiões e seca em outras.
Desde que foi identificado por cientistas, no fim do século 19, o fenômeno vem ocorrendo com frequência pouco regular, que varia de três a sete anos. Até hoje, não foi identificada a causa exata da periodicidade do aumento da temperatura do oceano, que provoca o El Niño, diz Sampaio. No Brasil, de forma geral, os principais impactos do El Niño são verificados nos períodos de junho a agosto e de dezembro a fevereiro.
Entre junho e agosto, observa-se temperaturas mais altas em todo o Centro-Oeste, Sudeste, Sul e Nordeste do Brasil e elevação nas precipitações no extremo sul do País. Já de dezembro a fevereiro, ocorre o aumento das chuvas no Sul, clima mais quente no Sudeste e Centro-Oeste e mais seco no Nordeste. Nos próximos seis meses, segundo Sampaio, o El Niño deve persistir, dando sequência ao excesso de chuvas nos Estados do Sul, déficit de precipitações no Norte, leste da Amazônia e norte da região Nordeste e temperaturas altas em todo o Brasil.
A temperatura do Oceano Pacífico equatorial, que em julho deste ano estava 1,7ºC acima da média histórica para a região e em dezembro já chega a quase 3º C acima da média, deve voltar ao patamar normal por volta de junho de 2016, segundo o pesquisador, colocando fim a este El Niño. Não há nenhuma previsão, até agora, de que após o término do fenômeno venha a ocorrer a La Niña - esfriamento anormal das águas do Pacífico, que provoca temperaturas abaixo da média no Sul e Sudeste e maior precipitação em parte do Norte e do Nordeste do País entre dezembro e janeiro e tempo mais seco no Sul em junho, julho e agosto.
As projeções do IPCC consideram diversos cenários de emissões de gases de efeito estufa para as próximas décadas, nos quais o aumento da temperatura média do planeta pode ser maior ou menor. "O aquecimento global pode contribuir para que o El Niño ocorra mais frequentemente. Até o fim do século 21, existe a possibilidade ele passar a ocorrer todos os anos", afirmou Sampaio.
O padrão de chuvas previsto para o planeta nas próximas décadas, também associado ao aumento da temperatura média do planeta, é semelhante ao de precipitações verificado em anos de El Niño, segundo o climatologista. Caso a previsão se confirme, o que era considerado até então um fenômeno periódico pode se tornar um novo padrão climático. De momento, porém, ainda não é possível identificar se o El Niño ficará mais intenso nos próximos anos.
O El Niño se caracteriza pelo aquecimento acima da média das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical (próximo à linha do Equador). Isso provoca mudanças nas correntes oceânicas e maior formação de nuvens na região equatorial. O fenômeno provoca alterações no clima em todo o planeta, com a ocorrência de mais precipitações em algumas regiões e seca em outras.
Desde que foi identificado por cientistas, no fim do século 19, o fenômeno vem ocorrendo com frequência pouco regular, que varia de três a sete anos. Até hoje, não foi identificada a causa exata da periodicidade do aumento da temperatura do oceano, que provoca o El Niño, diz Sampaio. No Brasil, de forma geral, os principais impactos do El Niño são verificados nos períodos de junho a agosto e de dezembro a fevereiro.
Entre junho e agosto, observa-se temperaturas mais altas em todo o Centro-Oeste, Sudeste, Sul e Nordeste do Brasil e elevação nas precipitações no extremo sul do País. Já de dezembro a fevereiro, ocorre o aumento das chuvas no Sul, clima mais quente no Sudeste e Centro-Oeste e mais seco no Nordeste. Nos próximos seis meses, segundo Sampaio, o El Niño deve persistir, dando sequência ao excesso de chuvas nos Estados do Sul, déficit de precipitações no Norte, leste da Amazônia e norte da região Nordeste e temperaturas altas em todo o Brasil.
A temperatura do Oceano Pacífico equatorial, que em julho deste ano estava 1,7ºC acima da média histórica para a região e em dezembro já chega a quase 3º C acima da média, deve voltar ao patamar normal por volta de junho de 2016, segundo o pesquisador, colocando fim a este El Niño. Não há nenhuma previsão, até agora, de que após o término do fenômeno venha a ocorrer a La Niña - esfriamento anormal das águas do Pacífico, que provoca temperaturas abaixo da média no Sul e Sudeste e maior precipitação em parte do Norte e do Nordeste do País entre dezembro e janeiro e tempo mais seco no Sul em junho, julho e agosto.
Por Redação Globo Rural
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