Nos últimos tempos, agricultores brasileiros já estão se conscientizando da importância da preservação das paisagens, como forma de valorizar a propriedade. Segundo a professora Ivanira Falcade, da Universidade de Caxias do Sul, no mundo, existe uma compreensão de que o belo facilita a venda de uma mercadoria, que passa a ter um valor agregado importante. Ela explica que, a preservação e valorização das paisagens rurais no Brasil é considerado um tema relativamente novo, assim como a percepção de que a paisagem é um aspecto da expressão cultural da sociedade.
“Preservar a paisagem é também preservar a cultura da sociedade que a constrói”, destaca Ivanira Falcade. Segundo ela, é possível perceber na paisagem aspectos de como uma determinada sociedade utiliza o espaço, como constrói o seu território e como percebe a sua permanência naquele território.
A professora cita exemplos de paisagens rurais que expressam o processo diferenciado de construção do território brasileiro. “Nós podemos pensar no Nordeste brasileiro, a diferença do que é o litoral, o agreste ou o sertão. Também podemos citar o oeste do Paraná, região de grandes extensões de cultivo de café, de soja ou trigo. Regiões do Rio Grande do Sul, com paisagens distintas na Campanha, na encosta do Planalto ou no alto dos Campos de Cima da Serra”.
Para o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Celso Zanus a relação entre a preservação das paisagens e as Indicações Geográficas são instrumentos que visam a valorização da exploração agrícola das diferentes áreas de produção. Através das indicações geográficas se valoriza um produto justamente por sua diferenciação dos demais de outras regiões.
“As indicações geográficas, ao fortalecerem esses produtos locais, ajudam a preservar as culturas de plantas ou animais da região, evitando que se passe à monocultura ou à simplificação da produção agrícola de um determinado país”.
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